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Samara narrando

Eu acho que já chega de tanto suspense, estava na hora de me mostrar e também de revelar a todos do morro quem eu era, porém eu iria primeiro falar com Kelliston mas conhecido como todos pelo vulgo Kekel.

— Calma Kelliston, eu não vou enfiar uma faca em você e nem acertar uma bala no teu peito. — Falo me escorando no carro e ele se aproxima de mim me prensa no carro e segura meu queixo.

— O que quer aqui, Samara? — Kelliston grita e aperta meu queixo mais forte.

— Eu quero te mostrar o teu filho, e tu sabe muito bem do que eu tô falando. — Falo soltando a mão dele de mim.

— Cala essa sua boca Samara, você ficava comigo e com mais o morro todo, acha mesmo que eu vou acreditar? — Ele se exalta e eu coloco a mão na boca dele.

— Você sabe muito bem que era você que eu amava e ainda amo... Mas eu era novinha demais, você tinha sua mulher e eu fui obrigada a ir embora. — Falei com lágrimas presas nos olhos e um nó na garganta.

— Ah claro, você voltou para me atormentar isso sim, Samara... Deveria ter ficado em SP com o teu novo marido. — Kekel fala e as lágrimas caem.

— Tá tudo bem por aqui? — Kessilly chega e eu olho para ela.

— Tá, tudo sim minha filha... Essa aqui é uma amiga. — Kellinton diz e eu sorrio pegando na mão dela.

— Eu só vim aqui pra dizer que vão tocar o parabéns e o tio Logan te quer lá, trás tua amiga também. — Kessilly diz e ele me olha.

A filha de Kelliston vai andando na frente e eu enxugo as lágrimas, Kekel me olha faz que não com a cabeça, pega o meu braço e me puxa para ir também.

— Fica aqui e não me traga problemas. —Kekel diz no meu ouvido, pega sua arma dá cintura e vai passando pelo pessoal todo até chegar no palco.

No palco era onde ficava a mesa do DJ e bem no centro dela estava a mesa com o bolo e uns brindes personalizados.

Logan narrando

Faltava só o Kekel pra começar o parabéns e assim que ele chegou, na hora que ia começar, vi a minha menina vir correndo com a Carla na mão e a galera tudo falando, dei um tiro pro alto e todos ficaram calados.

— Piá, ajuda aí ela a subir. — Falo alto e o meninos logo colocaram ela em cima do palco.

— Eu queria falar uma coisa. — Laysa diz,me olha e depois olha pro pessoal e o DJ dá o microfone a ela. — Eu nunca me imaginei aqui, nesse lugar, nesse morro, cercada por essas pessoas... Justo eu, uma menina riquinha, mimada e a senhora dá lei. O que eu quero dizer é que eu sempre julguei os favelados e as pessoas que moram em um morro, eu sempre apontei e critiquei o povo daqui, qualquer pessoa que morasse aqui eu dizia que era de mal caráter, mas nesse tempo que eu passei aqui eu pude ver que não é nada disso, favelado tem amor, favelado tem sentimentos, favelado também é do bem e favelado também é como eu. Durante 20 anos da minha vida, eu neguei para mim mesma a existência dessa cara aqui, eu fui tola, hipócrita e mesquinha, na escola quando chegava o dia dos pais e me perguntavam por que eu era a única que não levava o meu eu dizia que esse cara aqui estava morto, eu te peço desculpa Louis, eu te peço perdão, eu te peço perdão pois eu estava cega, minha mãe havia me colocado em um pedestal e só aqui no morro eu vim descobrir como a vida funciona, só no teu não, no nosso, é com muito orgulho que eu digo nosso e é com muito orgulho que eu te digo, Feliz aniversário, papai!!!

Laysa me abraçou chorando, eu não tive como não segurar também, eu cair nas lágrimas, eu chorei feito criança, todos estavam emocionados também, não tinha só bandido na festa, muitas famílias estavam lá também, beijei a testa da Laysa, tirei minha corda de ouro que o Lúcifer tinha me dado e coloquei no pescoço dela.

— A lágrima de um homem vai cair, esse é o seu B.O para a eternidade. — Canto e começa o tiroteio dos moleques junto com os foguetes de artifício.

Começou a tocar Hungria Hip Hop- Não troco e a festa continuou.

Foi K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora