Capítulo 72: Um aliado valioso.

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O combate durou ainda mais algumas dezenas de minutos, as águias eram poderosas demais. Agora que o veneno tinha enfraquecido as criaturas, elas as partiam em vários pedaços. O problema é que o número desses monstros não diminuía. As saídas das minas estavam abarrotadas desses seres, Gruntar estava frequentemente usando sua magia para enfraquecer os inimigos, o sangue que tingia o chão era perfeito para Gruntar, ele demorou um pouco para poder usá-lo, pois existiam diferenças naquele sangue, o dos monstros, e o sangue comum, Gruntar precisava refinar por alguns minutos sempre que absorvia aquele sangue. Graças a ter acesso ao sangue Gruntar pode descobrir muitos fatos sobre esses monstros, o mais incrível fato era que todos eles eram monstros de rank 5. Todos, cada um desses, era um monstro mais forte que o mais forte soldado do exército da cidade, e mesmo assim as águias estava lutando uniformemente com eles mesmo antes de Gruntar os enfraquecer. Essas águias também não eram fracas, era homens robustos de rank 4 e acima, mas mesmo os ranks 4 poderiam suportar uma luta de frente com essas criaturas antes de enfraquecidas, agora elas estavam sendo completamente destruídas, as águias se tornaram um verdadeiro moedor de carne.
Gruntar estava aproveitando para saber o quão forte ele se tornou.

O que flui nas minhas veias
não é só sangue.
A história e honra dos meus pais
O choro de morte da minha avó
O choro que rompeu o campo de batalha
A dor da espada perfurada no peito
No meu corpo existe a vida
A vida de cada orc que me antecedeu
Escute ó país de meus pais
Que habitam meu corpo.
Me concedam seu poder
Venham a mim e lutem mais uma vez
Pela glória e honra dos orcs.

- magia de número 20

- Memória de linhagem: Soldado de sangue.

A maior e mais poderosa magia que existia no tomo de Gruntar era chamada de memória de linhagem. Essa magia era capaz de utilizar a memória contida no seu sangue, a memória de DNA, para forçar o uso de habilidades ou técnicas de antepassados. Quanto mais longe fosse o antepassado mais difícil seria utilizar a memória de sangue. Para utilizar esse poder ele deveria evocar particularidades e feitos desse antepassado para que ele fosse encontrado. Na realidade essa habilidade usava a linhagem e energia para obter acesso aos registros Akáshicos dos antepassados, o motivo de ter de evocar feitos ou fazer um longo canto para conjurar a magia era para que a procura Akáshica fosse feita e o alvo encontrado. Era como invadir um sistema falsificando a entrada, a senha. Claro Core2 nunca colocaria esse tipo de explicação em um tomo mágico. Dentro da magia memória de linhagem, existiam muitas opções de uso, a mais poderosa delas era o soldado de sangue. Com essa função se pretendia a descida de um avatar do registro Akáshicos que estava sendo acessado. De certa forma seria como se o ser fosse conjurado completamente para servir de apoio para o mago. O problema é que para fazer isso se deve ter acesso total ao registro Akáshico do alvo, ou seja, você não pode estar "invadindo" você deve ter já tomado posse, o que Gruntar estava fazendo era para qualquer outro um tiro no escuro com menos de 1% de chance de sucesso, mas Gruntar guardava um segredo. Seu poder inato veio diretamente de sua avó, ela ficou conhecida como bruxa do sangue em seu mundo. O poder pulou seu pai e se manifestou nele. Isso não era um poder hereditário comum, isso era uma herança, ou seja, ele estava herdando tudo o que sua avó tinha, ele só não sabia ainda como acessar isso, mas agora ele tinha noção.
No chão repleto de criaturas mortas o sangue começou a convergir para um ponto específico, formando um tipo de casulo de mais de 3 metros. Aquilo chamou a atenção dos monstros e das águias, o sábio sapo se escondeu mais uma vez com medo. Raios vermelhos saiam do casulo como se o interior estivesse repleto de eletricidade. Gruntar estava ainda na parede bem acima do campo de batalha. Ele estava com as mãos erguidas, seu rosto estava ficando pálido e mesmo o sangue dentro do seu corpo não parecia o suficiente para servir de energia para a conjuração da magia, Gruntar estava praguejando dentro de si por tentar algo que não deveria, ele não era forte o suficiente para usar uma magia super avançada assim ainda. Mas ele não podia desistir agora, ele tinha que continuar, sabe se lá o que poderia acontecer se a magia falhasse, aquela quantidade enorme de sangue seria transformada em energia e uma explosão absurda aconteceria ceifando a vida de aliados e inimigos na área, mesmo ele não seria capaz de escapar vivo. Por conta desse cenário terrível Gruntar mordeu os lábios, mesmo se cortando sangue nenhum saiu, claro ele não gastaria potencial energia com um ato tolo, o que ele buscava era a dor para se manter concentrado. Ele percebeu que não poderia suportar o uso dessa quantidade absurda de energia e a complexidade da magia, ele percebeu que seu fim estava próximo e seria um fim patético pois ele tentou voar perto demais do sol, tentou abraçar o mundo, fazer o que ainda não era capaz. O rapaz não acreditava que depois de tanto treinar cometeria um erro tão estúpido, um erro de principiante. Assim que a energia estava prestes a explodir uma voz que ele conhecia bem veio de seu sistema:

Sangue suor e Morte: Livro 1 DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora