Evellyn Kavanaugh

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Eu estava me sentindo estranhamente angustiada aquela manhã. Eu tinha me trancado no escritório e me afogado no trabalho, mas ainda assim não consegui me livrar daquela sensação de que algo terrível estava pra acontecer

Eu não costumava ser uma pessoa supersticiosa, mas não podia ignorar o fato de que me senti exatamente assim quando meu pai morreu.

Era hora do almoço, e eu resolvi aproveitar o momento pra falar com Eliza. Chamei—a na minha sala para uma conversa franca e honesta

E até achei engraçado o modo como Eliza adentrou a minha sala, parecendo uma garotinha rebelde prestes a levar uma bronca, eu quase tive pena dela. sentou—se a minha frente na cadeira que indiquei a ela.

— Me desculpa, Eve!

— Pelo quê?

— Eu sei por que você me chamou aqui. Eu bebi demais e falei besteira pra imprensa.

— Olha, eu falei com o Josh e ele está bem aborrecido com essa história, mas ele quer ajudar você e eu também. Há muito tempo você não produz nada Lizzie e eu acho que já deu dessa fase sabática, né? Josh e eu queremos investir em você, desde que você não diga mais nada sobre a relação inventada de vocês. Josh e eu vamos abrir o nosso relacionamento pro público e eu vou ter que cobrir as arestas desse seu suposto noivado com ele.

— Eu não queria atrapalhar vocês, me desculpa!

—Tudo bem, Lizzie! Só para agora tá? E amanhã nós conversamos sobre a sua nova coleção, tá bom?— dispensei Eliza o mais rápido possível, pois eu precisava falar urgente com Josh. Eu tinha de tirar aquela sensação de dentro de mim.

Eu tinha que ter a certeza de que meu marido estava bem, para me livrar daquela angústia.

Leva o Thomas para a sala dela, diga que Hestan precisa dela para assinar alguns papéis, etc...

Não tive tempo de ligar pra Josh, pois Tom adentrou minha sala com uma expressão preocupada.

— Thomas, o que houve?

— Eve, o Hestan precisa falar com você.

— Você saberia do que se trata?

— Sim, minha irmã! Acompanhe—me.

Obedeci meu irmão, não gostando daquela expressão em seu rosto.

E gostei menos ainda da expressão no rosto de Hestan quando o encontrei alguns minutos mais tarde.

— O que aconteceu com o meu Josh?

— Sente—se, Evellyn! — Ele pediu, esperou que me acomodasse. — Eu vou ser direto... Joshua embarcou no helicóptero com alguns funcionários para visitar um navio que estava em alto mar... No caminho ele sofreu uma pane e caiu.

A guarda costeira está procurando por sobreviventes... — Ele disse com pesar.

— Você está dizendo que o meu marido... — engoli em seco e me sentei.

— Não! — levantei depressa. — Tom, chame o Detetive Stan.

Ele é bom em acharpessoas— Evellyn! Ele estáem alto mar. À aeronave caiu a mais de 50 quilômetros da costa. — disse Hestan.— Agora temos uma cambada de jornalistas lá fora querendo saber dele... Eupreciso dar uma posição e tenho que ter a esposa dele ao meu lado. — Hestanolhou para o meu irmão. — Evellyn precisa passar confiança aos acionistas.— Vamos lá! —suspirei. — Thomas detecte o Stan. Eu quero uma equipe especial de busca.— Não se preocupe,Eve! Vou falar com o Stan e vamos providenciar os melhores.— Vamos lá, Hestan!Preciso de uma diretriz— Vamos mostrarconfiança de que tudo está no controle. — Hestan apertou o botão do elevador ese vou para mim. — Sabe que tem o controle das empresas, não é? — Sim! — esbocei amargurada e me recostei aofundo do elevador. — Meu marido estava está vivo, Hestan. Eu sei o que todosestão pensando, mas o Josh é obstinado! Ele não ia nos deixar assimHestan sorriu tristee concordou comigo.— Vamos achar o nossogaroto. — A porta do elevador se abriu e entramos.—Como aconteceu,Hestan?— Não sabemos ainda. —Ele me olhou. — O que Simon contou é que ele já estava indo para o carro quandodois homens se aproximaram, falaram com ele e entraram no helicóptero.Segundo os funcionáriosdo heliporto a aeronave estava indo para um dos navios da companhia levarsuprimentos.—Vamos achá-lo!—afirmei confiante— Pode ser um seqüestro...Ou pode ser apenas uma queda infeliz. As portas do elevadorse abriu havia muitas pessoas a nossa espera no saguão do edifício esperandopor um pronunciamento sobre os fatos. Hestan e eu caminhamos até onde havia umpúlpito improvisado para falarmos.Começaram asperguntas alvoroçadas dos repórteres, Hestan pediu um minuto para falar.— Sei que todosquerem saber o que realmente aconteceu com Joshua Grant. Na verdade não sabemosainda do que realmente aconteceu. A guarda costeira recebeu um alerta de quedade um helicóptero e agora fazem buscar para achar os passageiros e o piloto.— E quem ficará no comandoda empresa? Algum nome para a sucessão caso o Sr Grant não seja encontrado? —Um dos repórteres perguntou.— Evellyn Kavanaugh!Esposa de Joshua Grant será responsável pelas empresas e terá todo o meu apoio,assim como de todo o corpo jurídico e diretor. — Hestan disse com propriedade,mostrando que a empresa de Joshua se mantinha firme e sem abalo.—Eu tenho umaprocuração pra representar o meu marido enquanto ele estiver afastado. E nessemomento estamos concentrando todos os esforços para encontrar o Sr Grant vivo ebem! — Quando se casaram? — Perguntou o repórterconfuso.— As perguntaspessoais furaram para uma próxima vez... — Respondeu rapidamente Hestan. —Neste momento vós nos concentrar no desastre.Hestan e eurespondemos as perguntas, não ficamos por muito tempo voltando a sala dereunião onde todos estavam ocupados ligados na tv e nos telefones em busca deinformações. Christina se aproximou de mim.— Vamos para oescritório de Joshua, descanse um pouco.Acompanhei minhacunhada, me sentando no sofá do escritório e só então me permiti chorar.— Não é justo, Chris!— Sabe... Simon viuele indo para a aeronave e não o impediu.—Quem poderiaadivinhar? Eu não vou conseguir sem ele, Chris!— Vai sim... Você temum bebê a caminho. É o futuro de Joshua. — Ela se sentou ao meu lado. — Vai dartudo certo, vamos achar o Joshua. Mas se isso não acontecer, terá que seguir emfrente.— Nós vamos achar oJosh

Elaconcordou e me abraçou, reconfortando-me.

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