Capítulo 52: Eu os matarei de forma justa

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A mulher ficou assustada com aquela voz, ela tinha certeza que conhecia muito bem aquela voz...

- Ei... Alguém aí fora? Por que eu não posso te ver? Eiii.. eu sei que você tá aí, eu posso ouvir sua respiração, me ajuda por favor, eu não consigo nem mesmo ver meu corpo, eu não sinto meus braços e pernas.

Ela tinha certeza que essa voz era a voz dela, e esse jeito de falar era com certeza o dela, essa ilusão estava subindo para um novo nível, mas ao mesmo tempo parecia ser ridícula.

- Então você agora quer tentar me enlouquecer com uma voz igual a minha? Você deve tentar muito mais.

Assim que ela falou a voz de dentro da tv parecia furiosa:

- Você ousa imitar a minha voz? Eu garanto que quando sair daqui vou ativar minha técnica de autodestruição imediatamente e vou levar você para o inferno comigo.

Quando aquela voz na tv falou isso a mulher ficou pasma. Como poderia o general saber sobre sua técnica de autodestruição ? Ele só poderia estar blefando não é?

- Agora você se se calou não é? Então deixe eu te contar uma coisa, eu treino em uma técnica extremamente destrutiva. Se meu corpo morrer, minha energia entrará em fúria e explodirá.

Esse era o momento de virada para a maneira de pensar dessa mulher. Como a voz poderia saber da explosão em caso de morte? Esse era o motivo pelo qual ela pedia para que Will a matasse o tempo todo, ela pretendia pegá-lo de surpresa e cumprir sua missão.

- Quem... Quem é você?

A mulher perguntou para a voz da tv e logo recebeu sua resposta:

- Não se faça de besta, você sabe que meu nome é Isolda. General maldito, você também Ahad, eu achava que você poderia ser diferente mas acabou como um cão assim como todos. Suas promessas vazias pra mim nunca valeram de nada seu desgraçado. Ande fale alguma coisa, eu sei que você pode me ouvir babaca.

A mulher estava estática parada perto da tv, ela não podia acreditar no que estava acontecendo. Essa ilusão realmente era de outro nível. Até mesmo o jeito de falar era idêntico. Ela tomou uma decisão, usando seus punhos ela tentou quebrar a tv. Logo um soco poderoso pousou sobre o aparelho, destruindo completamente a caixa que falava, assim que a tv explodiu a cena se refez completamente ela estava de volta a planície vendo o lago cercado por árvores, com uma árvore adicional e uma simples cabana feita de madeira. Era como se tivesse recomeçado, mas algo era estranho, ela sentia que tinha perdido algo, ela não sabia o que.
Mais uma vez ela foi até a cabana, a tv estava desligada, ela se aproximou e falou com a tv:

- Alguém aí?

Se sentindo uma tola percebeu que não existia nada, a tv permaneceu desligada. Isolda permaneceu ali por muitos dias mais, a cada dia sua fome aumentava mas as frutas diminuíam. Ela já estava racionando frutas depois de mais de 1 mês ali. Logo chegou o dia em que não existiam mais frutas. Ela ainda tentou passar os próximos dias bebendo apenas água e comendo um pouco das raízes das árvores porém por algum motivo aquilo não a alimentava. No décimo dia sem comida o corpo dela já estava desfalecendo. Foi quando ela lembrou de algo, quando ela enterrou aquele cadáver de si mesma, imediatamente uma árvore nasceu, ela tinha um plano mas ainda tinha medo da dor, mas a mulher sabia, morrer de fome era mais medonho do que terminar sua vida rapidamente, e agora ela já tinha noção que devia ser rápida para que não sofresse muito.
Ela andou até a cabana lá a mesma faça estava na bancada. Pegando a faca e ativando sua habilidade com o pouco de energia que tinha, ela aumentou a velocidade da faca, ela estava apontando para seu próprio crânio, com a velocidade e a força da menina perfurar o crânio não era um problema. Dito e feito, a faca perfurou e entrou em contato com seu cérebro. Logo uma eletricidade percorreu todo o seu corpo, parece que seu processamento por milésimos de segundos foi aumentado ao máximo, passando para 1000 vezes a velocidade normal de processamento do cérebro. Isso causou um efeito devastador, ela sentia milímetro por milímetro o avanço da faca em seu cérebro, ela sentia uma dor que percorria todo o seu corpo, era uma sensação de desespero total, mesmo quando ela queria parar ela não podia pois ela estava vivendo um momento acelerado mesmo que esse momento voltasse ao normal o que a esperava era uma faca enfiada no cérebro. Aquela tortura durou minutos para ela até que a faca atingiu um local destinado ao controle da dor e tudo ficou calmo, logo sua visão ficou turva e escureceu. Quando ela abriu os olhos ela estava na mesma planície mas algo estava estranho, seu corpo não tinha retornado ao normal, ela continuava desnutrida e com muita fome, sua energia era mínima mesmo ficar de pé já estava consumindo demais de si. Ela cambaleou até a cabana, lá como esperado um corpo vazando sangue com uma faca perfurando a cabeça estava deitado no chão. Ela levou arrastando o corpo até o lado de fora, começou a escavar de forma extremamente sofrida o chão, quando teve um buraco de nem 2 palmos ela colocou aquele cadáver e o tapou de areia. Como antes uma árvore cresceu, mas essa árvore não tinha muitos frutos, na realidade ela tinha apenas 2 frutos. A mulher ficou pasma, da primeira vez a árvore tinha dezenas de frutos, mas agora só tinha 2. Ela resolveu não pensar muito, pegando os frutos que não estavam tão altos pois a árvore tinha um aspecto meio mucho e era baixa, ela comeu diretamente. Logo sua fome diminuiu um pouco, o suficiente para que ela pensasse. Ela logo percebeu que existia uma correlação entre o estado do corpo que era enterrado e a árvore que nasceria. Mesmo tento sofrido tanto com a morte ela entendeu que logo ficaria em um estado de fome absurda outra vez. A mulher agora com um pouco mais de força entrou na cabana, no local onde estaria uma faca comum, agora estava uma faca de cor vermelha, como se tivesse bebido o sangue dela. A mulher não hesitou, pegando a faca repetiu a ação anterior. O mesmo nível de dor aconteceu, ela estava tremendo até os ossos quando abriu os olhos na planície, correndo foi até a cabana e repetiu todo o procedimento com o corpo que lá estava. Desta vez a árvore parecia um pouco melhor e deu 4 frutos, foi aí que ela entendeu a situação, para comer ela teria de se matar várias vezes. Retornando a cabana a faca agora parecia ainda mais terrível e poderosa. A mulher repetiu o feito várias e várias vezes, superando a dor da morte uma e outra vez, sempre que uma árvore nascia ela comia todos os frutos, então a próxima árvore teria muito mais para oferecer, com o tempo a faca se tornou cada vez mais poderosa, em certo momento quando a menina já tinha perdido a noção de quantas vezes tinha morrido, a faca ficou totalmente negra, esse era o objetivo da menina, ela tinha percebido que se matar várias vezes tornava a faca mais poderosa e ela sentia menos dores na morte, quando a faca ficou totalmente negra a morte parecia como dormir e acordar, não existia mais dor. Ela imaginava que essa faca fosse a chave para sair dessa ilusão, nesse momento a tv ligou outra vez. Só que desta vez dezenas de vozes falavam em um tumulto:

- Onde estou? A faca me matou? Por que ainda estou com fome ?

- Quem é você? Outra ilusão, droga destruir a tv não adiantou, que lugar claro é esse? Eu tinha comido 4 maçãs.

- Que merda de lugar é esse? Logo agora que 8 maçãs tinham aparecido? Quem são vocês?

- Esse lugar onde fica? Por que agora ouço tantas vozes iguais a minha? Como eu vim parar aqui ?

.....
...
..
.

Eram tantas vozes, mas ao mesmo tempo era a mesma voz, algumas reclamavam de fome, outras de dor na barriga por ter comido maçãs demais para fazer a próxima árvore nascer com mais maçãs. A mulher contou e percebeu que existiam não menos de 32 vozes, e logo ela percebeu, existia uma voz para cada morte dela, isso era assustador. As vozes estavam em um tumulto, uma acusando a outra de ser uma ilusão, a mente da mulher já estava ficando fragilizada e uma dúvida começou a aparecer em sua cabeça, mas foi a pergunta de uma das vozes que fez sua mente piorar de vez:

- Vocês todas estão falando muito mas alguma pode realmente provar que é a verdadeira? Eu posso dizer algo que somente eu sei.

Outra retrucou:

- Eu também posso.

Logo uma competição para provar ser a verdadeira começou, muitos segredos foram ditos e todos eram verdadeiros e juntos deles o nome de todos os infiltrados na cidade. A mulher que olhava para a tv se viu perdida, como essas vozes poderiam saber esses segredos? Ela não sabia o que fazer, então em seu momento de raiva mais uma vez destruiu a tv. Logo sua vista ficou embaçada e escureceu. Quando ela abriu seus olhos de novo estava na sala de interrogatório, mas ela sentia que tinha perdido algo muito importante, ela só não sabia o que, um menino humano de cor preta perguntou pra ela:

- Isolda, você sabe quem eu sou?

Essa pergunta desencadeou uma enxurrada de questões, ela tentava lembrar, ela queria lembrar, mas ela não sabia, ela não entendia nada, sua mente estava completamente em branco, não existia mais uma Isolda ali, ela era uma folha em branco tudo havia sumido.
Para Isolda tudo durou dezenas e dezenas de dias mas para Will, Ahad e Gruntar apenas 10 minutos se passaram. Will tinha devorado toda a informação na cabeça da menina usando uma ilusão. Ele havia prometido para Carla que não a mataria mas ele não disse nada sobre matar sua antiga consciência. Usando uma ilusão ele fez com que ela mesma matasse sua consciência pouco a pouco. Ahad parecia triste mas Gruntar estava curioso:

- Senhor, como você conseguiu pegar as informações ? E o mais importante, como ela poderia sair daquela ilusão?

Will  havia compartilhado com Ahad e Gruntar detalhes sobre o que a menina estava vivendo mas não disse muito mais. Então a dúvida era compreensível, Will respondeu:

- Toda vez que ela se matava era um pedaço dela que realmente morria, esse pedaço de memórias era armazenado na tv toda a vez que ela plantava o corpo, plantar o corpo era como concordar que ela queria continuar viva naquela ilusão, basicamente para ela sair da ilusão sem problemas era só morrer de fome, mas instintivamente ninguém quer isso. Tudo na ilusão tinha um significado; ao se matar você iniciava o ciclo, ao plantar seu corpo você concordava com a troca, alimento pelo cadáver que representava um pouco de si, a tv era o local onde essas memórias que antes eram os cadáveres ficavam seladas, toda vez que essa tv era destruída essas memorias iam junto, por fim ela mesma me contou os infiltrados e destruiu a si mesma. Suas memórias não podem ser restauradas pois não existem mais em seu cérebro, apenas usando os registros Akáshicos alguém poderia restaurar essas memórias mas não me importo com isso. Agora eu já sei o nome de todos os traidores, essa menina deve ser mantida segura por enquanto, resolverei o que fazer com ela logo.
Quando Will terminou de dizer isso uma mensagem apareceu:

[ Mate os rebeldes infiltrados Rank C/B : o General descobriu o nome de todos os rebeldes infiltrados, mate todos e receba a habilidade de dominação "Marca espiã" e mais 1 ponto de dominação por rebelde morto. Essa missão pode ser feita por qualquer um em nome do general]

Will recebeu essa mensagem e logo ordenou a morte de todos os rebeldes:

- Quero que todos sejam trazidos para cá, eu os matarei de forma justa, eles logo serão reintegrados a um novo corpo do exército, o exército imortal.

Sangue suor e Morte: Livro 1 DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora