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Marcos: Nara, o que houve? Querendo conversar assim do nada, fiquei preocupado.

Nara: Calma, pai! -eu respirei fundo, estávamos todos na sala, meu pai, meus avós, eu e o Eduardo.
Eu sabia que precisava falar, mas não sabia nem como começar.-

Ana: ai Nara, o que houve? Fala logo, pra que esses suspense todo, fala minha filha, aconteceu algo?

Nara: Calma, gente. -eu tava extremamente nervosa, chega tremia- não vou prolongar muito, é... -respirei fundo novamente- estou grávida! -falei tudo bem rápido e todos ficaram calados me encarando-

Eduardo: É... eu já falei pra ela, mas faço questão de falar pra vocês também! Nós dois tamo ciente que vacilamo aí, mas vamo assumir a responsabilidade. Se vocês preferirem, eu até caso, sei lá, já falei pra Nara, se ela quiser eu arrumo um lugar pra nós morar até hoje mesmo, vou fugir das minhas responsabilidades não, e... - eu interrompi ele, em outra situação eu iria ri muito, tava bizarro, Eduardo se embolando nas palavras, muito nervoso, coitado.-

Nara: Calma, Eduardo! -eu segurei sua mão, pedi calma mas também estava extremamente nervosa- Falem alguma coisa. Eu sei que é cedo, eu não queria, juro! Mas aconteceu... -eu disse querendo chorar-

Ana: Tá tudo bem, minha filha... Não chora, só estamos assustados, só não esperava, acho que nem seu pai, mas tá tudo bem.

Nara: eu não queria desapontar vocês, juro! Eu nem me formei ainda, sei que isso vai de certa forma me atrasar um pouco. -eu chorei-

Ana: calma minha filha, nem sempre as coisas saem como nós queremos, mas sim como Deus quer e tá tudo bem.

Pedro: Fica tranquila minha filha, a gente tá com vocês, seu filho será muito amado.

Nara: É muito bom ter o apoio de vocês, não sei como vai ser daqui pra frente, mas é bom saber que tenho vocês ao meu lado. -eu disse para os meus avós e enxuguei o rosto, meu pai continuava calado- Pai...

Marcos: Tô tentando absorver... -ele disse e passou as mãos na cabeça- Você tem certeza disso, Nara?

Nara: Sim, pai! Eu passei mal na viagem e acabei descobrindo, eu nunca brincaria com isso, vocês sabem que não era minha vontade, não tô feliz, eu nem sei como vou me acostumar com com essa ideia.

Marcos: Não fala assim, Nara! -ele me repreendeu- tudo é consequência, agora é assumir as responsabilidades. -ele respirou fundo- Não tenho muito que o falar né, você sempre foi tão dona de si, minha filha, tão independente. Tô surpreso, não esperava, mas sei que você vai tirar de letra, como todos os desafios em sua vida. -ele disse e em seguida veio ao meu encontro, me levantei e abracei o meu pai-

Nara: Espero pelo menos ser só um pouquinho do que o senhor sempre foi pra mim.

Marcos: você vai ser muito melhor, filha! -ele beijou minha cabeça, e em seguida me soltou para assim abraçar minha vó que estava radiante, parecendo até que o filho é dela.

(...)

Passei o dia todinho deitada, Eduardo ficou aqui até início da tarde, mas depois foi buscar a filha, amanhã já volto a trabalhar e só consigo pensar na minha rotina, fiquei pensando em toda essa loucura, em como talvez eu tenha amadurecido e estou encarando isso de forma mais leve diferente de como talvez eu encararia há um tempinho atrás, com certeza minha postura seria outra, minha visão, tudo!

Pensei em como tudo vai mudar agora, minha vida com certeza passará por reviravoltas, tenho medo do que estar por vir, tenho medo da minha relação com o Eduardo, são tantos medos, inseguranças, de como eu serei com meu filho, se serei uma boa mãe, enfim, só de pensar, bate uma aflição, e uma sensação de insuficiência.

Nara: Oi, Eduardo. -disse após atender o celular-

Edu: e aí, como tu tá? se alimentou direito né, garota?

Nara: ai, Eduardo! Claro né, já estou até deitada.

Edu: sério? ia perguntar se tu não queria dormir com teu preto, pô!

Nara: ai, amor! já estou deitada, amanhã já volto a trabalhar, vou dormir aqui mesmo.

Edu: se tu prefere... Amanhã te levo lá então, já vê logo pra tu marcar o médico, Nara, o pivete tá grandão já aí e nunca foi numa consulta. -eu acabei rindo, só o Eduardo mesmo.-

Nara: tu nem sabe se é menino, Eduardo! Mas vou ver isso do médico.

Edu: Claro que é menino pô, aguento outra não, já tem você, a Maria, mais uma é pra me fuder.

Nara: ninguém mandou tu me engravidar, pois tomara que venha.

Edu: malucona pô, tu me dizia que tomava remédio. -ele riu- jogava dentro mesmo.

Nara: olha, Eduardo, melhor tu ficar calado! Ridículo. Cadê a Maria?

Edu: Tá aqui, dormiu! Porra, minha filha tem nem um ano ainda e eu já fiz outro, sou sagaz demais Nara, fala aí.

Nara: Ai, Eduardo, você é um palhaço.

Edu: Tô com saudade, amor! Tem certeza que não quer vir pra cá? -ele insistiu mais uma vez-

Nara: tenho Edu, já tô deitada.

Edu: tá preguiçosa demais em, em outros tempos uma hora dessa já tava aqui. -ele riu e continuamos conversando até a hora que eu resolvi dormir, amanhã já volto a trabalhar, nasci linda, não rica, infelizmente.

40 comentários p próximo 🥱

cheguei a 1k de seguidores aqui e eu tô surtandooooooo 🎉🎉🎉🎉

NARA. (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora