Joshua Grant

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Joshua Grant

Seguimos para o hospital e aquele desmaio meio que me deixou apavorado, tentei acorda-la mas não consegui.

- Vai mais rápido... - pedi ao papai. - Ela desmaiou.

Foi a primeira vez desde que acordei que ele correu com aquele carro, e tive que concordar, ele era o melhor.

Estacionamos na emergência e dois enfermeiros vieram para socorrer.

A colocaram na maca e um dos enfermeiros a fez acordar. Desorientada ela respondeu algumas perguntas para o rapaz.

Eve foi encaminhada para uma triagem e algum tempo depois a médica deixou a sala.

- Vamos ter que acelerar o parto!

- Como? - Fiquei preocupado. - O que tem de errado?

- Coletamos material da placenta da Evellyn pra uma biópsia, e ela está com uma infecção intra-amniótica. Não é muito comum, e provavelmente é proveniente do mecônio eliminado pelo próprio bebê, ou alguma bactéria que tenha ganhado a corrente sanguínea e se alojado na placenta.

- Vai ser cesariana ou normal? - eu precisava saber de imediato.

A questão é que a infecção pode se espalhar e até causar o óbito da mãe e do bebê. Vamos ter que partir pra cesariana, as dores que ela está sentindo não são contrações normais, mas resultado da infecção, portanto ela não tem dilatação.

- Como o senhor sabe, o parto prematuro sempre oferece riscos, então eu preciso que o senhor assine a autorização pra cirurgião.

- Claro... e quero ficar com a minha esposa depois disso. - fui autoritário, eu sei, mas não iria deixa-la sozinha.

-Tudo bem!- ela concordou. - Mas, infelizmente o senhor não vai poder acompanhar o parto.

- Vou. - a encarei. - vou sim e não vai me impedir. - estava prestes a fazer um escandalo.

-Sr Grant, a cirurgia precisa ocorrer em ambiente totalmente estéril, livre de qualquer manifestação oportunista. Eu vou cuidar pessoalmente da sua esposa, não fique tão aflito. Sua filha é um feto saudável e a infecção está só no início, estamos acelerando o parto pra garantir as melhores chances para as duas.

- Pode parar aí... Ou você me coloca ao lado da minha esposa na sala de cirurgia ou eu vou fazer um escandalo aqui.

- Calma, Filho! - Hary se colocou ao meu lado. - A doutora está acelerando, não da tempo de te preparar.

- Para o inferno... - disse nervoso me sentindo angustiado. - Ela não vai ficar só neste momento. - encarei a médica. - De um jeito. eu quero estar lá para segurar a mão dela.

- Infelizmente, não é possível, lamento! Eu preciso me preparar para a cirurgia-ela foi dura e me deu as costas

- Doutora... - fui atrás dela e Hary me segurou.

- Pare com isso e deixe os médicos agirem.

- Eve não pode ficar sozinha. Ainda mais neste momento.

- Ela vai entender a urgência. Fique calmo e sente-se. - Eu queria invadir aquele local e ficar com Eve, mas acabei me sentando ao lado de Hary, nervoso, com as pernas tremendo sem parar.

- Matheus nasceu prematuro... - disse Hary tendo agora a minha atenção.

- Sua mãe entrou em trabalho de parto ao sétimo mês e eu não estava lá para ficar com ela. -ele me olhou triste. - Matheus era tão pequeno e tinha tão pouco peso que ficou no hospital... Você era pequeno demais para não lembrar. Mas foi aí que nos perdemos. - ele respirou fundo esfregando as mãos. - Ela descobriu algumas coisas ruins sobre mim... Descobriram que ela sabia e aí... Tentaram matar você e sua mãe.

FINO TRATO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora