Ter aquela menininha nos braços fez Luísa sentir emoções e sentimentos que jamais havia sentido. Ver aquele bebezinho tão dependente dela a fez perceber que precisava protegê-la com toda sua força.
—Ela é tão linda. Não consigo parar de pensar que eu poderia nunca tê-la conhecido. -confessa Otto
Luísa levanta o olhar e encontra os dele. Nem por um segundo ele saiu de seu lado. Poliana foi para a casa dos tios, mas Otto se recusou a deixar Luísa e Olívia com qualquer outro acompanhante que não fosse ele.
Ao encarar seu olhar Luísa pôde ver um vislumbre de alegria e medo refletidos ali.—Não diga isso meu amor. É claro que você conheceria nossa filha. O destino não seria tão cruel assim. -afirma Luísa com um sorriso carinho no rosto —Quer segurar sua filha? -pergunta Luísa
Otto hesita por um momento, a muitos anos não pegava um bebê no colo. Não lembrava como fazia.
—Não tenho certeza se ainda sei fazer isso Luísa. -sorri nervoso
—Claro que sabe! -exclama Luísa. —Venha. Pegue-a no braço.
Luísa tira Olívia do peito delicadamente, a menininha resmunga um pouco mas logo volta a dormir. Otto estica os braços e todo desajeitado tenta uma posição confortável para segurar o bebê.
—Viu que você ainda leva jeito? -brinca Luísa
—Acho que não meu amor, olha isso, já até despenteei a garota. -diz ao fazer mais um movimento e a faixinha cair do cabelo da menina
—Essa é a primeira tentativa meu amor. Você vai pegar o jeito novamente. -afirma sorrindo
Otto tenta mais algumas posições até que finalmente pega o jeito.
Olhando para aquela bebezinha nos braços, Otto sustentava um sorriso bobo no rosto. Lágrimas escorrem de seus olhos, se sentia o homem mais feliz do mundo.
—Só não digo que daria minha fortuna por seus pensamentos por que minha fortuna são vocês. -admite Luísa tirando Otto de seus devaneios
—A minha fortuna que são vocês. -responde ele e encara Luísa —E era exatamente nisso que eu estava pensando. A pouco mais de um ano atrás eu não tinha ninguém além da minha robô e do meu cachorro. E olha eu aqui agora. A mulher que me ensinou a amar novamente e a que mais amo nessa vida, que por sinal também me deu um trabalhão para conquistar -ele sorrir —Hoje me deu o presente mais precioso que um homem pode ter. Uma família.
Emocionada Luísa abre os braços para recebê-lo. Otto deita Olívia em seu colo e se debruça sobre Luísa a abraçando.
—Eu te amo. E não me arrependo nem por um segundo de ter escolhido você. -sussurra Luísa aconchegando a cabeça na dobra do pescoço de Otto.
Olívia resmunga por estar sendo quase esmagada pelos pais. E Otto se afasta de Luísa abrindo espaço para a bebê que instantaneamente voltou a ficar quietinha em seus braços.
—Será que isso foi ciúmes? -pergunta Otto sorrindo
—Acredito que foi uma reclamação por estarmos apertando ela. -diz Luísa em tom brincalhão.
Luísa fica ali observando Otto conversar com a pequena e seu coração transborda de alegria e amor, mas como num passe de mágica tudo vira escuridão. Ela lembra do Marcelo e tudo o que ele já tentou fazer para matá-los. Sim, Luísa não tinha a menor dúvida que ele tenha provocado o acidente que quase matou o Otto. Até então a polícia não tinha provas de que tenha sido ele, mas na lista de suspeito ele é o primeiro. A imagem da noite passada volta com tudo a sua mente. Luísa tinha certeza que era o Marcelo que estava em sua varada. Não sabia como ele chegou ali, mas tinha certeza que era ele.
—Olha amor o que ela... -as palavras morrem quando ele vê o desespero e a palidez no rosto de Luísa. —Amor? O que foi? Por que está me olhando com essa cara? -pergunta preocupado
—O cara da noite passada, tenho certeza que foi o Marcelo. -afirma sem desviar o olhar do dele
—Não pense nisso agora, Luísa!
—Como posso não pensar nisso, Otto? Ele me espancou até que eu perdesse os sentidos, provocou seu acidente te deixando em coma por meses! MESES! -grita ela —Não imagina o que é acordar todos os dias com a incerteza de que você voltaria para mim ou me deixaria para sempre. -lágrimas escorrem por seu rosto. —E agora que você saiu do coma e finalmente eu pude respirar aliviada, ele volta e passa a noite na nossa varanda nos observando! Eu tenho medo, Otto! Medo do que ele pode fazer com nossas meninas. -chorando, Luísa estica os braços pedido Olívia.
Otto entrega a menina a ela e sobe na cama.
Se aconchegando ao lado de Luísa ele passa os braços ao redor dela e a abraça, depositando um beijo suave no topo de sua cabeça, ele diz.—Te prometo que aquele covarde não vai chegar perto das nossas meninas. E se ele chegar vou garantir pessoalmente que ele pare de respirar.
Luísa e Olívia tiveram alta na manhã do dia seguinte. Ao chegar em casa uma pequena comemoração havia sido organizada por Claudia e Joana.
Rapidamente todos cercaram Luísa e Olívia para dar as boas vindas. As crianças queria a todo custo pegar a bebê no colo, mas foram impedidas por seus pais. O que gerou uma onda de resmungos e protestos por parte das crianças.—Tem sorvete na cozinha. Por que vocês não vão até lá pegar? -diz Claudia e todas as crianças saem correndo em direção a cozinha
—Agora temos paz! -exclamou Joana e todos riem
Otto passou a tarde fazendo companhia as visitas. Mas ele só conseguia pensar nas palavras de Luísa. Ela tinha razão. O Marcelo tentaria algo e ele precisava descobrir o quê ou pelo menos proteger sua família.
No final da tarde quando todos foram embora, Otto, Poliana, Luísa e a pequena Olívia foram para o quarto do casal. Todos se aconchegaram na imensa cama de casal. Luísa senta entre as pernas de Otto enquanto Olívia está deitada na cama com Poliana ao seu lado também deitada porém apoiada em um dos cotovelos observando a irmãzinha.—A Liv. É tão linda que as vezes penso que é uma boneca. -afirma Poliana e todos riem
—Ela é tão linda quanto você meu amor! Não posso me gabar mas só faço filhas lindas. -diz Otto divertido
Luísa e Poliana trocam alguns olhares antes de caírem na gargalhada. Otto finge ficar bravo mas não aguenta por muito tempo e sede a gargalhada também.
—Preciso admitir que você tem razão meu amor. -admite Luísa se aconchegando ainda mais nele.
De repente um grande estrondo vem da cozinha. Otto salta da cama ao mesmo tempo que Luísa se inclina pegando Olívia nos braços e puxando Poliana para junto dela, se aconchegando com as duas junto da cabeceira da cama. Poliana tremia de medo e Liv chorava com o susto que levou ao ser pega de forma brusca pela mãe. Ela tentava acalentar a menina até que ela se calou. A passos lentos e firmes Otto se aproximou da porta do quarto quando outro estrondo rompeu o silêncio.
Otto sai correndo em direção a cozinha deixando Luísa gritando para que ele não fosse.Continua ...
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Orgulho e Amor
FanfictionLuísa D'avilla , uma mulher jovem de 32 anos , contadora que cuidava das finanças da família , vivia sozinha em sua mansão depois da morte dos pais . Após alguns anos sua irmã que a muito tempo ela não via , morreu e a guarda de sua única filha foi...