Capítulo 31

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Virando, encontra Poliana caída por cima do braço e gritando de dor. Ela havia entrado correndo na casa e escorregou no chão molhado. Otto corre na direção dela e se abaixa para tentar ajudar a menina a se levantar, mas sua ação causa mais dor em Poliana que começa a gritar.

—AI AI AI... ESTÁ DOENDO MUITO PAI!  -grita Poliana em meio ao choro

Otto se desespera e começa a gritar por Luísa, que ao ouvir os gritos desce correndo e vai de encontro a eles.

—O que aconteceu aqui?   -pergunta aflita

—Poliana escorregou e parece que quebrou o braço.  -Luísa olha para sobrinha com os olhos arregalados e entra em pânico

—Mas... mas... mas e agora o que a gente faz? Ela precisa ir ao hospital.   -gaguejar foi inevitável, estava desesperada

—Calma, Luísa! Você se desesperar não vai ajudar em nada. Vou trocar de roupa primeiro e levá-la para o carro, enquanto isso você se troca, pega roupas secas para ela e nos encontra na garagem. -sugeriu tentando tranquilizar a todos. Luísa confirma com a cabeça e ele se vira em direção a filha —Vai ficar tudo bem meu amor. Vou pegar um roupão, você coloca ele e lá no hospital se troca, o médico saberá o que fazer para você não sentir tanta dor.

Otto sobe as escadas e vai se trocar, rapidamente ele desce, entrega o roupão a Poliana que o veste gemendo de dor, pegando ela no colo entre gemidos e protestos, ele a leva até o carro e ficam esperando por Luísa que não demora. Em poucos minutos eles estão no hospital.
No caminho Otto liga para seu amigo Doutor Helmut e conta a situação, imediatamente o médico prepara tudo para a chegada da menina.
Durante todo o caminho Poliana ia gemendo baixinho

—Sinto muito filha, eu não deveria ter entrado todo molhado em casa.  -fala arrependido

—Está tudo bem, pai! Foi um acidente, eu vou ficar bem.  -Poliana tenta acalma-lo

—Não foi culpa sua Otto, acidentes acontecem.  -Luísa toca em seu ombro e ele a olha triste

Ao chegar no hospital, Poliana logo é encaminhada a sala para exames, Luísa lhe acompanha enquanto Otto fica na recepção preparando a ficha de atendimento. Quando termina de preencher toda ficha, Otto se dirigi a sala onde Poliana está sendo atendida, o raioX já havia sido tirado e o médico estava dando a explicação.

—Bem... Ela fraturou o úmero. Ele saiu um pouco do lugar. A fratura foi a causa de uma queda com o braço estendido. Geralmente, os ossos fraturados permanecem no lugar ou unidos e, assim, tendem a consolidar-se por si só. É o caso de Poliana. Mas essa fratura causa dor e inchaço no ombro e no braço, além de limitarem os movimentos do braço.

—Será necessária cirurgia, doutor?   -pergunta Otto preocupado

—Não. Mas será necessário imobilizar, mandarei engessar, assim a recuperação será mais rápida e eficaz.  -explica o médico, causando um alívio imediato em Otto e Luísa

Poliana foi encaminhada a uma outra sala para colocação do gesso, sua tia e seu pai lhe acompanharam de perto. O gesso foi colocado desde a mão até a altura do ombro, o médico passou remédios para dor e para que não houvesse infecção, em seguida Poliana foi liberada e pôde voltar para casa.

—Que susto você nos deu, Poliana.  -conta Luísa entrando em casa e se jogando no sofá

—Desculpa, tia.  -fala triste

—Não precisa se desculpar, meu amor. Vem aqui.  -Luísa chama ela para seu lado  —Foi um acidente, agora já está tudo bem e logo logo você vai estar cem por cento recuperada.

—Pai o que foi? Por que está tão calado?  -pergunta Poliana, ao ver que o pai não disse nada desde que chegou. Apenas sentou à mesa.

—Estou bem filha. Por que você não vai se trocar?  -sugere ele

—Tem razão. Tia vou precisar de ajuda.  -admite olhando para tia e sorrindo timidamente

—Claro! Vamos lá!  -Luísa se levanta e as duas seguem até o quarto

Otto só conseguia sentir culpa, por ter sido tão descuidado e ter causado tamanha dor na filha.
Caminhou até o sofá e ficou lá pensando em tudo o que acabara de acontecer em sua vida. Finalmente ele havia voltado a amar alguém e esse alguém estava indo embora e iria se casar com outro e agora sua filha sofre um acidente e fratura o braço. Acidente esse que poderia ter sido evitado.
Otto estava tão envolto em seus pensamentos que nem percebe que Luísa tinha entrado na sala e sentado ao seu lado.

—Otto? Otto?   -Chama algumas vezes, até que ele torna a si e a encara

—Oi. Faz tempo que está me chamando?  -pergunta confuso

—Não muito. Ei... não foi culpa sua o acidente ter acontecido, para de pensar nisso. Poliana já está ótima e sorrindo. Já já ela só vai ter lembranças do ocorrido. 

—Você tem razão.  -fala suavemente

—Sei disso!  -sorri e consegue arrancar um sorriso dele

—Luísa... Você vai mesmo se casar com o Marcelo?   -pergunta triste

—Por favor, Otto. Não torna as coisas ainda mais difíceis.  -pede Luísa

—Eu estou tornando difícil? É você quem está fugindo dos sentimentos.

—Não estou fugindo de nada, Otto. Desde o início você sabia que eu estava noiva.

—Sabia sim! Mas eu não contava com o fato de me apaixonar por você e sei que o sentimento é recíproco.

—Mesmo que fosse, Otto. Não podemos ficar juntos, tem muito em jogo, já te expliquei. Por favor, não vamos mas tocar nesse assunto. Vou ver como Poliana está.  -se levanta e segue até o quarto

Otto fica observando Luísa se afastar e em seguida segue até o escritório, decidiu trabalhar, isso o mantinha com a cabeça no lugar.

Ao chegar no quarto o celular de Luísa toca e o número na tela lhe trás esperança.

Continua ...

Orgulho e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora