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NARA

Eduardo acabou me deixando a vontade pra falar, e eu falei, falei tudo mesmo, desde a demissão, discussões, até a saída de casa, ele me ouvia quieto, atento, me deixava falar, sem me interromper, só concordava com a cabeça, não posso omitir do quanto aquilo me fez bem, foi como tirar um peso eu falar aquilo tudo.
Na real, eu tava precisando conversar com alguém que só me ouvisse, acho que o Eduardo entendeu bem isso.

Edu: Pô morena. Sou muito bem em falar essas coisas não, sabe? Mas tu é inteligente, da pra ver de longe, posturada também, vai demorar arrumar outro trampo maneiro não. -ele disse pós ouvir tudo que eu falei e eu sorri em resposta pra ele. Apesar do jeito grosso, bipolar, Eduardo parecia ser um cara maneiro, pelo menos ele se mostrou hoje, e eu gostei de conversar com ele.

Eduardo me puxou pro seus braços e me deitei em seu peito e ficou fazendo carinho em meu cabelo, estávamos no sofá, em silêncio, estava ótimo.
Eu precisava daquilo, daquele silêncio pra pensar e ele respeitou perfeitamente...

(...)

Acordei com o corpo cheio de dor, não é pra menos, pós uma dormida no sofá, né dona Nara?
Tirei o braço do Eduardo de cima de mim, mas acabei o acordando sem querer.
Bofe me olhou serinho, tu liga? Eu muito menos.

Vi que minha menstruação tinha descido, droga, não poderia esperar eu chegar em casa? Mas ruim com ela, pior sem né não?! Pra minha sorte tava fraquinha, só vi porque passei o papel mesmo. Tomei logo um banho e desci pedindo pro Eduardo me levar, não saberia ir sozinha né mores?
Ele foi no banheiro mas logo voltou e saímos.
Pedi pro Eduardo me deixar um pouquinho antes da casa da minha vó, mal cheguei, não quero abusar né?!

Nara: Valeu por ontem. -eu disse e sorri pra ele, que retribuiu sorrindo de lado.-
Edu: Qualquer coisa tu aciona, po. Tem caô não. -nos despedimos e eu fui pra casa da minha vó, cheguei lá tinha ninguém pela sala, cedinho ainda, coloquei meu celular no carregador, tomei outro banho, coloquei um absorvente e fui pra cama, Thaysa me avisou que estava na casa da Mirela, e eu acabei pegando no sono.

Só acordei mais tarde com Thaysa derrubando alguma coisa no quarto.

Nara: Tá com a mão aonde, porra?
Thay: ih, deixa de revolta. Já era pra ter acordado, saiu cedão do baile.
Nara: e quem disse que eu dormi cedo? -ela me olhou maliciosa, ridícula essa minha prima- não dei não, Thaysa.
Thay: ué, vai me dizer que ficaram conversando a madrugada toda. -ela disse zoando-
Nara: Foi, ue. -eu disse e ela me encarou-
Thay: Ih, Nara. Isso tá mais sério do que eu imaginava. -eu revirei os olhos e balancei a cabeça negativo.-
Nara: Nada demais.
Thay: Se toca, porra. Bofe perdeu baile todo pra ficar de papinho contigo e tu diz nada demais?! -ela disse rindo-
Nara: Vai tomar no cu. Nem te conto o que aconteceu... -contei o episódio com a mona e ficou rindo-
Thaysa: Fico pra morrer com a cara de pau dessas monas, sério.
Nara: E eu? Deu vontade de gargalhar na cara dela com ela achando que me afetaria.
Thay: pior que deve morar por aqui, vai ser teu carma. -ela disse séria depois riu- ta fodida.
Nara: eu não. Ela briga só, onde que vou brigar por macho que não é meu? Ela só não pode me encostar né, que não vou virar meu cu pra ela bater. -ela riu e ficamos conversando, até minha vó chamar a gente ela almoçar...-

NARA. (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora