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Mariana

A verdade é que eu sempre fui pipa avoada mesmo.
Nunca estive nem aí pra nada, quando eu falo nada, é nada mesmo.
Eduardo sempre foi controlador, até entendo ele.
Não tivemos nenhuma figura paterna, as vezes sinto que essa superproteção dele é por ser o homem da casa, meu irmão desde novo foi muito responsável, tem os defeitos dele, teve alguns erros também, mas sempre foi exemplo dentro de casa.
Ao contrário de mim, que só terminei de estudar mesmo sob pressão dele e da minha mãe.
Minha vida era baile, bebida, homens, e vou mentir não, eu amava.
Isso até conhecer o DG.
Bofe é um pouquinho mais velho que eu, mas sempre se comportou como um garotão, uma única vez que nos envolvemos foi o suficiente pra me deixar balançada por ele, desde então não paramos mais.
Única coisa ruim nisso é que ele além de envolvido no movimento, é casado. Aonde que Eduardo ia aceitar isso? Nunca!
Posso ser malucona, mas sempre tento respeita-lo o máximo, amo muito meu irmão.

Há umas duas semanas eu tô sentindo uns enjôos e tontura, quando comentei com ele, a primeira coisa que disse, foi que, filho ele não queria, então eu que desse meu jeito.
Assim, nem comentei com mais ninguém, aonde que eu vou confiar nesses "amigos" de baile? Tu vira as costas e nego te apunhala, isso ia cair rapidinho no ouvido de quem não devia, e ia me fuder real.

Não tive outra saída a não ser pedir ajuda pra Nara. Não queria envolver ninguém nisso, até porque, não queria que ninguém soubesse, mas como ela viu e é a única que agora sabe, eu não tive outra opção.

Nara: eu não sei onde eu tô com a cabeça, tu não tem uma amiga não, garota? Pelo amor de Deus. -ela disse com a mais no rosto- caralho, olha a merda se o Eduardo descobre.
Mariana: não tenho coragem de contar pra ninguém, não quero que isso chegue no ouvido da minha família.
Nara: e o pai?
Mariana: disse pra eu da meu jeito. -eu disse lembrando e segurando o choro-
Nara: que merda, garota! Maldita a hora que sair da merda daquele quarto. -ela disse balançando a cabeça- tu já sabe como quer fazer? -balancei a cabeça em negativa-
Mariana: tem umas clínicas que fazem e tem remédios também, mas não dá pra tomar remédio aqui. E caso eu fosse em alguma clínica eu precisaria inventar alguma "viagem"
Nara: e dinheiro, cara? Essas coisas não são baratas.
Mariana: isso é o de menos, eu arrumo com o DG. Só preciso que tu me ajude mesmo, e não deixa o Eduardo saber.
Nara: olha só, garota! Vou te ajudar, depois tu nem olha na minha cara, tá ouvindo? A gente nem se gosta e olha a merda que tu vai me meter, nem pra sustentar teus bagulhos sozinha. -ela disse bem séria apontando o dedo pra mim-

NARA. (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora