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Menor narrando

Eu tava um tempo sem falar com a Kessi, um final de semana sem falar com minha ruivinha e eu já tava pirando, o pior de tudo é que agora ela ia ter um bebê, eu sei que essa ruiva era maluca e não ia se chegar comigo tão cedo, passei o domingo na boca vendendo e fazendo entregas de droga.

— Mano, tu perdeu um morenão viu. — Santos diz rindo dá minha cara.

— Que morena? A minha namorada é ruiva.

— Não é a Kessi tua senhora?

— É mano.

— Ela pintou o cabelo, tava na lojinha de roupa mais cedo batendo umas fotos, agora que ela tá solteira geral tá de olho, vacilou menorzinho.

Os caras começaram a tirar com minha cara, sai dali com mais de mil, subi na moto e fui na lojinha da Martiani, Kessi tinha pintado o cabelo e tava com um boddy todo indecente mostrando demais, um shortinho curtinho, desci dá moto e peguei no pulso dela, pedindo pra ela vir comigo, levei ela pro meu barraco, minha irmã tava lá, ela era meia depressiva, e nem se importou com a nossa briga, Kessilly ia falando um monte de coisa pra mim e eu só fazia puxar ela, quando chegamos no meu quarto eu tranquei a porta.

— Tu tá doido Silas? Tá afim de morrer?

— Tu que tá viajando mano, quer pagar de surtada comigo, Kessilly? Que porra de tinta é essa, que porra de roupa é essa. Tu é minha mulher caralho, minha.

— Cala essa tua boca, tu me largou sozinha quando eu só precisava de ti, mandou eu me foder e os caralho a quatro, mano, vai se fuder.

— A gente vai ter um filho mano, um filho.

— Eu vou ter um filho Menor, eu. Tu só é o cara que colocou o esperma aqui dentro, além do mais essa tinta de cabelo não vai fazer mal pra ele, mas sabe o que vai fazer mal pra ele? Tu me assustando, me fazendo chorar, seu otário.

Kessilly senta na cama e começa a chorar, me dei conta do que eu fiz mais já era tarde demais, Kessi já tava chorando e eu fazendo papel de otário. Sentei do lado dela e abracei a mesma que chorou no meu ombro, eu nunca me vi nessa situação, nunca imaginei que eu também iria chorar por alguém, mas foi impossível não conter minhas lágrimas.

— Eu te amo Kessi, me perdoa.

— Tudo bem Silas.

— Eu sei que não tá bem, por favor... Eu te amo, amo esse filho que vai nascer.

Beijei a barriga dá Kessi que limpou minhas lágrimas, sorriu e me beijou, eu tinha a certeza de que era ela, era ela que eu queria pra minha vida, ela que seria a mãe dos meus filhos, era com ela que eu ia passar o resto da minha vida, liguei pro Robson cobrir o resto do meu horário na boca, queria passar o resto da tarde com a minha ex ruiva.

— Quer almoçar, vida? Eu peço comida pra gente.

— Não, tô enjoada... Quero dormir.

— Passa a tarde comigo, por favor.

— Dorme comigo então?

— Durmo amor.

Beijei a boca dela lentamente, sem malícia, só por amor mesmo, saudades e sentimentos bons.

Foi K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora