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Arthur Narrando

Acordei no outro dia com uma ressaca do caralho, lembranças da noite passada me fizeram da um sorrisinho perverso.

Paty... que menina malvada, levantei da cama e fui tomar um banho gelado, desses que ajudam a curar ressaca, vesti um conjunto do Flamengo e lancei um chapéu da Nike.

— Bom dia, insuportável... — Falei chegando na cozinha achando que Kessi estaria lá.

Bom, ela estava. Mas estava junto com toda a tropa: Lay, Paty, Samantha, Samara, Regina e as crianças.

Foi então que lembrei que hoje era o dia do assalto ao banco, fiquei calado, peguei uma garrafa de suco na geladeira e me sentei ao lado de Paty. Laysa estava tranquila, as marcas em seu rosto estavam bem exposta, ela em nenhum momento olhava na cara de Patrícia e Patrícia também fazia o mesmo.

— Será que eles estão bem? — Samara pergunta.

— Eles estão, só não vão dar notícia logo... — Samantha responde.

— Sinceramente, eu tô morrendo de medo de algo dar errado. — Kessi diz e começa a chorar, na verdade, entrar em pânico.

Saí do meu lugar e fui até ela, Laysa fez o mesmo, abraçamos ela e tentamos lhe acalmar, meu maior medo era do bebê nascer antes do tempo, vai que acontecesse algo de ruim na hora do parto, bebês que nascem antes da hora tem mais probabilidade de que ocorra complicações na hora do parto.

— A gente precisa acalmar ela. — A Laysa diz me olhando e eu concordo.

— Vou ligar pra filha da dona Clair, ela formou em medicina e deve saber qual remédio podemos dá pra ela se acalmar. — Disse pra mesma.

— E por que ela iria atender a Kessi?

— Porque teu pai bancou tudo o que ela precisou, cursinho pré-vestibular, dinheiro pra apostila, dinheiro pra lanche e quando elas não tinham o que comer, teu pai bancava as compras. — Digo saindo de lá.

Chamei um dos moleques que ficaram pra vigiar o morro e mandei irem buscar ela, não demorou tanto assim pra ela chegar.

— O que tá acontecendo com ela? — Ela me pergunta já tirando alguns remédios da bolsa.

— Acho que ela começou a ter crises de ansiedade. — Laysa chega na hora pra falar, ainda bem, pois eu nem saberia o que dizer.

— Vocês deram alguma coisa para ela ? Calmante, algum remédio? — Ela pergunta olhando a Kessi dos pés a cabeça.

— Não, não... Eu sei que grávida não pode tomar qualquer remédio e então achei melhor chamar logo tu. — Falei a ela.

— Ótimo, tem algum quarto aqui em baixo? Eu acho que ela não vai consegui subir as escadas. — Giselle diz.

— Tem um quarto, mas acho que não é tão confortável assim... Mas deixa comigo que eu vou mandar subirem ela. — Digo e Giselle faz que não com a cabeça.

— Arthur, mano... mano, tem algo escorrendo na minha perna. — Kessi diz em meio aos gritos.

As meninas se desesperaram, mas não pelo fato da bolsa da Kessilly ter estourado, e sim, pelos fogos que começaram a ser soltos no morro, era uma invasão.

— Caralho, justo hoje? — Falei gritando, barulhos de balas começaram a invadir a casa.

— Vamos ter que carregar ela pro quarto. — A Dra diz.

— A gente dá conta. — Samara fala e todas as meninas concordam.

As meninas e eu pegamos a Kessi pelo colo que gritava de dor e com um pouco de dificuldade levamos ela pro quarto de baixo, era onde ficava alguns malotes de droga, algumas armas, mas o bom era que tinha uma cama grande lá dentro.

— Meninas, uma de vocês precisa esquentar uma panela grande de água, outra precisa subir com as crianças que estão chorando e outra precisa subir e pegar toalhas... e duas ficam comigo pra dar apoio a Kessi. — Ela diz.

Samantha foi buscar a água, Samara as toalhas e Regina subiu com a Carla e o Pietro e Laysa junto com Patrícia ficaram dando apoio a minha irmã.

Os crias começaram a ligar pro meu celular pra avisar que 5 deles já tinha caído e que a invasão era da polícia, o que deixava tudo muito pior... pois eles eram treinados, diferente do pessoal da boca e em meio ao cheiro de droga, gritos da Kessi, o apavoramento das meninas quando a viram  jorrar sangue como se fosse morrer e o som de várias metralhadoras disparando sem parar... Eu me vi obrigado a ter que sair de lá e tomar as rédeas da situação.

Era oficial, eu precisaria assumir o posto de filho do sub.

Foi K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora