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Samara Narrando

Quando desci para ir buscar uma amiga que estava vindo pro baile, vi de longe o Menor no maior esfrega com uma puta, na mesma hora fui até lá e peguei ele pela gola da camisa, ele se assustou e sacou a pistola, quando viu que era eu, apenas guardou de novo e pediu desculpas, todo mundo olhava aquela cena e eu sabia que o fuxico seria grande amanhã. Arrastei ele de lá.

— Tá ficando maluco, menor? — Grito com ele.

— Porra, tu vem de costas, fode né. — ele diz nervoso.

— To falando disso não, vacilão. Pow, tua filha tem dois meses e tu largou tua mulher sozinha com ela pra vim pra baile e se esfregar com mulher? Te orienta. — Digo séria e ele bufa, Silas era o tipo de cara que odiava ser contrariado.

Ele apenas assentiu com a cabeça e saiu dali, nem vi para qual lado pois perdi ele de vista no meio da multidão, peguei meu celular e liguei para minha amiga Diana, ela era minha vizinha e amiga, como terminou com marido e tava na deprê, eu a convidei pro bailão.

— Porra amiga, quase não te acho!!! — Ana grita me abraçando, ela já estava com um copão na mão de bebida, fomos caminhando até chegar na casa onde a diretoria ficava.

— Esse é o famoso camarote que eu tanto te falo — Falei alto no ouvido dela por conta da música muito alta.

Apresentei ela pra quase todo mundo, Kelliston pediu para trazerem Gin para bebermos e taças grandes junto com baldes de gelo para nossa mesa. Arthur que estava conversando com um dos soldados, quando me viu em uma mesa, veio se juntar com a gente, a laje era bem grande e coberta, ficava no segundo andar de uma das casas que pertenciam ao Logan, o primeiro andar eles faziam de bar e o segundo era uma laje coberta que enchiam de iluminação e de mesas, só subia quem tihha autorização, daqui de cima dava pra ver o fluxo todo.

— Diana e Arthur, não sei se vocês se conhecem, enfim... Ana esse é o meu enteado e Arthur essa é minha vizinha e também amiga. — Apresentei os dois que logo começaram a se dar bem e a beberem juntos.

— Arthur tá afim de dar o bote nessa tua amiga — Kekel falou no meu ouvido me segurando por trás e indo comigo no ritmo da música.

Apenas sorri e balancei dizendo que não, eu conhecia o Arthur o suficiente para saber que ele estava mal por conta da Patty. Começou a tocar Xereca de mel e quando vi, Ana estava com as mãos na mesa empinando a bunda no ritmo da música e Arthur ria e colocava a mão nos joelhos como as meninas que dançam funk, não aguentei e tirei uma foto dos dois, vai que Kekel está certo e de repente rola alguma coisa, pelo menos já terão uma foto do "primeiro encontro", ri dos meus pensamentos e coloquei a culpa no Gin.

Arthur Narrando

Eu não achava graça e nem me divertia desde quando levei um grande fora da Patrícia, não lhe procurei mais e ela fez o mesmo, não vim pro baile na intenção de arrastar alguém, eu realmente só queria me divertir e beber um pouco, Diana era uma mulher linda e apesar de lher conhecer tão pouco, já posso dizer que é extraordinária, bebemos muito juntos e quando tocou um sertanejo aleatório, até dançamos juntos lembrando dos nossos amores passados.

No final do baile, me prontifiquei de levar Ana pra casa, Samara aprovou a ideia e meu pai me deu a chave de um dos carros blindados, já eram quase 08 da manhã e estávamos muito porres, fomos cantando as músicas da rádio do carro até chegarmos na sua casa, que era bem ao lado da casa da minha madrasta, descemos do carro rindo.

— Obrigada por ter feito a minha noite mais feliz, sem duvida a gente virou melhores amigos de farra. — Ela diz sorrindo.

— Eu venho te buscar aqui todos os dias pra gente beber e dançar funk por aí, falando dos nossos chifres. — Eu solto uma risada e ela vem me abraçar.

Quando ela abriu sua bolsa, soltou um palavrão e me olhou virando os olhos.

— Esqueci minha chave dentro do meu quarto, puts. — Ela diz aborrecida

— Caraca, e agora? Vai bater aí? — Perguntei me desencostando do carro e indo até ela novamente.

— Minhas irmãs fazem um curso no asfalto e saem de manhã muito cedo, caraca, vou ter que ficar na rua. — Ela diz rindo e eu acho graça também.

— Na rua ce não fica, pow... vamo pra minha casa. — Ela arquea a sobrancelha — Lá tem muitos quartos desocupados. — Concluí.

— Teu pai não vai ficar chateado? — Faço que não com a cabeça e supus que ela aceitou, já que foi até a porta do carro, abriu e entrou.

No caminho pra casa, passei na padaria e comprei algumas coisas, já que não tínhamos feito compras pra esse mês ainda, Diana deitou sua cabeça no carro e foi cochilando o resto do percuso até chegarmos em casa.

— Bela adormecida, acorda! — Falei nos ouvidos dela que sorriu e abriu os olhos, que mulher linda!!!

Quando entramos em casa, Menor e Kessilly discutiam na sala de estar, nunca vi minha irmã com tanta raiva assim, estava tão tenso as coisas que até passou nosso porre.

— Vai embora daqui, caralho!!! — Kessi gritava pro menor e ao mesmo tempo segurava a bebê no colo, a menina chorava muito e Menor apenas dizia que não ia embora pedindo desculpas.

— Que merda tá acontecendo aqui? Vocês não estão vendo que essa criança só tem dois meses e já está presenciando gritos e gritos???— Falei em um tom de voz alto, porém não alto o bastante para assustar a neném que já estava assustada.

— Por favor, Arthur, manda esse caralho ir embora, diz pra ele voltar pro baile se esfregar com as putas dele e ficar muito longe de mim e da minha filha — Kessi começou a chorar.

— Ela também é minha filha!!! — Menor gritou e a neném se assustou mais ainda e o chorou ficou mais alto.

Mandei a Ana levar a Kessi pro quarto e acalmar ela e enquanto isso eu puxei a gola da camisa do Menor.

— Que porra é essa caralho?

— Ih, qual foi? Tu que me levou. — Menor solta minhas mãos da sua gola e sai de casa, melhor assim, pelo menos por enquanto.

Fui até o quarto da Kessi pra ver como ela e a bebê estavam, as duas ainda choravam, peguei a neném do colo da Kessi e comecei a sacudir bem devagar, indo para um lado e para o outro, enquanto ana acalmava Kessi, logo as duas dormiram, beijei a testa da minha sobrinha e coloquei ela bem devagar no berço, apaguei a luz do quarto e Ana e eu descemos para a cozinha de novo.

— Primeira vez que vem em casa e é recebida desse jeito. — Digo rindo e pegando o saco de pão de forma.

— Caraca, cortou toda minha liga. — Diana diz e me ajuda a tirar as coisas que comprei dos sacos, ela sorri ao ver as coisas e eu fico sem entender — Parece que comprou café da manhã pra um batalhão. — Ela diz como se tivesse lido meus pensamentos.

— Não sabia do que você gostava, então trouxe de tudo um pouco. — Ela me olha estranho — Ta bom, confesso, estou morto de fome... mas também é verdade o que eu disse sobre não saber do que tu gosta de café da manhã.

Caímos na gargalhada.

— Nem todo mundo tem essa oportunidade de se dar ao luxo de escolher o que vai comer de café da manhã, em casa eu como pão com café todos os dias. — Ela ri e eu me desconcerto.

Tomamos nosso café da manhã bem reforçado e subimos, mostrei o quarto que tinha vazio qu ficava bem em frente ao meu e ela gostou, arrumei um pijama da Kessi pra ela e lhe disse que tudo o que precisasse estaria lá dentro, ela agradeceu, me deu um beijo que eu poderia jurar ter pego no canto da boca e depois entrou no quarto... fui dormir pensando na madrugada mais descontraída que passei na minha vida.

Quem diria que um dia eu fosse passar a madrugada toda bebendo em um baile com uma mulher e ao invés de terminar chupando ela na minha cama, iria terminar com ela em outro quarto.

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