Capítulo 7: Decisão.

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Boa Leitura, xoxo

 - Você jura? Que você vai usar isso para me impedir de vê-lo? - Zayn fala depois de uma longa pausa. Respiro aliviada quando ele não menciona de forma direta que vai tentar entrar na justiça de novo. 

 - Não estou falando que vou impedir você de ver Matthew, agora que você sabe sobre ele. - Isso até eu sabia que seria uma missão impossível. - Estou dizendo que você não vai aparecer aqui, depois de anos, achando que vai mandar ou desmandar na vida do meu filho. 

 - Nosso filho. - Ele corrige num tom gélido. 

 - Se você quiser usar os termos técnicos e se sentir melhor. Você não é nada para Matt além de um cara estranho, como Matt não é nada para você além de uma criança qualquer. Você não sabe nada sobre ele.- Quase consigo escutar os dentes de Zayn cerrando. 

 - Você fala como se eu tivesse o abandonado sabendo da sua existência. Quando, que se fosse o caso, eu não teria feito. - Levanto uma sobrancelha para ele, de forma desafiadora e desacreditada. 

 - Ah, não? Seu contrato com a sua gestão deixaria você estar presente na vida de Matthew? Ou você apareceria uma vez ao mês quando desse? Aconteceria com Matt igual acontecia comigo? - Continuo minha fala quando vejo que estava surtindo efeito nele. Eu não deixaria ele virar a situação para que eu me sentisse como a vilã da história. - Esperar por dias para chegar na hora e você não pudesse aparecer? Ele poderia te chamar de pai ou seria algo que estragaria a sua imagem perfeita? Imagine as manchetes, Zayn Malik trai sua adorável noiva e tem um filho fora do relacionamento...

 - Já chega, Aria. - Ele me interrompe. - Você fez o seu ponto. - Eu sabia que tinha feito. - Mas eu não vou perder mais nada da vida dela a partir de agora. - Bufo. 

 - Não fale o que você não pode cumprir, Malik. 

 - Eu estou falando sério, Aria. Eu quero conhece-lo, fazer parte da sua vida. 

 Eu o encaro. Sabia que não iria conseguir convencê-lo do contrário, mas também não poderia permitir que ele simplesmente brotasse na vida de Matthew, sem nenhuma explicação. Era uma mudança muito grande para ser feita de um dia pro outro.

 - Me dê uma semana. - Peço. 

 - Para que? - Controlo a vontade de suspirar, cansada.

 - Para que eu possa explicar as coisas para ele, ou você acha que pode aparecer  na vida dele como se estivesse ali desde o início? - Eu iria continuar atirando farpas nele até não ter mais. E olha que eu tinha muitas. 

 - Ele já perguntou... sobre mim? - Bebo mais da minha taça. 

 - Principalmente no natal e no aniversário. Mas quando ele entrou na escola foi pior... - Falo, mas já não estava realmente no presente momento. Estava lembrando das vezes que ele chegava da escola amuado ou o primeiro dia dos pais quando ele estudava. Seus presentes iam todos pro Noah. - Acho que ficou mais claro que tinha algo faltando vendo as outras crianças, ele vê Noah mais como pai do que tio. 

 - Você poderia ter entrado em contato comigo... 

 - Vamos voltar nesse assunto? Porque a lista de motivos do porquê que eu não fiz isso é bem grande. - Ele suspira, derrotado. 

 - Tudo bem, você tem a sua semana. - Quando acho que não tínhamos mais nada para falar, me levanto. 

 - Você quer ajuda? - Indico os pratos na mesa. Podia odiá-lo, mas ainda era educada. Ele nega antes de me guiar até a porta.

 - Eu realmente vou tentar, Aria. - Ele promete, abrindo as portas. 

 - É bom você tentar mesmo, Malik. Porque o que você fez comigo eu aceitei, mas ouse sonhar em fazer o mesmo com Matthew. - Eu não tinha ameaça o suficiente para fazer com ele. 

 - Eu posso pelo menos dar tchau pra ele? - Penso sobre isso. 

 - Não. - Mas não estava fazendo isso de maldade. - Até eu não falar o que você é, não quero te introduzir como nada na vida dele que o possa deixar confuso. 

 - Tudo bem. - Ele cede e eu confesso estar surpresa com o tanto de concessões que o Malik estava deixando fazer.  - Uma semana. - Ele me lembra. 

 - Uma semana. - Eu concordo. 

************

 Se passam três dias e eu não tenho coragem e nem sei como falar isso para Matthew. Mas, de algum jeito, Zayn tinha conseguido meu número e não era como se ele estivesse me deixando esquecer. Com "algum jeito" poderia ser lido como "Noah". Traidor. 

 - Matt... - Tento começar, colocando um grande prato de panquecas na sua frente. Era o meu jeito de tentar deixas as coisas mais... confortáveis? Para ele? Não sei. - Você se lembra do homem das fotos da casa da vovó? 

 - O que estava na escola? - Concordo, colocando mais xarope doce em cima do seu prato. 

 - Sim... - Meu deus, como que eu falava isso? - Bem, você lembra que a gente sempre disse que seu pai estava fora? - Agora eu consigo sua atenção. 

 - Sim, viajando. - Era melhor do que dizer que estava morto. Ou que não existia, convenhamos. 

 - Então, ele voltou. - Seu olhos dobram de tamanho, enquanto ele olha em volta. 

 - Ele está aqui?? - Sua animação é tanta que ele esquece do garfo em sua mão, ignorando completamente o que estava comendo. 

 - Está. - Quando ele pula da cadeira eu me apresso a corrigir. - Não aqui, aqui em casa, meu bem. - Sua expressão caí. - Mas ele está aqui na cidade, perto. 

 - Nós podemos ir vê-lo?? - Abro a boca e fecho várias vezes, sem conseguir pronunciar nada. 

 - Hoje? - Ele concorda, entusiasmado. Eu não conseguiria manter Matthew em casa nesse estado. - Se ele puder... - Lembro do quanto a agenda de Zayn era cheia, mas se ele estava na cidade de férias, não consigo pensar em algo que o impediria. 

 - Eu vou me trocar! - Mal tenho tempo de o responder quando ele sobe escada a cima. 

 Pego meu celular e tomando coragem, ligo pro número que jamais pensei em ter contato de novo. Ele atende no primeiro toque. 

 - Ele quer ver você. - É o que eu falo. Sem oi, sem tudo bem, apenas o que era pra ser dito. 

 - Agora? - Bem, considerando que Matthew já estava vestido. 

 - Pelo visto, sim. 

 - Onde? Quando? Só você me falar e eu vou, ou você prefere aqui? Eu não ligaria de ser aqui ou o que for mais confortável, eu realmente não me importo de ir para qualquer lugar e... - Interrompo ele. 

 - Zayn, respira. - Continuo quando escuto ele fazer isso. - Na sorveteira perto da sua casa, tudo bem? - Escuto uma porta fechando do outro lado da linha. 

 - Eu já estou lá. - E eu não duvidava que estaria. 

Past - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora