Capítulo 94: O poder contido no sangue

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Jhon ainda guiava seu veículo indo em direção ao forte rebelde. Ele já estava perto e mais alguns minutos e ele poderia atingir sua meta, seu plano estaria a um passo da completude, porém seus sistemas de medição começaram a detectar abalos no espaço vindos de não muito longe. As vezes algumas fraturas espaciais se formavam e além da energia do espaço outras energias eram sentidas lá. Jhon sabia que algo estava acontecendo além do tecido da realidade, ele temia que fosse Will ou um de seus servos, por conta disso sem um segundo pensamento ele tirou sua arma de fótons do coldre e pressionou em um dos olhos de Marcos.

- Ele pode ser resistente mas se alguém estiver me ouvindo, recue, mesmo ele não suportará um tiro de energia bem no olho, eu tenho certeza que poderei elimina-lo antes de morrer.

Jhon começou a falar isso para o ar, ele acreditava que estava sendo vigiado. Nesse momento ele estava fazendo papel de idiota na realidade ninguém estava vigiando ele, na realidade ninguém tinha tempo pra fazer isso agora.
2 minutos depois Jhon notou que ninguém o atacou e ficou um pouco mais relaxado, ele não sabia os motivos das fissuras e fraturas no espaço, nem sabia de quem eram as energias vazando de lá, mas ele sabia que essa luta não era dele, ele só tinha de chegar ao forte. Alguns segundos depois ele finalmente passou pela entrada do forte, mas para a sua surpresa não existia ninguém lá, o local estava totalmente vazio. O forte era uma grande construcao de pedra. Um muro de 10 metros cercava uma área com mais de 3 km², dentro do muro existiam várias construções menores, na realidade não existia um castelo, todo o espaço foi utilizado para construções militares, trabucos enormes e algumas armas de energia. No centro existia uma construção ligeiramente maior, era muito provavelmente o local para reunião ou o centro de comando. Jhon ainda não entendia muito sobre esse lugar, a tecnologia aqui era meio misturada, as vezes uma coisa que parecia fruto de tecnologia aparecia, como armas de pólvora ou de energia, mas a maioria era fruto de magia. Ao chegar ao forte ele notou que algumas armas foram desmontadas as pressas e outras ainda estavam lá. Pela avaliação técnica de Jhon, essas armas energéticas eram de classe semi energética, eram armas que estavam um pouco além do eletromagnetismo. O rank de armas tecnológicas normalmente seguia uma crescente começava com armas brancas, depois armas de pólvora, seguidas de armas eletromagnéticas, essas não usavam pólvora para os disparos, na realidade a arma usava eletromagnetismo para disparar seus projeteis, a necessidade de pólvora não existia mais para o disparo, essas armas eram caracterizadas por uma maior potência e giro de seus projeteis. O último estágio eram as armas energéticas, armas capazes de usar energia como projéteis. Essas armas eram o ponto alto da tecnologia bélica de uma civilização voltada para a tecnologia de maquinário. As armas de energia eram incrivelmente mais poderosas do que as eletromagnéticas, mesmo alguém poderoso poderia ser perfurado por um feixe de luz concentrado caso seja atingido diretamente em seu corpo. As armas aqui eram o primeiro passo dentro do reino da energia, eram armas que ainda precisavam de um projétil mas que melhoravam sua eficiência com energia pura. Muitos no espaço preferem esse tipo de arma a armas de energia pura, essas armas então foram chamadas de semi energéticas.

- Estranho... Quem deixaria tecnologia para trás? Mesmo eu não deixaria coisas tão boas assim sozinhas.

Depois de pensar, Jhon jogou no chão algumas bolinhas de metal que logo se transformaram em insetos robôs, eram mais de 20, todos eles saíram correndo pelo forte. Eles estavam equipados com identificadores diversos, o objetivo deles era fazer o escotismo, achar os inimigos e armadilhas e comunicar para Jhon. Eles eram criaturinhas tão rápidas e pequenas que não seriam notadas e mesmo se fossem ainda poderiam fugir. Menos de 2 minutos depois o resultado da pesquisa chegou, não existiam criaturas vivas no forte ele foi completamente abandonado, e a forma com que foi abandonado pareceu apressada, alguém recuou com as tropas de forma rápida como se fugissem de alguem ou alguma coisa. Jhon cerrou os dentes e ficou frustrado, ele queria parar aqui, mas teria de seguir adiante só assim poderia completar seu plano, o problema é que ele não sabia quanto de sedativo ele ainda tinha, esse monstro de vitalidade está resistindo pouco a pouco ao sedativo. Jhon conhecia bastante Marcos já. Antes com a desculpa de conhecer os pontos fortes do aliado para uma melhor cooperação, ele conseguiu descobrir muito, ele sabia por exemplo que Marcos era imune a venenos e doenças. Essa informação foi imprescindível para ele. Ele era um técnico especializado em venenos e tecnologias de pesquisa e contenção, como então fazer um sedativo que não fosse um "veneno". A solução foi realmente simples, melatonina. Jhon aproveitou um momento para pegar uma amostra de Dna de Marcos (cabelo) e descobriu que a estrutura do corpo do menino não era muito diferente da de um humano comum, então ainda existiam hormônios comuns e substâncias químicas orgânicas no corpo dele que não seriam vistas como veneno. Dessa forma ele preparou um composto complexo com melatonina modificada. Era poderoso para fazer mesmo uma baleia cair no sono profundo. O problema é que a vitalidade de Jhon era tão alta que a estamina (energia fisiológica do corpo) estava remediando os efeitos do composto. Ele já não sabia quanto tempo poderia manter Marcos assim, então voltou para o carro, ele até pensou em desmontar as armas que ali estavam mas ele não podia perder um segundo de tempo. Entrando no carro mudou os controles para manual, acionou um mecanismo que começou a modificar o veículo, ele não podia fazer isso antes pois Marcos iria perceber a urgência e também poderiam ser localizados mais facilmente pelos "inimigos" mas agora era imperativo chegar a cidade rebelde antes que Marcos recobrasse a consciência. Logo asas apareceram do lado, a parte da frente ficou mais aerodinâmica e uma pequena turbina de alta potência apareceu atrás. O veículo estava se modificando em tempo real, cada peça se movia e encaixava com perfeição, logo o SUV se tornou algo parecido com um jato pequeno e alçou voou rapidamente. A velocidade foi aumentando e logo um estrondo se fez ouvir quando o veículo rompeu a barreira do som e desapareceu na distância.
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Gruntar e Gria estavam tendo um tempo real ricamente fácil descendo a pirâmide. Aparentemente as armadilhas estavam quase todas "usadas". O último grupo que passou por aqui ativou quase todas as armadilhas, as vezes ainda apareciam algumas não ativadas ou que já reiniciaram mas os efeitos posteriores que foram deixados pelo ativamente das armadilhas antes eram tão visíveis que Gruntar e Gria não tinham dificuldade em perceber o perigo. Na realidade Gruntar tinha um feitiço muito bom para esse tipo de momento, o nome era "o Suicida". O nome era muito sugestivo, na realidade usando energia do sangue Gruntar conjurava o ser conhecido como suicida. Esse ser era um ser humanoide de mais ou menos 1m de altura, não tinha distinção de sexo, seu rosto era redondo e tinham uma coloração avermelhada lembrava um Meeseeks, um ser conjurado que aparece em uma certa animação famosa, ele não tinha nenhuma habilidade especial ou poder, era um servo temporário que poderia obedecer cegamente qualquer ordem dada. Ele tinha a duração de apenas 10 minutos mas era extremamente barato conjurar essa criatura. Essa criatura servia para escotismo e testes de armadilhas daí o nome do feitiço "o Suicida". Gruntar conjurou algumas criaturas e elas forma correndo pelo caminho ativando todas as armadilhas que ainda não estavam ativas. Elas morriam com alegria, esmagadas, perfuradas, explodidas, cortadas e de varias outras formas. Quando morriam o seu corpo emitia um ruído simples e explodia, virando uma névoa vermelha, a explosão não causava Dani algum, em suma, sua maior habilidade era morrer. Depois de descerem toda a pirâmide  finalmente entraram em um área diferente, era uma enorme floresta subterrânea, a luz que iluminava tudo vinha de plantas bioluminescentes espalhadas pela floresta ou no teto. Gruntar e Gria podiam sentir milhares de formas de vida nessa floresta, a vitalidade era tanta que Gruntar sabia que mesmo o mais fraco aqui poderia se regenerar rapidamente.

- Que lugar maravilhoso, se eu pudesse tomar para mim essa vitalidade... Eu seria invencível.

Gria murmurou assustada com a quantidade de vitalidade que as plantas tinham, que o ar tinha que tudo aqui tinha. Ela era uma mulher louca pelo poder, sua mente era voltada para os fortes, mas ela nunca dependeria de ninguém se pudesse. Então sua busca incessante pelo poder já a levou a cometer atrocidades como rituais de sangue usando uma aldeia inteira, com mulhes, criancas, idosos animais todos. Ela não se importava em ter suas mãos sujas de sangue inocente desde que isso a tornasse mais forte. Claro que ela sabia que não poderia tomar essa vitalidade pra si, desde que chegaram eles sentem, alguém está vigiando, o verdadeiro dono da vitalidade ou melhor dizendo, o verdadeiro ladrão de vitalidade. Gria estava tendo seus devaneios quando sentiu, os inimigos estavam chegando.

- Gruntar prepa...

Antes que ela terminasse Gruntar já estava com seu báculo cantando um tipo de mantra ou encantamento.

A vida é como uma chama
Pode ser uma vela ou um incêndio
A vela pode ser substimada
Mas ela é constante e duradoura
Um incêndio pode ser poderoso
Mas é inconstante e fugaz
A diferença entre um e outro nada mais é que seu combustível
Com o impulso certo uma vela se torna um mar de fogo.

- Magia de campo: Chama da vida.

Depois de terminar a conjuracao uma pequena chama vermelha apareceu na ponta do báculo e se espalhou por uma área de 6m². Gruntar permaneceu na mesma postura enquanto a pequena chama queimava no báculo, essa chama era o núcleo da magia e mantinha todo o "campo" de área mágica. Gria ficou impressionado amais uma vez, ela não foi afetada pelas chamas vermelho sangue mas ela sentia o poder delas, as criaturas que se precipitaram no "fogo" começaram a queimar, mas não era fogo de verdade era como se sua vida estivesse queimando, a vitalidade das criaturas que era extremamente alta era o combustível, algumas dessas criaturas simplesmente viraram labaredas vermelhas e secaram rapidamente. Essa magia parecia toda poderosa mas ela não era, o primeiro ponto fraco era a pequena chama na ponta do báculo, aquela era a chama central e o núcleo da magia, o segundo ponto fraco era que essa magia exigia que o conjurador ficasse em concertação, ou seja, só poderia usar essa magia sem usar outras, o terceiro ponto fraco é que essa magia é do tipo "bullying" ela funciona muito bem contra seres de existência menor que a sua mas  não funciona contra seres mais fortes em existência que você. Claro Gruntar já tinha percebido que cada ser nesta floresta era de Rank "baixo" os mais fortes estavam entre o Rank 3 e 4, mas ele mesmo era um ser poderoso também, por conta disso essa magia seria perfeita para contenção. Gria entendeu o que o menino estava fazendo e começou a agir. Toda vez que uma criatura caía seca no chão Gria sorria escandalosamente e com uma energia invisível coletava o corpo da criatura. Ela estava se divertindo enquanto seu neto fazia o trabalho duro. Logo ela tinha algumas dezenas de animais secos, foi aí que ela começou a entoar seu próprio feitiço:

O sangue que se derrama é como lágrimas da vida que se esvai
A força que ele contém é o prenúncio da morte
Aqui jazem não apenas corpos
Mas tempo
História
Dores
Levantem e peçam o preço de suas mortes, de todos aqueles que ainda vivem.

- Magia de morte : Caçada morta viva.

Depois que Gria terminou sua energia vermelha jorrou sobre os cadáveres e foi se tornando preta como azeviche, era pegajosa como piche e começou a envolver cada cadáver que estava perto dela. Olhando mais atentamente os cadáveres estavam colocados em um tipo de círculo, era uma magia ritual e não somente um feitiço rápido, ela teve tempo de completa-lo pois seu neto criou um belo "escudo" para eles, e a maioria das criaturas aqui usavam ataques corpo a corpo. Em menos de 1 minuto aquela energia pegajosa negra adentrou os cadáveres e eles tremeram. Aquela magia, melhor, aquele ritual não era simples, ele trazia o corpo de volta como um morto vivo sedento por mais vida, mas não somente isso, ele impregnava o cadáver com uma energia conspicua para os espíritos malignos. Logo um mini exército nasceu, os mortos iriam devorar os vivos.

Sangue suor e Morte: Livro 1 DespertarOnde histórias criam vida. Descubra agora