Capítulo 66

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Com o coração acelerado e tomado pela raiva de finalmente ter a possibilidade de pegar o cara que anda rondando sua casa, Otto entra na cozinha. Uma onda passa por seu corpo, o difícil era decifrar se a onda que atravessou seu corpo era de alívio ou frustração.
As panelas estavam espalhadas pelo chão logo a sua frente e ao virar para direita encontra Bob e Sara acuados, culpados.

—Mas o que aconteceu aqui? -pergunta

—Desculpa senhor. O Bob me assustou e acabei derrubando as panelas no chão. -explica Sara

—Tudo bem Sara. Só tome mais cuidado, você nos deu um grande susto.

—Sinto muito por isso senhor!

—Só arrume essa bagunça e abra a porta para o Bob passear um pouco. -pede encarando Bob que agora estava de cabeça baixa como se entendesse tudo o que se passava ali.

—Sim Senhor!

Minutos depois Otto entra no quarto sem qualquer tipo de aviso prévio, assustando assim Poliana e Luísa. A pequena Olívia já estava novamente adormecida nos braços da mãe.

—Está tudo bem! Foi só a Sara e o Bob fazendo bagunça na cozinha. -explica Otto

—Nossa, que susto eles nos deram. -admite Luísa saindo da cama com Olívia nos braços

—Um baita susto mesmo. Quase tive um troço. -diz Poliana também saindo da cama e seguindo para a porta.  —Agora vou para meu quarto, preciso organizar algumas coisas. -diz e sai do quarto.

Otto se aproxima de Luísa que agora colocava a bebê adormecida no pequeno berço que ficava junto a cama.

 —Você não pode simplesmente se achar o super homem e sair correndo sem saber o que vai achar

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—Você não pode simplesmente se achar o super homem e sair correndo sem saber o que vai achar.  -adverte Luísa virada de costas para Otto, ainda arrumando a menininha no berço.

Seu tom de voz baixo deixou claro seu desagrado com a atitude impensável dele. Otto deu alguns passos e se encaixou atrás dela envolvendo Luísa em seus braços.

—Nunca permitiria que algo acontecesse a vocês.  -explica suavemente

—Mas e se acontecesse algo a você? Em Otto? Como nós ficaríamos? 

—Você tem razão. Me perdoa! Prometo que pensarei antes de agir.

—Obrigada! -seu tom não disfarça o quanto ainda está chateada

Delicadamente Otto vira Luísa obrigando-a a encara-lo. Com um sorriso leve nos lábios ele se inclina e a beija. Tocando de leve seus lábios.

—Sou louco por você. -admite Otto encostando sua testa a dela

—E eu por você.  -Luísa fica na ponta do pé e o beija novamente

Dessa vez o beijo ganha intensidade rapidamente. Otto a pega no colo, agilmente Luísa passa as pernas em volta da cintura dele. De repente ele se afasta ofegando. Luísa protesta baixinho

—Por favor não me provoque! Não podemos ainda. Você está de resguardo Luísa. -explica ele a pondo no chão

Luísa solta um suspiro pesado e vira de costas para ele, voltando a ficar de frente para berço. Mas antes que ela consiga se afastas, ele rapidamente a pega pela nuca e lhe puxa para si, ao mesmo tempo consegue ser rápido e delicado, pegando Luísa completamente de surpresa. Segundos depois Luísa está com o coração acelerado e a respiração ofegante, com seu rosto colado ao dele, seus narizes se tocando. Otto a encara com um olhar ardente e malicioso.

—Você não imagina o esforço que estou fazendo para não te pegar nos braços, te jogar na cama e te fazer minha de novo e de novo. Prometo te fazer perder os sentidos completamente meu amor. Mas só quando chegar a hora. Esperamos por meses, podemos esperar mais alguns dias.  -ele toca os lábios dela num beijo rápido e a solta abruptamente.  —Agora preciso de um banho gelado.

Otto segue até o banheiro, deixando Luísa completamente sem reação. Com a ponta dos dedos ela toca os próprios lábios, ainda podia sentir os dele colado aos seus. Ela sorrir e se vira para olhar Olívia que dormia tranquilamente.

—Sou completamente apaixonada pelo seu pai.  -sussurra ela para a bebê adormecida

Há noite, Otto estava a mesa e mexia concentrado no tablete a sua frente. Luísa estava no sofá com Olívia nos braços a amamentando e Poliana sentada sob o tapete fazendo a lição de casa apoiada na mesinha de centro.
De repente Otto fecha o punho de uma das mãos e bate com ele sob a mesa, chingando baixinho. Com o barulho Luísa e Poliana o encaram assustadas. A muito tempo não viam ele ter esse tipo de reação.

—Está tudo bem, meu amor? -pergunta Luísa suavemente

—Está sim! Não precisa se preocupar. -afirma, mas algo em sua voz faz Luísa desconfiar que ele não estava falando a verdade

Luísa queria poder ajudá-lo, mesmo Otto se recusando a compartilhar com ela, seja lá o que ele tenha visto no tablete.
Delicadamente Luísa tira a pequena do peito e põe a chupeta em sua boca, evitando qualquer tipo de protestos agudos que possam vir do bebê. Poliana estava a sua frente então ela a chama suavemente

—Poli?

—Sim tia! -responde a menina se virando para a tia

—Você pode levar sua irmã para o quarto por favor? Preciso conversar à sós com seu pai. -pede Luísa

—Posso sim tia. Já terminei aqui. Depois recolho tudo. -diz se levantando

—Muito obrigada meu amor! -agradece Luísa

Poliana estica os braços e pega Olívia no colo, posicionando a menininha deitada nos braços ela segue em direção aos quartos.
Assim que Poliana some no corredor, Luísa se levanta e vai até Otto, ela se posiciona atrás da cadeira onde ele estava sentado e ao tocar seu ombro percebe que ele se sobressalta como se tivesse levado um pequeno choque. Luísa percebe ele tenso, não entendia o porque dele está daquele jeito, até então não tinha olhado para a tela do tablete, mas quando assim o fez, ela sentiu todo o sangue que corria em suas veias congelarem.
Ali estava a imagem do homem na sacada de seu quarto lhe observando fixamente. Luísa sentiu seus joelhos cedendo e se agarrou a cadeira para não cair.
Otto estava tão envolto a ira que aquela imagem lhe causava que nem havia percebido Luísa a suas costas, mesmo que ela tivesse lhe tocado em algum momento. Porém ao virar a cabeça Otto finalmente ver Luísa e percebe a palidez em seu rosto e o pânico vibrando em seus olhos. Rapidamente ele se levanta e a senta na cadeira, vendo que Luísa não tirava os olhos da tela do tablete, ele vira a tela para baixo evitando que ela possa ver.

—Não Otto! Eu quero ver! -exclama pegando o tablete

—Você não precisa ver isso meu amor. -ele tenta tirar o tablete de suas mãos, mas Luísa é mais rápida e o puxa

—Preciso sim! -rebate  —É o Marcelo não é? -pergunta com os olhos fixos na tela. Mesmo já tendo a certeza, o porte físico era o de Marcelo mesmo coberto com toda aquela roupa preta e o capuz na cabeça.

—É ele sim meu amor! Só pode ser ele. -Otto confirma

—Mas como? Com toda a tecnologia de alarmes e câmeras da casa. Como ainda assim ele chegou até nossa sacada? E se a porta estivesse aberta? -Luísa começa a tremer nervosa

Otto tira o tablete de suas mãos e coloca sobre a mesa, pegando uma das mãos de Luísa ele a puxa para dentro de seu abraço. Luísa se aconchega em seu peito inspirando seu cheiro.
A sensação de segurança lhe toma suavemente a fazendo relaxar.

—Nunca permitirei que nada aconteça a nossa família meu amor. Irei reforçar ainda mais a segurança da casa. E vamos conseguir colocar esse canalha na cadeia. -Otto se inclina e beija o topo da cabeça dela no mesmo momento que a aconchega mais em seu abraço.

Continua ...

Orgulho e AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora