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Paty narrando

Acordei de manhãzinha pra ir na academia, (mentira eu tava voltando do rolê mesmo) e quando eu vou descendo pelo beco vejo o Menor chorando em cima de um corpo de uma loira e geral olhando, corri até ele em passos embaraçosos pois estava de salto alto e um pouco bêbada.

— Que foi, Menor? — Eu olho assustada para ele, que chorava inconsolável.

— É a minha irmã mais nova, aqueles filhos da puta mataram ela. — Menor me abraçou e eu fiquei sentida com aquilo.

Eu tinha pai e mãe, tios e tias, primos, primas, tinha comida em casa e sempre me meti no meio dos traficantes por gostar de luxo, ostentação e "fama". Fama aqui no morro era tudo o que uma garota da minha idade quer ter aqui, quer ser aquela que anda com os traficantes, só toma Whisky original e tá de roupa nova em todos os bailes, mas as mina se esquecem de que favela também é maldade, criminalidade e tem um sistema fodido.

Eu conhecia a Silmara, a irmã do Menor, na verdade não fazia ideia de que ela era irmã dele, mas a mina além de se envolver com cria do Logan, ela se envolvia com cria rival, os caras com certeza descobriram e mandaram matar ela.

— E vocês seus caralhos? Não tem casa não? Vão todos procurar o que fazer, cedo na rua fofocando. — Gritei com uns vizinhos que não tinham respeito nenhum com a dor do próximo e tiravam fotos.

Uns até falavam que era uma
vagabunda que estava ali, sem respeito nenhum pelo Menor que chorava feito uma criança. Peguei meu telefone e liguei pro Arthur, a gente tava brigado mas ele era irmão dá Kessilly e também cunhado do Menor, eles iriam saber o que fazer.

Arthur por favor não desliga, a irmã do Menor foi morta, vem aqui no beco dá 16 por favor.

Que? A Suzane morreu?

Não, a Silmara, Rápido vem, e não assusta a Kessilly ela tá esperando um bebê.

Duas horas depois daquilo eu já estava na casa do Arthur ajudando a Kessilly e a Laysa prepararem café para levar pro velório da Mara que seria em um centro comunitário aqui próximo. Menor, Arthur e Kekel estavam resolvendo a situação do corpo e do caixão, Regina e Samara reparavam Carla e Pietro que não entendiam o que se passava, sorte a deles.

— Ainda bem que tu vinha passando Paty. — Lay diz.

— Pois é pô, no começo achei até que era tu estirada no chão.

— Deus me livre, vira essa boca pra lá.

— Obrigada de verdade, o Silas tá arrasado, ele não tinha falado dessa irmã nem para mim que sou mulher dele... ele não queria que a Suzane ficasse pior, por isso não dizia a ela que a mãe deles havia abandonado uma filha. — Kessi diz pensativa.

— Talvez seja só uma coisa que ele não goste de comentar, o Lúcifer nunca foi de falar sobre isso também. — Lay rebate.

— Concordo com a Lay, existe segredos que só nós mesmos podemos saber, principalmente segredos de família.

Em alguma coisa Laysa e eu estávamos concordando, a gente não se bicava muito porque logo quando ela começou a desenrolar com o Luci ela achava que eu dava em cima dele, mas nós crescemos na mesma rua, sempre brincamos de peteca na rua, Luci era gostoso sim, mas só lhe via como um irmão.

— Paty, vai tomar um banho e trocar essa roupa de festa, filha. — Kekel chega na casa com os meninos.

Kessi vai abraçar Menor, que tadinho, estava desolado, não tinha o que fazer para roubar um sorriso dele. Olhei para Arthur que já estava a me encarar e subi as escadas indo pro quarto dele.

— Bom saber que a senhorita estava em farra. — Arthur entra no quarto me dando um susto e fazendo minha toalha cair.

— Que susto garoto, tá louco? Eu só tava me divertindo, tu me estressa.

— Para com isso Patty, poxa... Tá com raiva de mim porque comentaram minha foto no Instagram.

—E tu respondeu com uma carinha de apaixonado.

— Eu tô apaixonado é por ti sua piranha gostosa.

Arthur me puxou pelo braço e me deu um beijo quente em minha boca.

Foi K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora