Eric

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Eric

Durante os dias que se passaram depois da colheita do exame de sangue, consegui me infiltrar no laboratório e paquerar justamente a responsável pelos exames, começamos a sair e numa noite a fiz me levar para o laboratório.

Ela entrou rindo e eu atrás dela, a segurando sensualmente demonstrando o quanto eu a queria ali e agora.

- Me conte como é seu trabalho. - Me sentei numa daquelas cadeiras desconfortáveis e a fiz se sentar de costas para mim, abracei sua cintura.

- Aqui eu armazeno as amostras de sangue... Cada um tem nome e data... - E ela foi contando como fazia os exames, e eu fingia que estava entendendo tudo até chegar ao computador.

- E nesse computador está tudo armazenado. Quem traiu quem... - demos risadas.

- Basicamente isso. - Ela se voltou para mim e acariciou meus cabelos e me beijou.

- Estou curioso para saber como é o papel que diz... aqui diz que ele não é meu filho. - Brinquei e ela riu.

- Não posso te mostrar isso. - ela ficou desconfiada.

- Para! Estamos só nós dois aqui. E não sou nenhum desses pais que querem saber... - arregalei os olhos não sabendo mais o que dizer. - Tá! tudo bem... Estou exagerando.

- Não! Tudo bem. - Ela se virou de costas novamente para poder mexer no computador.

Eu fiquei brincando com seus seios e beijando suas costas, fingindo que estava ocupado, então vi o nome de Joshua Grant.

- Olha! Esse não é aquele cara... aquele magnata? - Apontei para o nome.

- É ele mesmo. - ela abriu o arquivo. - Ele se safou de uma boa... acho que alguém estava querendo enrolar o cara.

Meu coração chegou a parar um segundo ao ver o resultado. "NEGATIVO". Willian não era filho de Joshua.

- O que foi? - Ela me olhou.

- Eu.... acho que bebi demais. - Senti vontade de vomitar e ela correu para pegar um balde.

Praticamente vomitei o jantar inteiro, minha cabeça agora parecia o pino de uma panela de pressão de tão furioso que estava.

- Você não me parece nada bem. - Ela se preocupou.

- Tem algum antiácido? - Perguntei sentindo revirar o estomago novamente.

- Deixa ver se o meu colega tem... - Ela se levantou. - Fique aí, eu já volto.

Concordei e observei Hannah sair da sala, olhei para o computador e eu tinha que fazer algo. Então em um momento de lucidez fiz as mudanças que deveriam dar positivo para o exame, salvei, fechei o programa e desliguei. Nessas alturas eu já estava suando como um porco, minha cabeça latejava e quando ela voltou eu pedi para ela me tirar de lá, não estava bem. e Foi o que fizemos. deixamos o local e fui direto para a minha casa.

Na manhã seguinte segui para o apartamento onde Esther estava vivendo. Fui pela escada de incêndio como sempre entrava para não levantar suspeitas, adentrei ao apartamento no terceiro andar.

Esther estava em pé na cozinha mexendo no fogão, parei próximo a ela.

- Oi. - disse sentindo meu coração acelerado.

-Oi amor! O que faz aqui?- ela caminhou até mim e fechou a porta as minhas costas- Alguém te viu entrar?

- Com quem você dormia? - perguntei rosnando.

-O que?- ela estranhou- Do que você está falando, Eric?

- Willian... Não é meu filho... Você sabe o porque ele não pode ser meu filho. - Levei as mãos a têmpora que latejava. - Ele não é filho de Joshua Grant.

-Claro que ele é filho do Joshua. - Ela disse cinicamente

-De onde você tirou essa idéia?

Ela ia saindo de perto e eu a segurei e a puxei para mim, ofegante e suando frio.

- Não! ele não É! - disse quase que cuspindo nela. - Eu vi o exame. - A chacoalhei e a soltei. - Você é uma puta desgraçada!

-Eric, para! Você tá maluco, deve haver um engano.

- NÃO! NÃO HÁ ENGANOS. NÃO HÁ! - gritei, entre lagrimas e revolta. - Você dormia não só comigo e com Joshua... Com quem mais, Esther! - Procurei me acalmar, mas era dificil diante da decepção.

-O que isso importa agora, Eric? Eu era noiva do Josh, não sua. Eu não devia fidelidade a você. Depois que nos casamos, eu nunca mais olhei pra outro homem.

- Quem é o pai do Willian? - o suor agora pingava do meu rosto, estava ofegante, coração acelerado. - QUEM É? - gritei.

-Foi só uma noite!-ela parecia querer ganhar tempo- Você viajou com o Josh. Vocês me deixaram e... eu estava carente... Eu juro, Eric! Foi só uma vez. Eu sempre achei que o Billy era filho do Josh.

- Quem... Com quem você dormiu? - passei o lenço no rosto, meu estomago estava revirado.

-Não teve a menor importância, Amor!

- Não encosta... - me afastei erguendo as mãos, comecei a chorar. - Você não presta. Não tem um pingo de sensibilidade... Nunca me amou ou amou o Josh... - a encarei em lágrimas. - QUEM! - vociferei a assustando.

- Não diz isso, Eric! Eu sempre amei você, foi só uma transa, caramba!

- QUEM... Quem foi! - Segurei seu rosto a apertando entre as mãos. - Fala logo, Esther! Fala de uma vez... quem é o pai do Willian?

- Não foi nada demais!- ela insistiu

Grunhi apertando seu rosto, senti o rosto ficar vermelho do sangue fervendo, a olhei ofegante, com muita raiva. Abri os olhos e olhei a foto de Billy no aparador da lareira, o sorriso era conhecido e eu achava que era de Joshua, mas não, então a encarei e me afastei.

- Charles, não é? O pai dele é o Charles. - Abri a boca chocado com a constatação.

-Eric, por favor... Você está exagerando. Não teve nenhuma importância!

- Foi ele! - Andei pela sala e apanhei a foto do meu filho que agora não é mais meu, olhei a foto, aquele sorriso. - Vaca! Você é uma vaca! - a olhei mostrando a foto. - Charles... Como eu nunca percebi isso.

- Não foi nada demais! - ela estava chorando- Uma transa, Amor! Foi só isso. Você saia com a Patrícia, eu tinha raiva e... Esquece isso... Eu amo você!

- Eric, me escuta...- ela se aproximou e tentou me abraçar

- Já disse para não encostar em mim. - A empurrei com força e ela perdeu o equilíbrio, escutei o baque de sua cabeça batendo na mesa de centro e o filete de sangue começou a escorrer - Esther! - sussurrei ao vê-la parada no chão.

- Me ajuda, por favor... - ela sussurrou, sua voz estava fraca e havia cada vez mais sangue. - Me desculpa... - me inclinei sobre ela, que silenciou totalmente

- Esther! não! - ela estava com os olhos esbulhados, imóvel.

Verifiquei sua pulsação e levantei ofegante ao constatar que ela estava morta.

Comecei a tremer e tapei a boca para não gritar por socorro, agora apavorado em saber o que faria.

Olhei em volta apanhando uma flanela, comecei a limpar tudo, peguei dinheiro, resto das joias que ela tinha, baguncei a casa e saí pela mesma janela que entrei, procurando observar se estava sendo filmado, coloquei o capuz na cabeça e caminhei apressadamente do local.

FINO TRATO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora