Foi K.O

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Arthur narrando

Desde a morte da Mara, o morro ficou bem mais calmo, as bocas faturando muito, os moleques estavam todos de boa, eu estava terminando de montar meu som, mas algo me dizia que não deveria confiar muito nessa tranquilidade toda.

— Que foi Arthur? Tá pensando demais aí... Cê nem pensa, filho — Menor senta do meu lado.

— Sei lá pô, acho que alguma coisa de ruim vai acontecer​. — Digo coçando a cabeça.

— Deus nos guarde mano, já basta eu ter enterrado minha irmã, não quero mas enterrar ninguém não. — Menor falou cabisbaixo.

— Mas o crime é isso jovens, o crime é matar ou morrer. — Tio Logan fala enquanto ia saindo da sala com meu pai.

— Tá fazendo o que aqui, Arthur? — Papai diz dando um tapa na minha cabeça e depois me abraçando.

— Vim aqui ué, não pode não? Um dia eu vou ter que vender também. — Digo rindo e Tio Logan me olha feio.

Eu não entendia qual era do Tio Logan e do meu pai, eles eram traficantes mas não queriam me ensinar nada em relação ao tráfico, me tiravam de rota de tudo, meu pai dizia que isso não era pra mim e coisa e tal, fiquei puto e logo sair de lá, liguei pro GW que era o cara que tava montando meu som e disse que ia lá dar uma passada pra ver como tava ficando.

— Fala tu GW, qual o papo? — fiz toque de mão com ele.

— Fala tu man, olha só, essa força aqui não vai aguentar nos raxa, mas tem essa aqui que é maior e mais potente, só que mais cara. — Ele diz apontando pras duas forças.

— Mano, eu quero qualidade e muito grave, não importa o preço, eu pago quanto for preciso... Eu só quero que fique pronto antes de sábado. — Falo pegando um bolo de dinheiro do bolso e dando na mão dele.

Saí dali e fui direto pra casa da Lay, ela e minha irmã estavam organizando uma festa de aniversário pra Regina na sexta, ela era gente boa e merecia essa festa.

— O que vocês querem que eu faça? — Digo enquanto via elas arrumarem uns pacotes de balão dentro de uma caixa.

— Quero que tu compre carne, cerveja, whisky e que encontre uma pessoa que saiba tudo sobre drinks. — Kessilly fala.

— Principalmente os drinks, quero armar uma barraca de drinks à vontade a festa todinha. — Laysa pronuncia.

— Vai ser meio caro isso, não acham? — Digo arqueando as sombrancelhas.

— Não importa o valor, isso é o de menos, o Logan vai bancar. O que importa é que a festa dê o que falar. — Lay diz e eu começo a rir.

Era engraçado o quanto a Laysa tinha mudado depois de um tempo aqui, ela deixou de ser tão certinha na hora de usar as palavras, aprendeu a xingar e principalmente deixou de lado a frescura, ela era gente boa, eu perdi ela por burrice minha mesmo, mas o Lúcifer tratava bem ela, ele fazia de tudo pra ver aquela loira sorrir, ele realmente merecia ela mais do que eu.

Fiquei brincando com o barrigão dá minha irmã, ela iria ter um menino pelo que saiu na ultrassom, eu nunca fui muito jeitoso com crianças, mas a Carla e o Pietro estavam amolecendo meu coração de pedra.