Capítulo 82

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O sol brilhava tão forte no céu, o dia estava tão claro e lindo, que parecia estar sorrindo para todos os moradores da terra.
Luísa assistia desenho com Olívia no escritório, enquanto Maria -a secretaria do lar temporária- cuidava da cozinha.
Luísa olhava pela janela, estava envolta em pensamentos, sentia falta de Otto a todo momento, um mês e meio havia se passado desde o dia que resolveu sair de casa, mas sua saudade apenas aumentava, chegou momentos de a saudade estar tão grande que chegara a doer no peito.
O ruído sonoro da campainha ecoa pela casa, Luísa olha para o lado, mas Olívia estava tão atenta ao desenho que parece nem ter escutado, então ela se levanta do sofá e vai em direção a porta principal, ao sair do escritório Luísa vê Maria saindo pela entrada que dava acesso a cozinha.

—Pode deixar que eu atendo, Maria.  -informa, Maria confirma com a cabeça e retorna para a cozinha.

Luísa gira a chave na maçaneta para destrancar a fechadura, antes mesmo de abrir a porta ela já sabia quem era, reconheceria aquele perfume em meio a uma multidão.
Então ela enfim abri, e lá estava ele, o dono de suas insônias constantes, de seus pensamentos repentinos.

—Bom dia, Luísa -cumprimenta, seu tom era rouco, e se Luísa não estivesse enganada diria até que sedutor.
—Bom dia, Otto. Poliana já foi a escola e Olívia está vendo TV no escritório. Pode ir até lá se quiser.

Ela fecha a porta, mas ao se virar, se sobressalta ao ver Otto parado a alguns centímetros encarando-a. Seus olhos cintilavam, o tom azul brilhante parecia mais escuro, mais intenso. Luísa percebe os olhos dele percorrendo cada centímetro de seu corpo, nunca tortura desconfortavelmente  íntima.

—Percebi que você está usando o cabelo preso com antes. -sua voz aveludada provoca arrepios incoerentes em Luísa
—Sim. É mais prático quando se tem que cuidar de uma bebê que não para quieta.  -responde abaixando a cabeça para desviar do olhar intenso que ele lhe direcionava

Ela não percebe quando ele se aproxima lentamente parando muito perto dela, tão perto que Luísa pôde sentir o calor que manava do corpo dele.

—A primeira vez que te revi aqui no escritório assim que descobri a paternidade, algo em você mexeu comigo, desejo talvez. Tudo o que eu queria era tirar toda aquela sua arrogância num beijo.  -sua voz rouca faz Luísa sentir o sangue quente correr por suas veias
—Você não teve essa coragem. -responde o encarando nos olhos — E provavelmente eu teria te dado um belo tapa na cara. -diz ofegante, lembrando dos beijos dele.
—Provavelmente isso teria acontecido. E teria sido merecido, não tinha a intimidade que tenho hoje.  -um sorriso malicioso desenha seus lábios

Luísa engole em seco, não consegue rebater, estava ocupada demais tentando se lembrar como respirava. Vendo que havia deixado a mulher completamente desnorteada, Otto estica uma das mãos e alcança a nuca de Luísa, lentamente ele sobe a mão até alcançar por baixo o elástico que prendia o cabelo dela num rabo de cavalo. Ele se inclina o mais próximo que pode da orelha da mulher.

—Sabe qual o meu desejo nesse momento, Luísa ?  -sua voz sai tão sedutora, que faz o corpo inteiro de Luísa ficar rígido em alerta
—O quê ?  -pergunta num sussurro
—Te levar para o quarto e te amar até fazer você esquecer seu próprio nome.  -ele pontua a frase com uma mordiscada no lóbulo da orelha dela, causando arrepios em todo seu corpo.

As pernas de Luísa ficam bambas e Otto percebe, vendo o efeito que ele estava causando a ela naquele momento, o fez querer mais.

—Luísa, sua boca pode dizer que não sente minha falta, porém seu corpo grita uma resposta contrária. -provoca

Com a mão em volta do elástico, Otto segura firme inclinando levemente a cabeça dela para trás deixando seu pescoço completamente exposto. Sua outra mão, antes livre, agora a envolvem pela cintura. Ela não diz nada, não consegue. Sua respiração sai entrecortada, seu coração acelerado mais parecia uma escola de samba batucando em seu peito.

—Preso assim, também fica mais fácil para mim. -murmura ele junto a pele macia do pescoço dela, agora ganhando um tom rosado bem mais forte. 

Ele beija toda extensão do pescoço de Luísa, espalhando beijos quentes em cada pedacinho de pele que compunha o pescoço.

—Otto ...  -murmura num sussurro tão baixo que ele não teria ouvido se estivesse alguns centímetros mais distantes
—Otto Sim ou Otto não ?  -pergunta, sua boca ainda colada a pele
—Otto mais !  -responde ofegante

Otto toma sua boca num beijo quente e abrasador, acentuado por uma saudade  avassaladora. Ele a imprensa ainda mais contra seu corpo, fazendo-a sentir o quanto a desejava e estava com saudade. A falta de fôlego acabou sendo seu inimigo momentâneo, os obrigando a se afastarem, apenas o suficiente para recuperar o ar perdido.
Suas testas coladas, a respiração estava ofegante saindo em bafos quentes indo de encontro aos lábios do outro.

—Por favor volta para mim, Luísa. Volta para nossa casa. Trás minha família de volta para mim.  -súplica ele
—Ainda não estou pronta, Otto. Aquela imagem ainda assombra meus pensamentos. Ainda é muito difícil esquecer o que vi.  -responde se desvencilhando dos braços dele
—Luísa ...  -começa ele, mas é interrompido ao ouvir uma voz fininha chamar por ele

Ao se virar, Olívia vinha correndo em sua direção com os bracinho abertos prontos para envolver o pai em uma abraço cheio de saudades e amor.
Ele pega a pequena nos braços e a joga duas vezes para o alto arrancando gritinhos e gargalhadas de felicidades da menininha.

—Vou buscar a mochila dela.  -diz Luísa se afastando dos dois e indo em direção ao escritório

Momentos depois ela volta e entrega a mochila a Otto.

—Se comporte em mocinha ! -exclama sorrindo, enquanto faz cócegas na filha.
—Luísa ...  -sua voz soa frágil
—Me dá mais um tempo Otto, por favor.  -pede o encarando nos olhos

Otto coloca a mochila junto a porta e se aproxima de Luísa, a envolve pela cintura com a mão livre e lhe dá um beijo carinhoso na testa.

—O tempo que você quiser, meu amor. -afirma, suavemente

Olívia aproveita a oportunidade e envolve a mãe pelo pescoço num abraço apertado.

—Te amo, mamãe. 
—Também te amo, minha pequena.

Luísa da um beijo no rostinho da filha, em seguida pega a mochila dela, entrega ao pai fechando a porta ao saírem. Ela volta para o escritório e continua vendo o desenho que a filha deixou inacabado, mesmo encarando fixamente a tela da TV a sua atenção estava no beijo e no causador dele.
Luísa não podia negar, ele mexia com ela e fazia isso com maestria e perfeição.

Cerca de quarenta minutos depois, a campainha toca novamente, o coração de Luísa da um salto. "Será que é ele novamente" pensa ela.
Ao se aproximar da por ela sente que o perfume não é o mesmo, então constata que não é Otto que está do outro lado. De uma única vez ela gira a maçaneta e abre a porta. Seus olhos se arregalam de imediato, sua mente demora um tempo, mas enfim consegue processar o que seus olhos estão vendo bem ali a sua frente.

Continua ...

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