Luísa D'avilla , uma mulher jovem de 32 anos , contadora que cuidava das finanças da família , vivia sozinha em sua mansão depois da morte dos pais . Após alguns anos sua irmã que a muito tempo ela não via , morreu e a guarda de sua única filha foi...
O jardim da mansão 242 estava cheio, crianças correndo de um lado a outro. Olívia dava alguns passinhos desajeitados tentando acompanhar os amiguinhos, Poliana como uma boa irmã super protetora a seguia por todo lado. Enquanto Otto e Luísa recebiam os convidados. O tema escolhido para o primeiro aninho da pequena foi jardim encantado. E o jardim da casa realmente estava parecendo encantado. Cheio de balões coloridos, pessoas vestidas de fadas e duendes, e bolhas de sabão flutuando para todos os lados. Até as borboletas que habitavam o jardim resolveram fazer sua participação. Pula-pula e animadores faziam a alegria da criançada. Do outro lado do jardim Otto observava as filhas correndo de um lado a outro, vê-las se divertindo o deixava feliz.
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Seus olhos percorrem toda a festa e observa cada um dos convidados, a maioria conhecidos, é então que ele vê um homem alto conversando com Luísa, aquele ali ele tinha certeza de nunca ter visto.
-e já que Otto não será capaz de reconhecer, essa autora faz questão de ressaltar a beleza de deus grego que o homem desconhecido possuía-
Sem pensar duas vezes ele atravessa o jardim a passos largos e firmes. Dominado por uma misturada de sentimentos que nem ele sabia como destingir. Luísa era a mais simpática das anfitriãs, estava tão envolvida na conversa que nem percebeu que Otto se aproximava. De repente, ele para atrás dela e a envolve em seus braços a pegando completamente de surpresa.
—Oi amor ! -ela já sabia quem era, só pelo perfume —Oi amor ! Está precisando de algo ? -pergunta
Seu tom de voz deixou claro o que de fato ele tinha ido fazer ali. Embora Luísa não estivesse vendo, Otto encarava fixo o rapaz a sua frente. Com a vantagem de ser alguns centímetros mais alto, sua cara de poucos amigos e seu olhar gélido foi mais que o suficiente para deixar o rapaz totalmente intimidado.
—Bom ... eu já vou indo ! -falou o homem começado a se afastar —Espera ! -exclama Luísa e o homem para de imediato —Deixa eu apresentar vocês. —Otto esse é o Estevão ele é um dos meus clientes. Uma das filhas dele estuda na Ruth Goulart com a Poliana, são amigas. E a outra tem a idade da Liv. Ele veio acompanhando as meninas. -explicou.
Só pelo semblante tenso do rapaz Luísa nem precisou olhar para Otto para saber exatamente o que ele estava fazendo. Conhecia sua postura intimidadora como ninguém.
—Prazer em conhecer, Otto Monteiro. -dando ênfase no nome, ele estendendo a mão para cumprimentá-lo —O prazer é meu. Bom ... vou ver se as meninas precisam de algo. Com licença. -anuncia e se retira
Quando Estevão se afasta, Luísa gira nos calcanhares e para de frete a Otto. Ela está séria, lhe encarando com olhos estreitos e uma das sobrancelhas erguida. Para compor o look indignação Luísa cruza os braços na altura dos seios, os fazendo saltar do decote. Os pensamentos de Otto os leva direto para o quarto, no exato momento em que ele arrancaria aquele vestido que Luísa estava usando.
—Otto ! -chama Luísa.
Levando a mão a boca ele esconde o sorrisinho devasso que se formou nos lábios. E a encara
—Você vai me explicar o que acabou de acontecer aqui ? -pergunta Luísa —Não sei do que você está falando ! -Otto tenta se fazer de sonso mas Luísa não cai —Não se faça de sonso, Otto Monteiro -ironiza ela —Por que o tratou de uma forma tão arrogante ? Ele é um dos meus melhores clientes, cuido de suas finanças a anos. —Eu sei muito bem do quê mais ele quer que você cuide. -fala olhando fixo para o rapaz que agora brincava com uma das filhas —O que quer dizer com isso ? Jamais dei qualquer tipo de liberdade a ele. E o Estevão sempre foi muito respeitador. —Respeitador ? Daquela forma ? O cara estava se atirando em cima de você, Oh ... Luísa ! Isso por que está em público, e se estivessem só os dois ? -agora ele a encarava sério —Você está se ouvindo Otto ? Está insinuando que eu seria capaz de me envolver com ele, mesmo estando com você ? -passando as mãos nos cabelos ela parecia não acreditar no que estava ouvindo —Não disse nada disso Luísa ... eu só -não consegue terminar a frase pois ela o interrompe —Você só afirmou que eu daria algum tipo de liberdade caso estivesse sozinha com ele. Que todo aquele tempo que passei esperando você acordar, eu me consolava não cama de outro. Era isso que você iria dizer Otto ? -seus olhos se encheram d'água —Claro que não Luísa ! Você nem me deixou explicar. —Nem precisa se dar ao trabalho, entendi tudo muito bem ! Quer saber. Vou curtir minhas filhas. -diz por fim e sai em direção as meninas
Otto fica desolado e arrependido, sabia que excedeu em suas palavras e que magoou Luísa. Mas precisava deixá-la se acalmar para tentar reverter o estrago que causou. Luísa por algumas vezes levantou a vista e o encarou. Mesmo de longe Otto pôde ver a decepção refletindo nos olhos dela.
—O que aconteceu ? -a voz que veio de trás de suas costas, fez Otto se sobressaltar
Ao se virar Otto se depara com Claudia.
—Oi Claudia. Acabei falando o que não deveria. -admite e solta um longo suspiro —Imagino que tenha sido isso mesmo. Acabei observando toda a cena. Desde a Luísa conversando com o rapaz, e você furioso se aproximando, depois vi algo parecido com uma discursão entre você e ela. -contou sorrindo tímida por ter confessado que prestava atenção nos dois —Parece que você estava prestando bastante atenção em nós. -diz num tom irônico —Isso não vem ao caso. O que quero dizer é que você não deve jamais julgar o caráter da minha amiga. Ela te ama Otto, te ama muito mais do que um dia ela chegou a amar o Marcelo. —Eu sei disso ! -responde desviando o olhar de Claudia e encarando Luísa —Sabe ? Então acho melhor você pensar em uma excelente maneira de se redimir. Por que mesmo que você traga a lua para ela, ainda assim não seria o suficiente. —Se sua intenção é me deixar mais arrependido do que já estou, então lhe garanto que está conseguindo. -afirma sério voltando a encarar Claudia —Desculpa ! -pede sorrindo —Vou ver como minhas crianças estão. Elas são capazes de colocar toda a casa abaixo em questão de segundos. -diz sorrindo, mais Otto já tinha voltado a encarar Luísa e parecia não ter ouvido nada do que Claudia havia dito.
Até que Claudia toca no braço dele, o despertando de seus pensamentos. Otto olha para ela sem dizer uma palavra.
—Ao invés de ficar aqui só observando, vai até lá e se diverte com sua família. -diz Claudia e se afasta
Otto toma o conselho e põe em ação. Ele se junta a Luísa, Poliana e Olívia nas brincadeiras. Se Luísa estava brava ou magoada, não deixou transparecer em momento nenhum. A festa seguiu com muita farra e alegria. Depois que os convidados foram embora, eles perceberam o quanto estavam exaustos, menos a pequena Olívia.
—A pilha dela não descarrega nunca ! -exclamou Poliana se jogando no sofá
Luísa e Otto começaram a rir olhando a pequena correndo de um lado a outro da sala.
—O dia hoje foi cansativo. Está na hora de dormir mocinha. -Luísa pega Olívia no colo —aaaah , não queiu ! -exclama cruzando os bracinhos —Quer sim, senhorita. E você também Poliana, vá tomar um banho para dormir. -pede Luísa —Está bem tia. Tchau pai. -a menina vai até o pai e lhe dá um abraço depois segue para o quarto
Em seguida Luísa sai com Olívia mas Otto a chama
—Luísa ... —Agora não Otto ! -seu tom de voz estava carregado de mágoa
Otto a deixou ir. Estava arrependido e precisava lhe pedir perdão. Se ajoelhar se necessário fosse. Mas faria em outra hora. Reconhecia que Luísa estava exausta e precisava de um tempo.
