Boa Leitura, xoxo
Z A Y N
Ninguém te liga e fala "precisamos conversar" desliga na sua cara e fica tudo bem. Simplesmente não tinha como ficar tudo bem.
O que ela poderia estar querendo conversar, sinceramente? Todas as possibilidades passaram na minha cabeça e eu só aguentei ficar mais dez minutos em casa. Saio, pegando meu casaco e a chave do carro. Eu quase não estava ficando na minha própria casa nesses últimos dias.
Fico mais de duas horas no carro e aproveito esse meio tempo para ligar pro Liam. Ele atende a video chamada e percebo que ele está no seu quarto.
- Esqueceu que você tem amigos, é, Malik? - Ninguém mais usava alô hoje em dia.
- Tem alguém ai com você? - Ele levanta uma sobrancelha pra pergunta e nega. Resolvi que eu queria chocar ele.
- Payne, eu tenho um filho. - Seu sorriso mucha. Eu não tinha falado com ele antes porque não tinha tido a oportunidade, observo sua expressão ir de confusa pra chocada e de chocada pra confusa, de novo e de novo.
- Você... o que?! - Rio do seu tom. - Você tá rindo?! Como você ousa estar rindo numa situação dessas?! Você traiu a Gigi nesses anos, seu corno?! Pior ainda, dependendo da idade, você traiu a Aria! - O deixo continuar seu surto, apenas para que possa o chocar mais ainda depois.
- Eu tenho um filho com a Aria. - De novo, observo o choque, a confusão e depois as peças se juntando.
- Puta. Que. Pariu. - Concordo e ele continua muito estático para falar qualquer outra coisa. - Puta que pariu, Malik! Um filho! Caralho, porra, meu deus do céu...
- Eu sei. - Rio e ai que ele surta.
- Como você pode estar levando isso tão bem?! Quantos anos essa criança tem, 6, 7? Vocês conversaram? - Suspiro.
- Não, Payno, eu encontrei a Aria na rua com uma criança e resolvi adotar mentalmente. Até agora eu não falei nada com ela. - Liam fica bravo e eu dou risada. - Eu já acostumei, sim, nós conversamos e... - Resumo a história toda pra ele e no final, ele parece ter compreendido.
- Eu disse que você era um babaca naquele tempo, eu te disse. Deveria ter te xingado mais, se tivesse conseguindo colocar algum juízo, talvez você tivesse descoberto antes. - Rolo os olhos.
- Sim, sim, Payno, com certeza.
- Eu quero conhecer ele. - Concordo.
- Claro, assim que der. - Ele levanta uma sobrancelha.
- Como é que vocês vão fazer quando você tiver que vir pra cá? - Boa pergunta.
- Ainda não discutimos isso... - Talvez fosse até o que iríamos falar hoje. Não sabia.
- Mês que vem você não tem que ir no... - Um farol de carro tira minha atenção, Aria tinha chegado.
- Liam, tenho que ir, eu te ligo depois.
- O cara me solta que é pai, fala o mínimo e quer desligar na minha cara. Eu mereço. Tchau, Malik. - Desligo quando ele acena e a tela fica escura.
Uma batida no vidro e eu pulo de susto, mas abaixo em seguida. Aria não parecia muito feliz com a minha presença.
- Você não tem mais o que fazer não, Malik? - Cara, as vezes eu acreditava que ela não gostava de mim. Tipo, nada. Nem a mínima consideração.
- Seu ódio por mim machuca, sabia, amor? - E eu estava falando sério.
- Vamos logo que eu estou com sono. - Tá legal, ela não se importava nem um pouco.
Okay, acho que era o mínimo que eu poderia esperar depois de tudo. Era estranho a montanha-russa - observe a ironia do destino - que vivíamos nos últimos dias. As vezes, eu achava que ela poderia ao menos gostar de mim como amigo, outras, parecia que ela queria chutar a minha bunda até o carro mais próximo passar por cima de mim. Hoje, parecia ser a última opção.
- Okay, você quer comer ou beber alguma coisa? - Agradeço e nego, esperando apenas para saber o que era que ela queria me falar. Talvez seus pais reagiram mal? Não podia ser, ela me chamou pra conversar antes de ir pra lá... - Tá bom.
Tá bom?
- Você pode pelo menos me dizer do que se trata? - Antes que eu morra de ansiedade. Queria acrescentar.
- Você. - Fico confuso com isso.
- Eu?
- Sim, você, Malik. Você, 24 horas por dia na vida de Matt, 7 dias por semana. - Ela estava reclamando de eu ser um pai presente? Okay, agora eu realmente fico confuso.
- Você pode explicar melhor? - Ela suspira, realmente parecia cansada. Não sei se comigo ou alguma outra coisa.
- Eu não quero falar isso com sete pedras na mão, deixa eu tentar organizar isso sem parecer que eu quero te matar. - Concordo e espero ela servir um copo na sua frente. - Bem, até quando você vai conseguir manter toda essa presença?
Tá, ela estava realmente brava de eu estar ao redor o dia inteiro. E eu conseguia entender, em uma semana, não nos falávamos a quase 7 anos, na outra, eu estava basicamente dormindo no sofá da sua casa.
- Acho que a gente só precisa de tempo até se acostumar com a presença diária um do outro novamente e...
- Malik, esse não é o meu ponto. Eu não quero que Matt se acostume a ter você o tempo todo e quando você precisar sair e ficar semanas fora em outro país, meses até, ele sentir sua falta. Talvez a gente devesse tentar colocar alguns limites, não sei, um dia sim, um dia não...
- Eu não vou fazer isso. - Nego na hora. Eu não estava aberto pra esse tipo de negociação. - Eu entendo a sua preocupação, mas não é como se eu fosse pra outro continente que eu morresse. Posso ligar pra Matt sempre que der.
- Eu não acho que isso possa dar certo.
- Você já considerou se mudar pros EUA? - Ela me olha confusa. Okay, tenho minha resposta: não.
- E afastar Matthew dos avós, do tio e dos amigos? Não, definitivamente.
- A gente pode vir visitar sempre que der. Eu mando passagens para irem para lá também.
- A gente? Como assim? Você quer me comprar uma casa? E mandar passagens pros meus pais? - Okay, ela não entendeu bem o ponto que eu queria.
- A minha casa lá é grande o bastante pra três pessoas...
- Você quer que eu mude de país e ainda para morar com você? - Tinha sido só uma sugestão...
- Malik, você está de volta a menos de dois meses. Conhece Matt a menos de um. Nós dois? Somos praticamente dois desconhecidos. E você quer que a gente more junto? Nos Estados Unidos ainda, como se essa ideia inteira já não fosse louca o suficiente?
- A gente se conhece a mais de 20 anos, Aria, por favor... - Falo exasperado.
- Por favor, digo eu. Sim, nos conhecemos a esse tempo e isso não impediu que nos afastemos por 7 anos e ter se tornado basicamente outras pessoas.
- Eu não estou dizendo para nos mudarmos amanhã. Estou falando algo mais pra frente. Não ligo se for daqui a dois meses, um ano, não sei.
- Você é impulsivo, sempre foi. Se pensar um pouquinho nisso que você está sugerindo, vai ver o quanto não vai dar certo. - Suspiro.
- Então eu acho que andamos, andamos e não saímos do lugar. Por que não vou parar de estar presente o máximo de tempo que e eu puder e outra opção você não quer.
- Zayn, eu não quero que você veja menos o Matt, eu só não quero que você more na minha casa. - Dou de ombros.
- Então você vem morar na minha. Ou me deixa ficar todas as horas perto que eu puder. - Era um conflito de interesses, restaria saber agora quem iria ceder primeiro.
Quando ela suspira em desistência, eu tenho minha resposta.
*
Não odeiem a Aria kaksks não consegui revisar esse cap direito, se tiver muito erro, so sorry :c
VOCÊ ESTÁ LENDO
Past - Zayn Malik.
FanfictionUma simples decisão de sim ou não, isso ou aquilo e até mesmo coisas que parecem insignificantes, como brincar com uma criança num parquinho, pode girar sua realidade de ponta cabeça. Essa ação, foi exatamente, o que mudou a vida de Aria completamen...