Capítulo 104

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Meses tranquilos se passaram , Olívia estava adorando cada vez mais a escola , graças aos céus ela não havia sofrido nenhum tipo de trauma por conta do sequestro e da morte . Ainda era a menina doce , feliz e sorridente de sempre . Por outro lado Luísa e Otto ainda tentava apagar toda aquela experiência aterrorizante de suas mentes . Poliana estava bem , o jogo do contente estava tão fincado em sua pele que era como um remédio para suas feridas .

Luísa e Otto estavam voltando com as meninas da escola quando as contrações chegaram , Otto percebeu Luísa apertando o banco do carro ao seu lado e sua respiração ofegante denunciou que algo estava acontecendo .

—Otto ... -diz Luísa com dificuldade
—Estou indo para o hospital agora mesmo , meu amor . -exclama acelerando o carro
—Tia , está em trabalho de parto ? -pergunta Poliana e Otto afirma com a cabeça sem desviar seus olhos da pista a sua frente
—Os bebês vão nascer ? Ebaaaa ! -exclama Olívia transbordando de felicidade
—Vai sim , princesa . -responde Otto , ainda olhando para frente  —Poliana , liga para seus tios e pede para eles passarem lá em casa para pegar as malas dos bebês e a de sua tia , por favor . -pede Otto dessa vez olhando a filha pelo espelho retrovisor e lhe oferecendo um sorriso carinhoso , porém tenso
—Vou fazer isso agora mesmo , pai . -responde lhe devolvendo um sorriso encorajador

Em poucos minutos Luísa da entrada no hospital , Poliana e Olívia ficam na recepção , Durval e Claudia chegam logo em seguida com as malas . Otto as pega e agradece , rapidamente ele volta correndo para o quarto , Luísa já estava sendo preparada . Otto se posiciona ao lado da esposa segurando firme em sua mão para lhe dar forças . A anestesia foi dada e a cesariana iniciada .
O coração de Otto batia tão alto que ele temia que os médicos pudessem ouvir , estava tão emocionado que seus olhos não conseguiam conter as lágrimas , ele não conseguia parar de pensar no Otto de antigamente que não tinha nada nem ninguém e que agora poderia dizer que tinha tudo . Sua família é seu tudo .
O chorinho fininho do primeiro bebê soou pela sala de parto . O Lui nasceu , logo foi limpo e entregue a Luísa enrolado numa manta azul . Ao sentir o calor da mãe seu chorinho sessou e Otto teve a sensação de vê-lo sorrir . Luísa encarou o esposo , seus olhares se encontraram e a mais linda das declarações de amor foi dita no silêncio daquela troca de olhar . Mais um chorinho foi ouvido , depois de todo processo de limpeza , Liz foi enrolada numa manta rosa e entregue nos braços da mãe , mas ao contrário do Lui ela não parou de chorar .

—Por que não segura ela papai ? -sugeriu uma das enfermeiras

Com as mãos trêmulas Otto esticou os braços e pegou o pacotinho no colo , colocando-a junto ao peito . Instantaneamente a pequena Liz parou de chorar e se aconchegou sentindo o calor do pai .
Luísa observava toda a cena , ela sentiu seu coração parar ou talvez tenha se acelerado ainda mais . Ela não sabia dizer , só o que sabia era que estava sendo inundada por ondas intensas de amor . Ela olhou de Otto para a pequena Liz e sorriu , era engraçado tudo aquilo , o homem a quem ela julgava ser um monstro e gritava para todos o quanto o odiava , agora estava na sala de parto segurando o bebê dos dois nos braços . E ela não se imaginava mais vivendo sem ele .

Luísa e os bebês foram levados para o quarto . O fato de Otto ser um dos maiores investidores do hospital garantiu a sua família um dos melhores quartos da ala da maternidade ; grande , iluminado e muito confortável .
Os bebês foram alimentados , arrumados e estavam prontos para conhecer suas irmãs mais velhas . A porta do quarto foi aberta e Luísa viu os olhinhos das meninas se iluminarem quando viram os bebês . Olívia atravessou o quarto correndo e quando alcançou a cama pediu ajuda ao pai para subir . Segurando o Lui com um braço Otto usou o outro para colocar Olívia sentada junto a mãe . Nesse momento Poliana se juntou a família , ela ficou de pé junto a tia , segurando a mãozinha pequenininha de Liz .
Olívia olhou de Liz para Lui , inclinou a cabeça para o lado e perguntou inocentemente

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