Joshua Grant

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Joshua Grant

Acordei com o sol alto, olhei em volta e não havia ninguém no quarto, passei a mão ao peito que, estava com fios ligados. Eu senti uma vontade enorme de sair correndo daquele lugar que eu não conhecia. comecei a puxar aquelas coisas que me prendiam. minhas pernas pesavam quilos, mesmo assim consegui pô-las para fora da cama e desabei no chão por não conseguir sustentar o meu corpo.

- Sr. GRANT! - gritou uma senhora ao entrar no quarto, aqueles aparelhos apitavam alto. - O que faz fora da cama!

A empurrei quando tentou me erguer.

- Solte-me... eu sei andar. - disse nervoso. - MÃE! MÃE!!! - a chamei alto.

- Senhora Grant! SENHORA GRANT! - A mulher saiu correndo do quarto.

Me apoiei na outra cama e me sentei corretamente no chão, ofegante por não aguentar a carregar meu próprio corpo.

- Inferno... - olhei em volta. - Que porra de lugar é esse?

- Você está no seu quarto, Joshua! - a morena da noite anterior adentrou o quarto e me explicou, ela tinha uma voz doce e gentil.

- Onde está a minha mãe? - perguntei desconfiado. - Porque eu tenho duas enfermeiras?

- Josh, você realmente não lembra? - ela parecia confusa e medindo as palavras

- Onde estamos? - ele se esquivou quando tentei acariciar seus cabelos.

 - Estamos na nossa casa!- ela disse de modo simples - Do que você se lembra?

Tentei lembrar e me veio uma pessoa.

- Esther... Estamos noivos... Minha mãe! Droga!!! - Tentei me levantar. - MÃE! - segurei aquela mulher e a encarei. - Ela me disse que está com... Deus! como eu pude deixa-la assim.

- Josh, calma! Meu bem, você e a Esther não são noivos há anos! Sua mãe... - ela engoliu em seco. - Eu sinto muito!

Pisquei várias vezes e a encarei.

- Como? quando? - senti uma onda de temor invadir o meu corpo. - Mamãe!

- Você me contou que ela estava muito doente e infelizmente, ela não resistiu. Mas...isso foi há muitos anos?

- Esther? - perguntei deixando as lágrimas rolarem.

- Você... - ela engoliu em seco. - Vocês terminaram! Ela se casou com outra pessoa e você também!

- Casou? - sequei as lágrimas. - Com quem?

- Você realmente não se lembra de mim? - ela fugiu da minha pergunta

Olhei para o seu rosto e sacudi a cabeça em negativa. Realmente eu não me lembrava dela.

- Onde estamos?

- No seu apartamento! -ela afirmou paciente- Acho que você precisa falar com alguém que você se lembre, então eu vou dizer alguns nomes e você me diz se soa familiar, tá bom?

- Certo... - Relaxei sentado ali no chão, ansioso para saber quem estava por perto e que eu conhecia.

- Hestan? - neguei com um abano de cabeça. - Hary? - outra negativa. - Thomas? - não me era familiar- Tá! - ela suspirou. - Você quer que eu chame a Esther aqui?

- Eu não sei... - eu a encarei com curiosidade. - Você não é uma enfermeira, certo?

-Não! -ela sorriu e acarinhou a barriga avantajada- Eu sou a Evellyn e essa é a Helena! Estávamos ansiosas aguardando você acordar!

- Há! Caralho! - levei as mãos a cabeça. - você... e eu... - apontei para sua barriga.

-É! -ela deu de ombros e sorriu- Você é presidente e proprietário do grupo Hellena Grant. Você tem 34 anos e é o meu marido! Eu não sei até onde você se lembra, talvez 19,20 anos?

- Há! - Encarei ela achando que estava me contando uma piada e caí na gargalhada. - Tá bom! Você quase me convenceu!

Ela se afastou de mim, por alguns instantes e voltou até mim com um espelho de mão, me entregando

-Vamos devagar! Depois eu te mostro os seus documentos, fotos... Tudo o que você precisar e estiver disposto a ver.

Concordei e segurei o espelho em minhas mãos, respirei fundo e visualizei aquele homem bem mais velho. Passei a mão em meu rosto e cabelos.

- Quantos anos eu tenho? - perguntei tentando contar as rugas nos olhos.

-Trinta e quatro!- ela disse de modo simples

- Caramba... Tudo isso!? - a olhei. - Você e eu estamos casados. - olhei para sua aliança.

- Sim, eu sou a Sra Grant!

Descansei a cabeça nas mãos e soltei o ar pela boca, tentando entender toda aquela loucura.

- Eu... não sei... eu estou confuso. - encarei aquele rosto lindo. - Você é linda demais para estar casado com você... Acho que não te mereço.

- Obrigada pelo elogio! -ela sorriu e acarinhou meu rosto, seu perfume era doce e ela tinha uma expressão maternal- Você está com fome?

- Eu quero um banho... - disse por fim, me sentindo imundo com aquela fralda. - Isso é ridiculo... até  que ponto cheguei.

-Você estava em coma há semanas. Vamos, eu vou te ajudar!

- Não! - ergui as mãos. - Eu vou sozinho... É só me dizer onde é o banheiro. - afastei-me dela.

- Você não pode ir sozinho. Não antes do check-up. Qual é? Vai ficar com vergonha de mim? Você acha que fizemos a Hellena por telepatia?

- Seria interessante. - dei risada. - Mas não... Você já carrega um bebê, não tem que carregar um marmanjo.

- Prefere a enfermeira, então? -ela indagou suave

Estava pronto para responder quando um senhor entrou no quarto parecendo afobado e se abaixou, olhou para mim e sorriu.

- Olha só você! - ele riu emocionado. - Bem vindo, garoto!

Olhei para Evellyn pedindo socorro, pois não sabia quem ele era.

Esse é o Hary, seu pai... postiço! -ela deu de ombros- É ele quem cuida de você a maior parte do tempo.

- Pai? - encarei aquele rosto e sorri feliz. - Pai! - O puxei como se aquilo fosse um sobro de esperança.

- Filho! - ele me abraçou e recebi alguns tapinhas em suas costas. - É bom sentir seu abraço.

O soltei e encarei tentando buscar um respinho de lembranças, mas nada.

- Ela disse postiço... Você se casou com a minha mãe? - Precisava saber, pois muita coisa estava desconexas na minha cabeça.

- N-não! - ele sorriu triste. - Sou apenas seu motorista... E temos uma grande afinidade que você me chama de pai. e eu aprendi a te amar como um filho.

- Você perdeu uma ótima oportunidade! -Evellyn afirmou, olhando pra ele e se levantou- Vou preparar o seu café, enquanto Hary te ajuda. Temos de ir para o hospital dentro de pouco tempo.

- Certo... - Segurei sua mão. - Você disse que poderia chamar Esther... Você pode?

Ela encarou Hary e suspirou com pesar

-Vou ligar pra ela. Avisar que você acordou e pedir que venha te visitar!

- Obrigado. - soltei a sua mão e deixei que o senhor me levasse para o banheiro.

Praticamente ficamos em silêncio, observando aquele homem que me parecia familiar, resolvi ficar quieto. Tomei um banho gostoso, fui vestido com uma calça de moleton, uma camiseta e um agasalho, meias e um tenis.

FINO TRATO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora