NARA. (M)

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NARA 💭

Acordei numa cama de hospital, com um acesso na veia, uma dor de cabeça desgraçada, mas comecei a ri ao me lembrar como vim parar aqui, será que dei um coma alcoólico? Só sei que bebi muito e a última lembrança que eu tenho é de eu vomitando pra caralho enquanto Eduardo me dava um esporro!

Dr: Olha ela, resolveu acordar! Tem que se cuidar, em, mocinha! Não pode sair bebendo assim não, teve que tomar glicose. -ele disse enquanto mexia no acesso e em seguida tirou sangue do meu outro braço, eu não entendi nada com nada, ainda tava meio grogue, então só assenti- Coletei esse sangue aqui pra fazer uns exames. Tem um rapaz aí fora querendo te ver, tá agoniado toda hora perguntando, vou pedi pra ele entrar, se não é capaz dele querer invadir. -ele riu-

Nara: Eduardo não existe. -eu ri fraco.

O médico saiu logo lá da sala e em seguida o Eduardo entrou, tava com uma carinha abatida meu boy, coitado.

Edu: tá querendo me matar do coração tu, né, malucona? Eu falei pra tu manerar, tu não me ouve Nara.

Nara: Desculpa, Edu! Eu não esperava que isso fosse acontecer.

Edu: Porra, faz mais isso não mulher! Fiquei desnorteadão, bateu um desespero do caralho vê tu inconsciente.

Nara: Vou manerar mais na bebida, prometo.

Edu: tua prima tá aí fora também preocupadona, tava as três aí, tudo virada, depois de muito eu insistir as outras duas foram, mas a Thaysa disse que só vai sair daí depois que ver tu.

Nara: Meu Deus, coitada, nem dormiu...

Edu: e quem ia conseguir dormir com tu aqui? A Juliana foi embora mas toda hora liga! Aí -ele me mostrou o celular tocando- Oi, Juliana! Ela acordou sim, tá bom, vou passar pra ela aqui. -ele me entregou o celular-

Ju: Amiga, como você tá? Tava morta de preocupação.

Nara: Já tô bem Ju, precisa se preocupar mais não, foi só um susto pra eu aprender a controlar.

Ju: mesmo assim, Nara! Foi terrível, pensei que tu ia morrer, sério, tava pálida no colo do Eduardo, menina, nunca vi esse homem tão desesperado, chegou no hospital na maior gritaria.

Nara: Eu imagino -disse enquanto olhava pro Edu e segurei a mão dele- Vai descansar, Juliana! Eduardo me disse que vocês tavam aqui, vai dormir, provavelmente mais tarde devo tá aí já.

Ju: Tá bom, amiga! Beijo. Qualquer coisa fala pro teu macho me ligar.

Nara: Tá bom, tchau. -eu desliguei o telefone e devolvi pro Eduardo- Edu, obrigada. -eu continuei alisando a mão dele-

Edu: tem nada que agradecer não maluca, tá doidona?

Nara: que doidona, menino! -eu ri- Nossa, tô com gosto do whisky até agora na boca, só de imaginar já fico querendo vomitar.

Edu: agora é sério, Nara! Tu não aguenta beber não pô, tem que ficar ligada, te avisei pra caralho e tu nem aí, imagine se acontece algo pior? Ram, quero nem imaginar, tem que ter limite pô!

Nara: Eu sei Edu, prometo que vou me controlar mais, desculpa por estragar tudo. Bebi porque estava com raiva, queria esquecer tudo.

Edu: Mas eu já tinha resolvido a parada pô, mandei até a menina ir embora, e eu nem tive culpa, aquela filha da puta que veio atrás de historinha.

Nara: errado foi tu, não sei pra que trouxe essa garota, nada a ver.

Edu: Mariana insistiu, pô! veio com papo de que ia ficar sozinha, o que era verdade né.

Nara: ela é outra também que eu não sei pra que veio, não sabe se enturmar, sabe que ninguém gosta dela e não faz o mínimo pra mudar isso. -ele me olhou sério, não gosta quando falo do alecrim e eu não tenho papas na língua mesmo.- Ai, não me olha assim não. Até eu, que me meti naquele rolo todo dela, arrisquei nosso namoro, quase perdi tu e ela ainda fica na ingratidão, sinceramente, tua irmã precisa aprender muito com a vida Eduardo.

Edu: Deixa a Mariana lá pô, a mina tá lá na dela, deixa lá. Tu descansa aí, viu mandar tua prima vim aqui te ver. -eu assenti e ele saiu, provavelmente não gostou de eu ter falo da irmã dele, mas é a mais pura verdade, a menina foi muito ingrata comigo, não esperava, nem queria ser amiga dela, mas o mínimo ela deveria fazer.

Thay: Ai sua piranha, tava quase infartando querendo te ver, precisava ver com os meus olhos que tu tava bem. -ela disse entrando no quarto- mana tu deu pt real.

Nara: desculpa. -eu acabei rindo e ele riu junto-

Thay: mas graças a Deus tu tá bem, o médico falou com a gente lá fora, tá só esperando os resultados dos exames pra liberar tu, Eduardo disse que ia em casa do pegar o carro e volta. -eu assenti.

Fiquei conversando com Thaysa, coitada de minha prima, ta aqui uma hora dessa ainda com a roupa de ontem, sem dormir, como eu não vou amar essa desgraçada?

EDUARDO 💭

Deixei a Nara com a prima e fui em casa rapidão, tava necessitadão de um banho e aproveitar pra pegar o carro, o médico havia informado que assim os resultados dos exames já iam sair e provavelmente a Nara já seria liberada.

Fiquei boladão com as coisas que ela falou, mas bem debati, tô ligado que ela tem razão em umas paradas, mas é minha irmã pô, tem nem como ouvir umas paradas dessas e achar maneiro.

Tomei um banho rapidão e voltei pro hospital, foi bate e volta mesmo, sorte que não era muito longe.

Cheguei e fiquei na recepção aguardando, logo vi o médico que tava cuidando da cara e fui até ele.

Edu: E aí, ela já vai ser liberada? -eu perguntei pra ele-

Dr: Nara Araújo, né? -ele perguntou e eu assenti- Tô com os resultados dela, deu nada de errado não, ela só tem que se cuidar mesmo com relação ao bebê, início de gravidez, não pode tá bebendo assim não, ainda mais do jeito que ela bebeu, por pouco não em um coma alcoólico. -ele foi falando e eu nem tava conseguindo ouvir mais nada, que porra era essa, com certeza tinha algo errado-

Edu: Pera, calma ae doutor! Deve ter algo errado aí, pô! Nara não tá grávida não! -ele me olhou sem entender e voltou a ler o papel lá-

Dr: o exame tá dizendo o contrário, quase dez semanas já. Vocês não sabiam? -eu neguei, tava nem acreditando numa parada dessas, caralho! Será que a Nara sabia disso e não em contou? Porra, claro que ela não sabia, se não ia tá desesperada pra caralho.

Como eu ia dá uma notícia dessa pra ela? Tô ligado que a Nara morre de medo de engravidar, corre de filho igual o diabo foge da cruz.- Eu vou pedi pra uma enfermeira ir lá liberar ela, a alta dela já está assinada. Eu sugiro que você converse com ela com calma, imagino o susto, por não esperarem, mas não demorem a marcar um obstetra, pra acompanhar a saúde do bebê. -ele me entregou os exames junto com a alta da Nara e apertou minha mão- No mais, é só tomar os devidos cuidados mesmo, boa sorte rapaz.

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