Luísa sentou no sofá para ler enquanto Poliana também lia ao seu lado. A menina pediu a tia para ficar em casa lhe fazendo companhia.
Luísa havia cochilado e pouquíssimos minutos depois começa a gritar, de sua garganta saem gritos assustadores, assustando assim Poliana.
Luísa abre os olhos abruptamente e encara a sobrinha. Uma mistura de medo, agonia e dor refletia fortemente através deles.—Seu pai! -exclama Luísa
—O que tem meu pai, tia? A senhora está me assustando.
—Aconteceu alguma coisa. Liga para ele Poliana. -pede aflita
O celular de Otto tocava insistentemente, mas ninguém atendia, o aparelho havia sido jogado para fora e parado a alguns centímetros do veículo. Dentro do carro, Otto estava de cabeça para baixo inconsciente e preso entre o volante e seu banco.
Por todo seu rosto haviam cortes superficiais e um corte fundo em cima de sua sobrancelha direita. Tinha estilhaços de vidro por toda parte da rodovia, o carro estava irreconhecível e completamente destruído.
O trânsito foi interrompido e uma multidão se formou em volta do veículo. Minutos depois ambulâncias e viaturas da polícia federal chegaram ao local do acidente.Trinta minutos depois de ter tentado contato com Otto pela primeira vez e sem obter resposta, Luísa estava aflita andando de um lado a outro da sala com seu celular na mão.
—Tenta de novo, Poliana! -pede ainda mais angustiada
Mas antes que Poliana pudesse discar o primeiro dígito, o celular dela toca.
Ligação on:
—Pai? -chama e Luísa corre até ela —Onde está meu pai? -pergunta. Atendeu tão depressa que nem percebeu que o número na tela não era o de seu pai.
—Por favor me passe para algum adulto. -o homem fala do outro lado da linha
—Tudo bem! Vou passar para a minha tia. -a menina entrega o telefone a tia que recebe com as mãos trêmulas
—Alô? Com quem falo? -pergunta Luísa tentando manter a calma
—Bom dia Senhora! Sou o Sargento Oliveira, da polícia federal. Você é a esposa do Sr. Otto César Monteiro? -pergunta e Luísa hesita antes de responder. Era a primeira vez que recebia o título de esposa de Otto
—Sim! Me chamo Luísa! -exclama e continua muito angustiada —Aconteceu algo com ele? -ela pergunta e vendo o quanto sua tia tremia, Poliana a abraça de lado.
—Infelizmente a notícia que lhe trago não é das melhores. Seu marido sofreu um acidente gravíssimo na rodovia Presidente Dutra na altura da Serra das Araras. -nesse momento Luísa sentiu sua cabeça girar e cambaleia. Poliana a leva até o sofá. Luísa mantém o celular no ouvido escutando o sargento dizendo —Ao que parece ele perdeu o controle do veículo, colidindo com a mureta de proteção e capotou algumas vezes. O encontramos com vida e o socorro médico foi feito, ele está sendo levando de helicóptero ao hospital particular que atende sua família. Encontrei o cartão do hospital na carteira de seu marido. Os pertences foram enviados junto com o paciente. O Sr. Monteiro deve chegar ao hospital em menos de 10 minutos. A senhora pode ir até lá e terá mais informações quanto ao quadro de saúde dele.
Luísa estava ainda mais zonza e enjoada. Só conseguia pensar no seu amor todo machucado sendo retirado do carro destruído e levando para um hospital. Luísa joga o celular no sofá e corre até o banheiro. Ao chegar lá, ela vomita o pouco que tinha no estômago. Ela se senta ao chão do banheiro se abraçando ao próprio corpo enquanto lágrimas pesadas escorrem por seu rosto.
Poliana chega em silêncio senta ao lado dela e a abraça. Juntas elas choram. Algum tempo depois Poliana quebra o silêncio dizendo.—Temos que ir ao hospital, tia. Precisamos saber como ele está. Agora mais que nunca precisamos ser fortes.
Nessa hora a campainha toca e Sara libera a entrada.
—Deve ser o tio Durval. Eu liguei para ele assim que o policial desligou. Contei tudo e pedi para ele nos acompanhar até o hospital. -explica Poliana
Durval entra no quarto de Luísa e chama por Luísa e depois por Poliana
—Estamos aqui no banheiro, tio Durval. -grita Poliana
Indo até o banheiro ele encontra Luísa sentada ao chão com os olhos vermelhos e fundos de tanto chorar. Poliana chorava abraçada a ela. Aquela cena partiu seu coração. Ele se agacha e abre os braços num convite silencioso, que Luísa e Poliana aceita de imediato.
—Vocês precisam ser fortes meus amores. Ele mais do que nunca, precisa de vocês. -fala abraçado as duas. —Agora vão se arrumar, pegar os documentos necessários e vamos para o hospital.
Vinte minutos depois Poliana, Luísa e Durval chegam ao hospital. Luísa vai atrás de notícias e descobre que ele deu entrada no hospital a quase uma hora, que seu quadro é gravíssimo e naquele exato momento ele passa por uma cirurgia delicada.
A recepcionista pediu para que ela aguardasse na sala de espera VIP do hospital, que assim que possível o médico responsável iria até lá lhe dar mais informações.
Os três se dirigem até a sala indicada pela recepcionista.
A sala privilegiada ou sala VIP como era chama, era um espaço amplo, arejado e especial, oferecido para todos que por algum meio tem o direito de receber os privilégios dado pelo hospital. No caso de Otto eram seus investimentos altíssimos que lhe davam esse tipo de regalia.
Ao entrar Luísa e Poliana estavam muito preocupadas e aflitas para reparar na grandeza e luxuosidade daquele lugar, mas Durval observou tudo. A sala VIP fica localizada no terceiro andar do hospital. Ao sair do elevador portas duplas de vidro se abrem através de seu sensor de presença, ao passar das portas da para se ter uma visão ampla da sala em seu tom impecável de branco, uma mesa de madeira rústica no canto esquerdo carrega em cima um grande jarro de vidro com um buquê esplendoroso de rosas brancas, um lustre magnífico fica centralizado no teto com várias luzes embutidas ao redor para fortalecer a iluminação durante a noite. Durante o dia duas grandes janelas localizadas na parede oposta a porta de entrada são encarregadas de iluminar o espaço.
Ar condicionados de primeira linha mantém o ambiente sempre refrigerado e fresco para os acompanhantes de seus pacientes VIPs. Dois sofás grandes na cor creme estão localizados de cada lado da sala, um tapete felpudo branco no chão com uma mesa de centro no meio e algumas revistas no suporte de baixo; para finalizar, uma grandiosa tevê tela plana 4K está fixa na parede entre as duas grandes janelas.
Enquanto Durval fica impressionado com aquela sala, Luísa e Poliana estão no sofá aguardando notícias.Horas depois Durval assistia tevê, enquanto Luísa folheava uma revista, -mas sem prestar atenção em nada que ela continha nas páginas, estava aflita demais para pensar em algo que não fosse seu amor na sala de cirurgia - e Poliana dormia com a cabeça em seu colo. A menina chorou até não aguentar mais e cair no sono. De repente as portas duplas se abrem e o médico entra seguido por dois enfermeiros. Durval fica de pé no mesmo instante, por causa de Poliana, Luísa teve que permanecer sentada. E logo pergunta, sem esperar as apresentações:
—O que aconteceu com meu marido doutor? Por favor não esconda nada! Ele vai ficar bem? -Luísa estava tão nervosa que nem percebeu que se alto titulou esposa de Otto.
Continua ...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Orgulho e Amor
FanfictionLuísa D'avilla , uma mulher jovem de 32 anos , contadora que cuidava das finanças da família , vivia sozinha em sua mansão depois da morte dos pais . Após alguns anos sua irmã que a muito tempo ela não via , morreu e a guarda de sua única filha foi...