Orgulho e Amor

Capítulo 52

Na manhã seguinte Otto levanta e como em todas as manhãs desde que Luísa voltou para sua vida, ele deixa uma rosa com um bilhete em cima de seu travesseiro, faz isso sempre que acorda antes dela.
Uma semana depois do quase casamento, Luísa decide que era hora de falar com o Marcelo.
Otto havia tomado café da manhã e saído para a empresa onde demoraria a voltar para casa por causa de uma reunião importante e Poliana ainda estava na casa do tio e de lá mesmo iria para a escola.
Luísa estava no quarto terminando de se arrumar quando a campainha toca.

—Quem é Sara? -pergunta ao robô

—É o Sr. Marcelo. -responde

Luísa caminha até a sala nervosa com a conversa que teria com o Marcelo e como ele reagiria. Estava surpresa com a visita dele, não esperava que ele fosse até a mansão.

—Pode deixá-lo entrar Sara! -pede para que a robô libere a porta através de seu sistema digital

—Sim Senhora!

—E por favor me deixa a sós com ele!

—Não tenho autorização para isso Senhora.

—Como assim não tem?

—O Sr. Otto pediu para que eu ficasse em alerta se o Sr. Marcelo se aproximasse.

—Mas eu ia até ele. Você iria junto?

—Não tenho essa informação.

—Iria sim! É bem a cara do Otto.  -responde para si

—Então faça o seguinte, vá lá para dentro e só volte em 30 minutos, para ver se estou bem. Pode ser?  -pede Luísa

—Sim Senhora!  -exclama Sara, e sai

As mãos de Luísa começam a soar, seu coração se acelera. Uma sensação gélida de medo passa por suas veias e quase gela o vapor de sua vida. Isso acontece quando vê um Marcelo completamente diferente do que ela conhecia. Ele entra pisando forte, com os punhos serrados, respirava ofegante, seus olhos refletiam a raiva que ele sentia dentro de si.

—Marcelo eu...  -Luísa não teve tempo de terminar a frase, pois um tapa forte lhe acerta o lado esquerdo da face.

O tapa foi tão forte que Luísa cambaleia mas ainda assim consegue voltar a se firmar de pé.

—Sua vadia! Como você teve coragem de me humilhar daquela forma?  -ruge se aproximando de Luísa

—Calma Marcelo deixa eu explicar por favor! -implora sentindo o rosto queimando pelo tapa e um zumbido insuportável no ouvido

—Explicar? Agora você quer fazer isso?  -a fúria em sua voz, faz o corpo de Luísa estremecer

Ela não esperava quando um tapa ainda mais forte lhe acerta novamente a face, dessa vez ela não aguenta e cai de joelhos. Marcelo a pega pelos cabelos a forçando levantar.

—Levanta... que eu ainda não terminei!

—Ai ai ai Marcelo, por favor não! -implora chorando enquanto ele a suspende pelos cabelos

Assim que ela fica de pé novamente, Marcelo solta seus cabelos. Luísa fecha os olhos, um latejar forte dentro de sua cabeça a faz ficar zonza.

—Por que isso Marcelo? -pergunta chorando enquanto se esforça a abrir os olhos e poder encara-lo

—Por quê? Vou falar porque! Por que você me traía quando ainda estava comigo; pensa que eu não sei? Por que você teve todas as chances de me deixar e escolheu justo o dia do nosso casamento, -Marcelo andava de um lado para outro enquanto despejava sua fúria em cada palavra. —Por que você agiu como se eu não existisse, voltou para sua casa perfeita, com sua sobrinha perfeita e está brincando de família PERFEITA!  -ele grita a última palavra, parando de repente, assustando Luísa

—Eu ia falar com você Marcelo...  -começa

—Ia? quando?  -interfere ele —Depois do piquenique no parque, da pizza com a criançada ou do jantarzinho romântico em restaurante chique?  -pergunta irônico

—Você estava nos observando esse tempo todo?  -pergunta surpresa

—Mas é claro que sim! Eu queria a hora perfeita. Mas seu amante não saia de perto de você. -sua raiva era tanta que ele treme ao falar

—Vai embora por favor, Marcelo! O Otto vai chegar a qualquer momento.  -mente na tentativa de fazer ele ir embora

—Eu vou sim! Mas antes vou deixar a marca de que eu estive aqui! 

Marcelo avança em Luísa a pegando pelo pescoço e colando-a contra parede.

—Você achou mesmo que eu ia embora sem te dar uma lição? -falava estrangulando-a —Nós podíamos ter sido felizes juntos Luísa, mas você escolheu justo ele?  -sua voz era baixa e coberta de ódio

Finalmente Marcelo a solta e Luísa cai de joelhos ofegando em busca de ar, não esperava quando Marcelo lhe atinge com mais um tapa.
Sem forças para lutar, ela se encolhe toda no chão esperando por mais golpes. E eles não demoram a chegar. Marcelo lhe dar um chute nas costelas.

—SUA VADIA DESGRAÇADA!  -ele grita.
E mais um chute é dado, dessa vez ele escolhe a barriga de Luísa

Uma dor insuportável atinge Luísa, ela sente seu corpo cada vez mais fraco, sua cabeça doía tanto que ela mal ouvia seus pensamentos, é então que sente a vista escurecer e desmaia.
Ao ver que Luísa não se mexia, Marcelo leva dois dedos ao pescoço dela para chegar se ela estava viva, ao ter certeza que ela estava viva, porém desacordada, ele vai embora.

Assim que Marcelo entrou na casa, Sara enviou uma mensagem ao celular de Otto, lhe informando sobre a visita inesperada.
Otto estava no meio da reunião com os acionistas. Ao ler a mensagem de Sara seu corpo inteiro gela e a angústia que sentia desde o dia anterior volta ainda mais forte. Sabia que algo iria acontecer com Luísa. Ele se levanta num pulo, assustando a todos na sala.

—Preciso ir! -exclama apresado

—O que aconteceu, Otto?  -pergunta um dos acionistas.

—Espero que nada de ruim. Mas preciso ir urgente para casa. Vamos remarcar a reunião!

—Claro. Vamos sim. -confirma um outro acionista

Otto sai apresado do estacionamento da empresa e quase bate com o carro em outro ao entrar na pista sem olhar o retrovisor.
Seu coração pulsava acelerado, a imagem de Luísa não saia de seus pensamentos.

—Já estou chegando, meu amor.  -falava a si mesmo. Enquanto acelerava ainda mais o carro

A cada sinal vermelho sua angústia parecia lhe sufocar. Costurando os carros na pista e recebendo buzinadas histéricas como resposta. Ele não dava a menor atenção.
Tudo o que queria era chegar em casa e se certificar de que seu amor estava bem.
Numa freada brusca ele para o carro em frente a porta da mansão. Desce correndo do veículo, seu coração tão acelerado que ele mau conseguia respirar.
Sem tempo para pegar as chaves, ele grita

—Abra a porta, Sara.  -e no mesmo instante a porta se abre.

Continua ...