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Lucifer Narrando:

Minhas mãos tremiam, eu não conseguia ter controle de mim mesmo, lágrimas desciam do meu rosto e a mesma cena circulava em minha mente durante todo instante, Logan tentou me dizer que a culpa era toda dele e não minha, mas eu sabia que não, a escolha de entrar nessa vida foi minha, a escolha de ir lá cobrar foi minha, a escolha de apertar o gatilho, também tinha sido minha e eu iria sempre conviver com as consequências das minhas escolhas.

Lay deixou a Carla com a Kessilly e veio me ver, eu estava paralisado e não conseguia mexer nenhuma parte do corpo além das mãos que tremiam muito, Logan desejou forças e saiu do quarto me deixando sozinho com a Loira.

— Amor, me ajuda... — Pedia cansado, eu tentava me mover mas o meu corpo não obedecia.

— Meu amor, estou aqui, tá bom? — Ela me abraçava.

— Lay, eu não mereço teu amor, não mereço você, não mereço a Carla... eu tenho que morrer. — Eu falava desesperado lembrando do sofrimento que causei pra tantas famílias.

— Não fala isso, por favor... Luciano, você é boa gente, você é maravilhoso, eu amo você, a Carla ama você e a gente precisa de você vivo. — Ela chorava alisando meu rosto com uma meiguice que somente ela tinha.

— Eu não sou boa gente, Laysa... eu não sou! Sabe por que meu apelido é Lucifer? Eu comecei a matar pessoas com 14 anos, isso mesmo, com 14 anos eu já matava para mostrar serviço pros cara do movimento, com 10 anos eu era fogueteiro e com 14 eu matei um homem, o homem que batia na minha mãe quando era menor, pedi uma arma pros caras do movimento e matei ele, e sabe por que eu digo que não sou boa gente? Porque eu gostei, Laysa... gostei, e depois que eu conheci você e a nossa menina, eu me arrependo tanto, vocês são meigas, doces, lindas, vocês não merecem alguém como eu na vida de vocês, eu sou podre por dentro. — Falei tudo o que meu coração pedia para falar, Laysa estava arrasada, eu sabia que ela iria fugir de mim depois do que havia dito, mas ela me abraçou e me beijou.

— Eu AMO você, o que você fez no seu passado não vai mudar isso, a Carla ama você, e você é imprescindível nas nossas vidas, entende isso... não vou largar você, nós vamos enfrentar tudo isso. — Ela fez carinho nos meus cabelos e percebi que minhas mãos tinham parado de tremer, mas meu corpo ainda estava paralisado. — É estresse — Lay falou como se tivesse lendo minha mente. — Às vezes nosso corpo para desse jeito por conta da nossa mente, é estranho o poder que nosso cérebro tem, mas isso vai melhorar logo, vou pedir pro papai umas folgas pra você.

— Eu te amo menina, eu sei que não te mereço, mas eu quero te ter durante toda a minha vida. — Chorei sorrindo e ela deu um beijo na minha testa e se deitou ao meu lado.

O Lúcifer de antes, jamais teria conseguido se abrir desse jeito para alguém, na verdade, se escancarar, mas eu me sentir muito aliviado por desabafar tudo isso com a Lay, e agora eu entendi que é ela, é ela o grande amor da minha vida. Depois de alguns minutos, Laysa acabou adormecendo, e eu ainda paralisado, fiquei encarando seu rosto, vendo o quanto aquela mulher era totalmente incrível e linda, chorei um pouco ao lembrar que já havia vacilado com ela antes, chorei porque fui um otário e ela simplesmente está comigo, sem mágoas, sem ressentimentos, apenas me amando e cuidando de mim no momento que estou totalmente fragilizado, eu não sei o que fiz para merecer tanto e eu quero poder fazer tudo certo agora...

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Quando acordei Lay não estava mais do meu lado na cama, mas encontrei uma pessoinha que fez meu coração encher de alegria, Carla estava deitada usando meu celular para escutar músicas no fone de ouvido novo que ganhou do Kekel.

— Papai, papai — Ela gritou pulando em cima de mim.

— Oi meu amor, como você está? — Sorri para ela, parece que finalmente meus movimentos estavam voltando.

— Estou bem, papai, a Lay pediu pra eu cuidar de você e avisar pra ela quando você acordasse. — Ela diz apertando minhas bochechas.

— E cadê sua mamãe Lay, por que ela não está aqui também? — Falo devolvendo o carinho.

— Estou aqui, amor. — Lay diz passando pela porta que estava entreaberta.

— Onde você estava, amor?

— Precisei agilizar um serviço pro meu pai, e aproveitei pra fazer uma supresa pros amores da minha vida. — Lay segurava algo em suas mãos e escondia atrás das suas costas, Carla começou a pular na cama animada para saber o que era.

— Mostra pra gente, amor... estamos curiosos, né filha!? — Levantei da cama, peguei Carlinha no colo e fomos até a Loira que sorria arteira.

— Fechem os olhos. — Pediu.

Carla e eu fechamos os olhos e Lay contou até três e nós abrimos vimos um papel em suas mãos.

— O que é isso, mamãe? — Carla foi a primeira a perguntar e eu já sabendo do que se tratava comecei a lagrimar.

— Você vai ter um irmãozinho, meu amor. — Lay acabou com o suspense e eu fiquei sem reação.

Foi K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora