Capítulo 80: Relatividade.(final do 4º arco)

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Todos estavam assustados, aquele ser de pedra de tamanho colossal estava sendo contido sem nem lutar. Era perceptivo o esforço que ele fazia para tentar manifestar a sua lei da terra, mas nada saia, ele estava condenado a danação no inferno venenoso.
Ao mesmo tempo em que ele tentava uma voz veio de não muito longe.

- Irmão.. desista.

Aquilo pegou o grande pedregulho de surpresa.

- Pare e pense um pouco. Nós já fomos derrotados há muito tempo. Aqui nesse inferno suas memórias irão clarear, você verá como foi escravo do sistema por tanto tempo e tenho certeza que como eu ficará até grato por essa morte.

O pedregulho queria negar essa voz, ele queria dizer que era uma ilusão mas ele sabia, seu irmão estava realmente falando com ele. Ele sentiu seu próprio poder o deixando mas outra coisa entrou. Memorias!
Ele recuperou o senso de si, e deixou de ser uma marionete dessa missão. Ele pode ver quantas vezes ele tinha destruído aquela cidade seguindo o roteiro da missão. Quantas vezes ele repetiu tudo. Ele percebeu que ele já não existia como um ser separado da missão, ele começou a questionar até mesmo se ele era "ele" de verdade ou só uma criação do sistema. Foi então que ele percebeu, talvez fosse possível escapar disso atravéz desta morte. Ele viu que seu irmão já perdeu seu núcleo, coração. Ele ainda estava vivo pois o "inferno de veneno" não permitia a pessoa morrer. Ela sofreria com um veneno destrutivo e sentiria as dores por toda a eternidade sem que ela pudesse descansar. Era uma condenação, mas seu irmão achou isso melhor do que ser a marionete do sistema.

- Irmão, eu entreguei meu núcleo, tudo o que sou. Ela não precisou arrancar de mim. Apenas uma coisa ela me prometeu. Eu poderei permanecer aqui até o fim da missão e então meu espírito poderá reencarnar do zero, no tempo real. Eu já confirmei com a existência acima dela, e ele pode efetivamente reencarnar alguém. Mesmo agora com meu corpo aqui no veneno eu não sinto nada. Estou aqui como convidado, essas correntes são apenas uma medida de segurança.

O pedregulho agora livre da influência do sistema duvidou.

- Irmão, você acredita realmente? Você deu sua lei, tudo para ele somente por uma crença. O que mais ele te prometeu?

Nesse momento o veneno parou de corroer o corpo do pedregulho, era como se ele tivesse vontade própria. Uma voz se fez ouvir no espaço, assim que essa voz começou a falar todo o espaço desmoronou na visão dos que estavam lá. Gria e Gruntar se assustaram quando perceberam que estavam de volta ao deserto, na sua frente uma grande cratera de onde o gigante se levantou. Quet ainda estava ali com um grande sorriso.

- Bem... Agora meu mestre vai lidar com isso, eu fiz metade do meu trabalho....

Ela botou a mão no queixo e bateu com o dedinho como se pensasse em algo:

- Ainda restam 2 exaltados elementais mas não sei se vou achar... Hum... Meu mestre vai cuidar disso. Bom gente daqui os répteis seguirão com os soldados.

Assim que ela falou isso uma luz brilhou em um pedaço do espaço se abriu, vários soldados fortemente armados saíram e começaram a guiar os répteis para dentro do portal, do outro lado claramente estava a cidade.

- Senhor Gruntar. Meu mestre me disse para seguirmos para o grande labirinto. 3 dias já se passaram e não temos notícias do senhor Marcos. Vamos investigar e trazer o senhor Marcos de volta, eu não quero que meu mestre saia do cultivo fechado para isso. Claro que o mestre Core2 está ativo mas só ficarei tranquila se meu mestre Will também estiver feliz.

Gruntar não entendeu bem, ele ainda não sabia muito sobre a existência chamada Core2, ele achava que era um assistente de Will, já Quet sabia que Core2 era uma consciência que também habitava o mesmo espírito que Will, em suma, ele e Will eram em essência a mesma pessoa, por isso ela se refere aos dois como "mestre" mas ela favorece logicamente a consciência chamada Willian.

Sangue suor e Morte: Livro 1 DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora