Capítulo 55

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Quatro semanas já haviam se passado e ninguém tinha respostas quanto ao paradeiro de Marcelo. Ele simplesmente sumiu.
A maioria dos hematomas de Luísa, já tinham desaparecido de seu corpo. Apenas a barriga ainda continha vestígios daquele dia tenebroso. Luísa ainda teve alguns pesadelos durante a primeira semana. Agora está tudo bem novamente, seu sono voltou a ser tranquilo. Em todos os pesadelos Otto fazia o mesmo, a levava para o colo e não dormia até que Luísa acordasse no dia seguinte.
Otto tinha uma viajem importante para fazer, mas estava relutante em deixar Poliana e Luísa sozinhas. Com isso ele contratou dois seguranças particulares para seguir cada passo delas em sua ausência. Mesmo assim estava indo com o coração partido e angustiado.
Quando Otto anunciou a viajem, Luísa sentiu uma falta de ar tão grande que achou que morreria, sem contar na angústia que a persegue dês desse dia. Ela não quis contar nada a Otto para não preocupa-lo ainda mais. E com os seguranças e o sistema atualizado de Sara, tudo iria ficar bem. Achava que tudo o que estava sentindo era só um reflexo do ocorrido, sabia que com toda essa operação criada por Otto, ela e Poliana estariam seguras.

Otto velava o sono de Luísa todas as manhãs desde que os pesadelos começaram. E continuou mesmo quando eles sessaram.
Ele sempre acordava antes dela e nunca saia da cama sem que ela tivesse despertado.
Agora estava ali admirando a beleza dela.
Os lábios carnudos, a bochecha com seu tom rosado de antes, os cabelos lisos escorridos pelo travesseiro. Apoiado no cotovelo ele estica o outro braço e alisa delicadamente o rosto de Luísa, que se meche e esfrega os olhos ao sentir o toque dele.

—Bom dia, meu amor!  -sussurra Otto assim que Luísa abre os olhos

—Bom dia, amor!  -responde com um sorriso lindo no rosto

De repente Luísa faz uma careta e aperta a barriga. Afastando os lençóis, corre até o banheiro o mais depressa que pode e vomita dentro do vaso sanitário tudo o que tinha no estômago. Otto aparece logo atrás segurando seus cabelos enquanto ela vomita.
Quando finalmente Luísa termina ele ajuda ela a voltar para cama.

—Você está bem, amor? -pergunta preocupado

—Estou sim! Deve ter sido apenas algo que comi ontem. -responde

—Está bem. Mas se persistir é bom ir ao médico. Amor, é hoje que preciso fazer aquela viagem urgente para conhecer uma empresa nova que estou querendo investir. Mas agora estou pensando em adiar.

—Não precisa adiar sua viagem, eu estou bem, e outra, você vai aqui pro Rio, rapidinho estará de volta. -ele a olha desconfiado.

—Tudo bem. Voltarei o mais rápido que puder. E por favor não saia de casa sem o segurança e deixe o alarme da casa sempre ligado. A Sara já está atualizada e qualquer sinal de alerta ela vai chamar a polícia. Não podemos arriscar sua vida, com o Marcelo ainda por aí.

—Farei exatamente o que você está pedindo. Pode ir tranquilo. Te amo.

—Tranquilo só estarei quando aquele canalha for pego. Também te amo, mais que a mim mesmo. -ele se inclina e cola seus lábios aos de Luísa num beijo carinhoso que logo ganha velocidade e paixão.

Mais tarde naquela manhã Luísa e Poliana estão na porta se despedindo de Otto

—Se cuidem por favor. E me liguem todos os dias. -adverte encarando Luísa

—Tudo bem pai, vamos fazer isso. Pode ir tranquilo.  -rebate Poliana com humor e Otto a encara

—E você mocinha cuide da sua tia e não saia sem o segurança. Eu amo vocês.  -ele se inclina e deposita um beijo na testa da menina.

Voltando a atenção para Luísa ele diz

—Eu te amo, meu amor. Te amo mais que tudo. Vocês são tudo para mim. -ele se despede beijando carinhosamente a boca de Luísa

Otto decidiu ir de carro até o Rio. Ele entra no carro, dar a partida e segue viagem.
Assim que Otto vai embora, Luísa e Poliana entram na mansão e os seguranças que antes estavam do outro lado da rua, ocupam seus postos em frente a porta principal.
Ao chegar na sala Luísa sente uma leve porém forte tontura e cambaleia. Ao perceber o desequilíbrio da tia, Poliana a segura evitando que ela caia.

—Você está bem, tia? -pergunta preocupada

—Estou sim! Foi só uma tontura. Deve ter sido por que não comi nada no café da manhã. -explica

—Nesse caso vou buscar algo para você comer!

—Não precisa Poli. Estou sem fome. -fala sentando no sofá

—Mas você precisa comer algo, tia. Então vou buscar um chazinho para você. -antes que Luísa pudesse dizer algo a menina sai correndo em direção a cozinha.

Minutos depois Poliana volta com uma bandeja contendo uma xícara de chá e alguns biscoitos de grãos que a tia adorava.
Luísa agradece assim que a menina senta ao seu lado com a bandeja no colo e entrega a xícara a tia. Ela toma um gole do chá e pega um biscoito.
Bebericando o chá e comendo mais alguns biscoitos Luísa conversa com Poliana sobre a escola da menina. Quando de repente ela sente um enjoou e sai correndo em direção ao banheiro. Poliana corre logo atrás e a ajuda segurando seus cabelos enquanto ela vomita tudo o que havia comido.

—Tia. Definitivamente você não está bem. -adverte assim que a tia para de vomitar

Luísa não diz nada. É então que seus pensamentos são invadidos por datas, pílulas e atrasos. Ela decide marcar uma consulta para o dia seguinte. Mas antes que suas suspeitas pudessem ser confirmadas, uma notícia chega mudando todos os seus planos.

Continua ...

Orgulho e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora