Logan Narrando:
Depois de quase morrer, finalmente havia dado certo nosso plano, tínhamos alguns milhões e nossas vidas salvas, os moleques estavam comemorando, ainda hoje iríamos alugar dois helicópteros para resgatar nossos amigos do veneno, eu estava sem acreditar ainda que tudo finalmente havia dado certo, kekel tava quieto no canto dele, sei que algo deveria tá dando errado.
— Qual foi? — Perguntei sentando ao seu lado.
— Caralho menor, dá última vez que fiz isso, a mãe dá Laysa morreu. Tu tá ligado? — Ele manda a real.
— A Laysa não sabe disso não, cara. — Falei
— Po, o senhor me desculpa tá se metendo, mas eu escutei a última frase aí. A Lay não sabe do que? O senhor sabe que ela odeia saber por último das coisas. — Luciano senta do nosso lado.
— Não se envolve nisso não, Lúcifer. — Kekel diz e eu afirmo com cabeça.
— Desculpa aí, só quis dizer mesmo. — Luciano se levanta e vai sentar ao lado dos outros caras.
A viagem pro interior da cidade foi tranquila, pagamos o caminhoneiro e entramos na casinha pequena no meio do nada, onde ficaríamos até a hora de ir resgatar nossos companheiros, o Rone e o Titã já estavam lá, tinha comida e algumas cervejas lá também, peguei uma e fui fumar um cigarro lá fora no meio do mato.
— Chefe, eu escutei muito além do que a última frase, eu tenho mo respeito pelo senhor, mas eu já vacilei com a Lay e até hoje ela não me perdoou totalmente, conta pra ela, antes que ela descubra sozinha, tô falando isso não como o lúcifer que o senhor manda e desmanda, tô falando como o Luciano, o garoto que o senhor acolheu quando tava sozinho na rua passando fome e que ama sua filha— Luciano diz e eu fico calado, sabia que ele tava certo e só não matava ele ali mesmo porque eu amava aquele garoto como se fosse meu próprio filho.
— Louis, invadiram o morro, Arthur e Laysa foram pra linha de frente, Kessi teve a bebê e o vulgo Lúcifer tá espalhado em todos os jornais. — Kekel chega agoniado.
Corremos para dentro da casinha e os caras estavam loucos lá dentro, sabíamos que pelo menos dez dos nossos caras estavam mortos e uns vinte feridos gravemente, eu não poderia imaginar minha filha atirando em um policial, eu não queria isso pra ela, além de ir contra as convicções dela, a mãe dela era uma pm, aquilo tudo tava mexendo muito comigo e eu comecei perder o ar.
— Caralho Louis, o que tá acontecendo, porra? — kekel gritou.
— É uma crise de ansiedade, pega diazepam na minha mochila. — Rone gritou e o Luciano correu pra pegar.
Tudo se resolveu e eu melhorei bem depois de tomar o remédio, aquilo tinha me deixado mil graus, o clima lá tava tenso, eu não sabia mais o que falar ou fazer, só sabia que não poderia fraquejar naquele instante, os caras dependiam da minha força e da minha coragem.
— O senhor já está melhor, chefe? — Bola senta do meu lado no sofá com uma latinha de energético na mão.
— Vaso ruim não quebra, fi. Como tá a bebê da cria do Kelliston? E a minha mulher, as mina lá? Como tá lá? — Pergunto tudo de uma vez.
— Tá tudo certo, po. A lay botou mó moral, a equipe do Murica falou que se não fosse ela, os nossos caras iam cair um por um, e foi ela que salvou o filho do Kekel. — Bola relata e eu fico mil grau.
— Tu tá ligado que o Murica não deveria ter deixado ela ir com ele, né? O que eu sempre falo pra vocês? A Laysa não é bandida igual eu, ela não pode se envolver em porra nenhuma!!! — Grito a última frase.
— Ela apontou duas pistola pro farinha, chefe, a mina botou moral, se pá ela até ameaçou os mano. — Ele rebate.
— E o que eu tenho lá, um monte de cagão que não se responde com uma mina de um metro e cinquenta e cinco? Puta que pariu! — Pego a lata de red da mão dele e tomo.
Kekel chega na gente e manda o Bola vazar de perto, ele senta perto de mim e me dá uma lata de energético na mão.
— A história que ele contou é verdade, irmão. A Laysa ameaçou quem foi preciso, meteu o terror com os caras e diferente do meu filho, ela conseguiu que os PMs metesse o pé de lá. — Kekel diz e eu acho graça.
— Pelo menos nisso ela tinha que puxar pra mim, já que na aparência ela puxou todinha pra mãe. — Comento e ele racha na risada.
— Manos, o Rone e o Titã já conseguiu tudo, já tamo se comunicando com os mano lá, aquela mina lá passou o telefone e tá tudo pelo certo, a rebelião vai começar daqui há duas horas, é o tempo que a gente tem pra repassar o plano e se posicionar, ainda hoje a favela vai tá soltando fogos, pelo nascimento da Stella e pela liberdade dos manos. — Lúcifer fala rindo, era bom que um de nós estivesse otimista.
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Foi K.O
Teen Fiction+18 || Laysa sempre soube que seu pai comandava um morro, mas nunca aceitou essa realidade. Morava com sua mãe, em um bairro nobre e sempre teve tudo oque queria, escolas particulares e roupas caras, mas em uma troca de tiros entre policiais e ladrõ...