117

6.9K 619 154
                                    

A grávida apertada quando faz xixi, é como se tirasse um peso imenso, meu Deus, não sabia que era tão satisfatório fazer xixi!

Dei uma olhada no espelho, em seguida lavei minhas mãos e fui saindo banheiro e escutei algumas vozes alteradas, inclusive uma muita conhecida, acertou quem pensou Eduardo!

Tentei ignorar, fingi que aquilo não tava acontecendo, mas não consegui.

Patrícia: Eduardo, eu não quero ela aqui, não quero essa garota tendo contato com a minha filha, entende isso!

Edu: Nossa filha! -ele corrigiu e se eu bem conheço Eduardo, ele tava totalmente impaciente- Porra Patrícia, tu só pode tá maluca! Como é que minha mulher não vai ter contato com a minha filha, pô?! A menina é amarradona na Nara, tu mesmo viu lá pô, ela no colo dela, eu só afastaria a Maria dela se ela maltratasse a garota, mas pelo contrário, pô, ela da mó atenção pra garota!  Tu tá com uma implicância fodida aí, vou nem da palco pra isso.

Patrícia: Eu sou a mãe dela!

Edu: e eu sou o pai, porra, não fode! -ele disse interrompendo a fala dela-

Patrícia: Eduardo, a minha filha tem que ficar com pessoas que eu confio! Eu não confio nessa piranha aí que você arrumou, e inventou de engravidar, e outra, ela não me suporta, e se não gosta de mim, não gosta da minha filha também. Não estou na mente de ninguém, não sei o que ela pode fazer com a minha filha, se você tá cego é problema seu, eu não confio! Inclusive, não quero esse teu filho aí, se é que é teu mesmo, né?! Tendo contato com a Maria, imagina a criação que essa criança não vai ter com aquela favelada. -ela foi falando e aquilo de certa forma foi me incomodando tanto, que me arrependi da hora que a minha curiosidade falou mais alto e eu vim atrás de ouvir essa conversa, principalmente ouvir falando daquele jeito do meu filho, que nem tem culpa de nada.

Um nó na garganta se fez, um enjôo, nunca vi alguém falar de mim com tanto ódio, nojo e desprezo carregado na voz, aquilo me fez mal de alguma forma, a gravidez me deixou sensível demais, já estava com uma vontade de chorar terrível, queria sair dali, mas meu corpo não reagia aos meus comandos, me deixando imóvel.-

Edu: Que não gosta de você, garota?! Ela nem toca no teu nome, pô! Vive lá a vida ela e tu deveria fazer o mesmo ao invés de tá nessa implicância fodida aí, essa tua guerra é sozinha mano, se toca! -ele disse inconformado- Agora muito me admira tu tá falando sobre ser favelado ou não, logo tu que dava pra um? Tu engravidou de quem filha da puta? Hipócrita do caralho, vai pra casa do caralho, por mim essa porra de discussão acabou, você é mãe dela, eu sou pai, os mesmos direitos que tu tem sobre a menina eu tenho, trabalho pra caralho pra minha filha ter o que precisar, dou amor a ela do mesmo jeito que tu, acho melhor tu acabar com esse teu show aí, e cessar a porra desse assunto, vou ficar aqui batendo palma pra tu não, maluca! -ele virou e me encarou ali, imóvel, porque até então os dois estavam numa posição que não dava pra me ver- Porra! -ele falou e veio andando na minha direção enquanto a Patrícia me encarava de braços cruzados-

Nara: Me leva embora! -eu disse com a voz embargada-

Edu: Porra, Nara, que que tu veio fazer aqui. -ele disse me abraçando e me empurrando e eu parei encarando aquela mulher que me olhava raivosa-

Nara: Olha, Patrícia! Eu não sei porque esse ódio teu gratuito por mim, eu nunca te fiz absolutamente nada e nem tenho nada contra você, sério! Pra mim é indiferente...

Edu: Vamo Nara! -ele disse me interrompendo-

Nara: Calma, Eduardo! -eu respirei fundo e voltei a encara-la- Eu juro que tento te entender, principalmente agora, grávida! Passando por momentos, principalmente inseguranças que você talvez tenha passado, tento me colocar no teu lugar pra pelo menos saber lidar com esses momentos, principalmente porque você não teve o Eduardo ao seu lado na gestação, juro que até o seu ciúmes eu tô tentando compreender e relevar, mas nada justifica as coisas que você tá falando aí. Eu tô tentando entender, sabe? Eu cheguei agora nessa história toda aí, infelizmente não tenho culpa das ações do Eduardo com você. É injusto da sua parte "me culpar". -fiz aspas no ar- Mais uma coisa, entendo que a Maria é sua filha, você tem total direito de não querer ela comigo, mas eu quero que fique bem claro, que, você deveria me agradecer muito e ficar feliz pelo meu tratamento com a sua filha, ou você acha que a menina ia querer ficar perto de quem a maltrata?! Eu gosto muito da sua filha, mas respeito sua decisão. E espero de coração que com tempo você consiga maturidade suficiente pra saber lidar com isso, porque querendo ou não, nossos filhos serão irmãos, terão uma ligação pra sempre, e esse laço, nem eu, nem você, nem ninguém conseguirá desfazer. -Eu despejei tudo que estava entalado, na maior calmaria, ou pelo menos tentando minha respiração estava descompassada, Eduardo saiu me puxando dali e no caminho encontramos a Juliana-

Juliana: Garota, tava onde? De hoje que eu te procuro, pensei que tinha descido no vaso. -ela disse e em seguida reparou nas nossas caras- O que houve, amiga você tá bem? Tá pálida!

Edu: Ju, tamo indo, depois falo com vocês. -ele disse e continuou andando comigo rápido e em silêncio pra fora do local-

Nara: Vai se despedir de sua filha Eduardo! -eu disse de olhos fechados e com a cabeça encostada no banco do carro-

Edu: Amanhã pego ela aqui, vou te levar embora.

Nara: Vai rápido Eduardo, você sair assim pode confundi a mente dela, vai, eu tô bem. -eu disse tentando controlar a respiração e ele se deu por vencido-

Edu: Vou demorar não, já volto! Não sai daí. -ele disse e eu assenti e ainda tentando assimilar tudo que rolou.

-
o que acharam??? 👀
tô amando vê vocês interagindo nos capítulos, continuem!!!
aproveitem que a autora de vocês hoje está ativa e inspiradaaa.

continuo com 100 ⭐ e 80 💭

NARA. (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora