Eric

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Eric

Diante de mim estava um jornal com a manchete: " Evellyn Kavanaugh, Gravida". Era tudo que eu não queria que acontecesse. relutei para ler o que estava escrito, mas era inevitável, pois precisava montar uma estratégia para manter Billy como o único herdeiro. Apanhei o jornal e abri na matéria escrita por Joyce.

"Foi surpresa total para a mídia descobrir justamente no dia em que o Empresário Joshua Grant era casado com Evellyn Kavanaugh a quase dois meses. Escutei choros de desilusões de algumas pretendentes que se diziam completamente apaixonadas por ele. E não vamso esquecer da Estilista Elisa Warner que, numa noite de diversão confessou estar noiva do mesmo homem que tinha um casamento secreto com sua melhor amiga. Bem! brincadeiras a parte, nada mais que, vemos Evellyn Kavanaugh desfilando a sua barriguinha de grávida de aproximadamente 4 meses de gestação. Linda como sempre e muito bem vestida, ela não deixa de ir ao hospital para ver seu marido. Ultimamente não tem dado entrevistas se dizendo chateada com a imprensa por especular demais a vida particular dos dois. Creio que o memso bichinho que mordeu Joshua Grant também havia mordido Evellyn Kavanaugh que se recusa a falar de sua vida particular e seu repentino casamento. Caramba! nós só queremos saber como tudo isso aconteceu. Então vamos deixar as mágoas de lado e desejar ao casal felicidades e que Joshua Grant volte o quanto antes, quem sabe assim conheceremos a história de amor dos dois". — Colunista Joyce.

— Quatro meses! — joguei o jornal na mesa. — Não tinha outra hora para engravidar, Evellyn! — soquei a mesa e me levantei indo até a janela do meu escritório.

Nova York sorria, pensa que não era num lugar tão privilegiado como a empresa de Joshua, estava num lugar mais afastado do central Park.

Na minha mente veio a lembrança do tempos de jovens, ele era um rapaz calado, sempre conservando o sorriso no rosto e com sonhos mirabolantes na cabeça que, quase não nos contava.

— Vamos abrir um escritório! — disse Joshua vendo o quanto havíamos ganhado com aquela brincadeira de operar na bolsa as nossas mesadas.

— Você está louco? temos apenas 3 mil dólares com o rendimento. — me sentei na cama quase a sua frente, Charles começou a gargalhar.

— Vamos, Eric! Três mil e faço dobrar em uma semana. — ele estendeu a mão para mim. — Você vai para a universidade, Charles também... Podemos fazer isso.

— Vai deixar de ir para Harvard? — Charles se mostrou preocupado.

Encarei Joshua tentando entender porque se recusava a ir para a universidade.

— Minha mãe está com Câncer... disse a ela que não fui aceito em nenhuma universidade. — ele nos encarou com pesar nos olhos.

Charles e eu nos encaramos, não sabíamos o que dizer.

— Esther não é a responsável por isso, não é? — perguntei curioso.

— Também! — ele disse se levantando. — Ela fará universidade aqui e... combinamos de esperar ela se formar e nos casar. — ele sorriu arteiro. — Quero me casar antes. Por isso quero abrir uma corretora e começar a trabalhar o quanto antes.

— Você é maluco? — me levantei indo até ele. — Você só tem 18 anos, como quer se casar tão jovem.

— Olha quem fala. o cara que tem uma namorada de 14 anos em Nova York. — ele me deu um murro leve no peito.

— Não é bem uma namorada. é um passa tempo quando vou a Nova York com meus pais.

— Você tem isso a cada 15 dias. — Charles se sentou na beirada da cama. — Vamos montar esse escritório. Confio em Joshua e tenho certeza que vamos ficar ricos".

Gargalhamos e fizemos o gesto dos três mosqueteiros, Joshua sempre dizia que era o D'Artagnan. E o cara era o melhor de todos nós. E eu o invejava por ser o querido dos professores, dos amigos e de nossos pais quando vinha em casa. Minha amada Esther era apaixonada por ele, apesar de cair em meus braços por não resistir a atração sexual que tínhamos um pelo outro.

Precisava dar um jeito de arrumar uma amostra de sangue de Joshua, precisava arrumar um jeito de separar Evellyn de Joshua, precisava desmoralizar Evellyn diante de Joshua e ter um meio de provar de que o filho que ela espera não é dele. Mas como faria isso se não conseguia subornar alguém próximo a família para começar a armar. Esther não conseguia se aproximar de Joshua, seu contato era sempre com Hestan.

Olhei o reflexo no espelho e tive uma ideia, apanhei o telefone e liguei para Esther.

— Amor! Está na hora de acionar a imprensa e a justiça. — falei deixando Esther sem reação.

—Como assim?— ela pareceu estranhar— Você me disse pra manter o anonimato e ser paciente!

— Evellyn está grávida. é hora de tirarmos o sono dela e de todos. — mil coisas passavam por minha mente.

—Como assim, grávida? Isso reduz a herança do Billy pela metade! E pior o infeliz do Josh não morre logo.

— Eu preciso que se aproxime de Joshua o mais rápido possível... terá que por Evellyn para fora daquele apartamento, desmoralizada... não sei ainda como fazer isso, mas eu quero ela longe. — Passei a mão no rosto. — Nem que você tenha que se casar com ele...

—Você esqueceu que aquele homem prefere o diabo a mim.

— Para que serve relembrar o passado em que você o amava. — respirei fundo. — Escuta... Billy precisa ser o único herdeiro. não importa se ele não gosta de você. vamos dar um jeito de tirar Evellyn e o bebê do caminho.

—Como? Atropelando ela com um caminhão? Não tem jeito,Eric!

— Vamos plantar uma desconfiança quando Joshua acordar... Vamso fazer ele acreditar que o filho que ela espera não é dele. Vou investir mais nos nossos encontros. vamos deixar rastros nos jornais. Com você fazendo o alarde de que Billy é filho de Joshua, a imprensa vai perseguir Evellyn e é aí que eu entro.

—Tá bom! Vamos cuidar de tudo, e tirar aquela pedra do nosso sapato.

— Amanhã mesmo você vai ao Hestan. Vai perguntar quando vão anunciar Billy e o reconhecer como filho. Hestan provavelmente vai pedir um tempo... Não aceite, diga que vai providenciar e garantir que o menino tenha seus direitos garantido e que ele possa conhecer o verdadeiro pai.

—Tá bom! Eu confio no seu discernimento.

— ótimo. — respondi com determinação. — Fique atenta nos jornais. — respirei fundo. — Temos que conversar com Billy e contar a ele tudo. Ele precisa saber quem é o pai dele.

—Acho melhor você fazer isso. Eu não levo o menor jeito com aquele garoto.

— Tudo bem... Ficarei com ele no final de semana.

— Você leva bem mais jeito que eu.

— Não sei porque não tem paciência com ele.

— Eu sou mãe por acidente, Eric! Não nasci pra isso.

— Tudo bem... — respirei fundo. — Nos vemos no sábado de manhã. lembre—se de me tratar com rispidez.

—Tá, mas você vai ter de me compensar a noite, Tigrão!

— Se conseguir fugir sem deixar rastros... — sibilei entre os dentes já imaginando tê—la em meus braços.

—Pode deixar que cuidarei disso

— Tchau. — me despedi e desliguei.

Agora era tudo ou nada, tínhamos que começar a nos mexer de uma vez por todas.

FINO TRATO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora