Kessilly narrando:
Menor me ajudou atravessando comigo e com nossa filha para a minha casa, ficamos calados o percurso todo, depois do que papai nos falou, o que eu menos queria era arrumar um abriga com Menor e escutar outro sermão do Senhor Kelliston.
— Eu queria muito falar com você, pra nós se entender. — Menor disse baixinho, enquanto eu passava Stella do bebê conforto para o berço.
— Vou tomar um banho rápido, me espera aí. — Falei calma e ele apenas concordou com a cabeça.
No banho, eu deixei a água do chuveiro cair sobre mim e por um momento lembrei de tudo, da minha história com Silas, de como a gente se encaixava durante o sexo, das vezes que fugi para encontrar com ele pelos bailes, mas também lembrei de como me sentir sozinha e traída quando ele foi pro baile e me deixou sozinha com uma bebê, eu sabia que algo a mais tinha rolado, Samara me contou tudo e eu acreditava nela, tudo isso me desgastava demais. Quando sair do banho, vestida em um roupão, Silas encarava Stella dormindo no berço e eu pude jurar que desciam lágrimas pelo seu rosto.
— Kessi, me perdoa... Por favor, eu fiz besteira, eu sei disso, eu sei que errei, mas eu sou novo mais, ainda inconsequente. — O pai da minha filha me abraça e eu não lhe correspondo, apenas me desfaço do abraço e deito na cama, Silas fez o mesmo, deitou ao meu lado e enxugou suas lágrimas.
— Sabe Menor, a gente teve uma filha juntos... você tem vinte e oito, idade não é desculpa para agir com imaturidade. — Falei com um grande pesar na voz.
— Eu sei, Kessi. Cara, eu poderia falar mil e uma coisa, mas além de não ser bom com palavras, não iria mudar o fato de que fui um otário com você, e tudo fica pior quando lembro que larguei você junto com a nossa bebê... vocês me esperaram, teu pai fez todo um esforço pra me tirar do veneno, eu sei que não mereço, mas eu quero outra chance. — Ele diz chorando olhando para o teto.
Eu amava o Menor, mas ele precisava entender que não era só fazer o que bem quisesse comigo, agir como um babaca e depois eu perdoaria fácil, então tomei uma decisão única e se fosse da vontade de Deus que ficássemos juntos, ia acontecer, mas por agora, eu daria um gelo nele.
— Silas, é o seguinte...
— Não me chama pelo meu nome, por favor não faz isso. Eu já até consigo prever o que tu vai falar, amor por favor — Ele diz se virando para ficar frente a frente comigo na cama, eu não posso falar que isso não mexeu comigo.
— Silas, não! Eu não vou te dar outra chance, pelo menos não por agora, eu sei que tu és o pai da Stella, mas por agora eu não consigo te perdoar... deixa rolar e bora ver o que acontece mais pra frente. — Menor me agarrou e selou nossos lábios. — Por favor respeita meu tempo, você tava se esfregando com outra, Silas... cara, só de lembrar isso, me dá nojo.
Menor não falou nada, ele sabia que estava errado, apenas me abraçou com força, enquanto soluçava, eu queria poder perdoa-lo, mas onde iria está o meu amor próprio? Por mais que doesse, era melhor eu ver como ele iria se comportar, pra só então decidir se era arrependimento de verdade ou apenas arrependimento de momentos.
— Eu vou fazer de tudo para te conquistar. — Ele diz em meio aos soluços.
— Eu só quero que seja um pai presente para a nossa bebê, e que pare de ter ciúmes de um vapor que só estava me ajudando. — Falei sorrindo e deixando escapar algumas lágrimas também.
Menor concordou, ficou agarrado em mim até se acalmar e parar de chorar, fechei os olhos e logo adormeci, me acordei quando senti os lábios dele em minha testa e um sussurro "Não vou desistir da nossa família, amo vocês", continuei de olhos fechados fingindo que estava dormindo, senti ele caminhando até o berço e abri os olhos, ele encarou nossa bebê por alguns minutos, sorriu e saiu do quarto.
***
No outro dia acordei cedo com o choro da Stella, eram apenas 6 da manhã quando dei de mamar à ela e troquei a fralda que estava cheia de xixi. Stella não conseguiu mais dormir, então fiquei deitada com ela na cama,.
— Oi amor, cadê a princesa do vovô? — Papai abriu a porta do quarto e eu sorri quando ele entrou vindo direto deitar ao lado da neta para paparica-la.
— Acordamos 6 da manhã hoje, vovô... não deixei minha mãe dormir até mais tarde. — Falei fazendo voz de bebê e meu pai ria como um bobo.
— Tá certo minha filha, tem que deixar tua mãe em claro igual como ela fazia com o vovô e a vovó... chorava tanto durante a madrugada inteira. — Ele diz fazendo carinho no cabelinho da Ste.
Papai perguntou se nós precisávamos de alguma coisa, eu neguei e ele disse que ia sair para comprar nosso café da manhã, coloquei as proteções ao redor de Stella na cama mesmo e fui fazer minhas higienes matinais... escutei ela chorar e ainda estava passando sabonete, apenas me enrolei na toalha e sair para ver, Arthur estava com ela no colo, ele ainda estava usando as roupas de ontem, provavelemnte estava chegando em casa agora.
— Quer me matar de susto? — Falei colocando as mãos no peito.
— Acho que ela não me curte muito não — Ele diz embalando ela em seu colo que ainda estava chorando.
— Ela vai se acostumar contigo, tapado... ver se cuida da minha filha direito, pelo menos não está fedendo a cachaça. — Disse voltando para o banheiro.
Dessa vez tomei um banho demorado, percebi que a bebê havia parado de chorar, Arthur estava aprendendo a lidar com bebês ainda, mas até que soube se virar bem, quando sair do banho ele já havia deixado minha filha na cama e estava usando o celular enquanto ela olhava para todos os cantos, não tinha nem 6 meses de vida e já era curiosa.
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Foi K.O
Teen Fiction+18 || Laysa sempre soube que seu pai comandava um morro, mas nunca aceitou essa realidade. Morava com sua mãe, em um bairro nobre e sempre teve tudo oque queria, escolas particulares e roupas caras, mas em uma troca de tiros entre policiais e ladrõ...