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Laysa Narrando:

Duas semanas se passaram, nada mudou, Arthur pegava todas as meninas do morro, Kessi e Menor viviam cheios de olheiras porque a neném deles não dava sossego, meu pai e Samantha estão morando juntos aqui em casa, Tio Kekel e Samara vivem aos tapas e beijos e Luciano e eu estamos procurando uma casa melhor no morro para juntar os trapos, quando contei a noticia, papai não comentou nada, mas vi na cara dele que ele não tinha curtido muito.

— Tava fazendo uma entrega mais cedo e vi uma casa para vender mó daora, a gente podia ir dá uma olhada e se tu gostasse, a gente comprava logo. — Luciano me abraça e me dá um selinho.

— Por que tanta pressa em se mudar? — Eu digo fazendo carinho no rosto dele.

— Não vejo a hora de ter você e a Carla de verdade, tipo, quero dá o conforto necessário para vocês duas, saca? — Ele disse sorrindo e me apertando mais contra o seu corpo.

— Podemos ir depois do almoço buscar a Carla na casa do tio kekel e ir nós três, ela também tem que  aprovar. — Digo sorrindo, eu amava aquele cafajeste.

Luciano concordou e nós ficamos lá, deitados e trocando carinho durante o bom tempo, pedimos almoço por delivery, almoçamos, tomamos banho juntos e fomos de carro buscar a Carla, quando descemos do carro na frente da minha casa e da casa do tio kekel (já que eram uma de frente com a outra), falamos com os soldados e entramos lá, na sala estavam Tio Kekel, Pietro, Carla e meu pai... titio e papai conversavam entre eles enquanto Pietro e Carla brincavam no chão com bolinhas de gude.

— Oi tio, oi pai — Falei com eles que me responderam animados com "oi" , Lucifer fez aperto de mão com os dois também.

Carla quando nos viu, veio correndo em minha direção com os bracinhos abertos para um abraço, me agachei e abri os braços na ilusão de que seria abraçada, quando abri os olhos, olhei para trás e vi que toda empolgação de Carla era para Lucifer, fiquei enciumada, mas meu coração ficou quentinho com aquela cena dos dois se abraçando necessitados um do outro, eles eram muito ligados e Carla era louca pelo pai dela.

— Tava com saudade, papai. — Ela diz toda manhosa e ele fica todo besta.

— Meu amor, o papai quase morreu de tanta saudade... você se comportou direitinho? — Ele diz passando a mão nos fios de cabelo solto dela.

— Sim papai. — Luciano lhe olhou com expressão desconfiada — Eu bati e mordi o Pietro, mas ele começou. — Ela diz na expectativa de se defender.

— Não foi não, tio... ela me bateu porque é implicante. — Pietro diz e eu acho graça da briguinha besta que eles armaram, titio e papai também riam. Peguei Pietro no colo e brinquei com ele que me abraçou, ele era muito carinhoso, o contrário de Carla que era mandona e briguenta com ele.

— Vamos indo, pai. Só viemos buscar a Carla para ela ir ver a casa com a gente, se gostarmos, vamos comprar hoje mesmo. — Digo e percebo o sorriso de papai desmanchar.

Ele respondeu apenas um ok e eu não quis inflamar mais, tio Kekel nos abençoou, Carla se despediu do Pietro dizendo que de noite se veriam na praça e nós saímos para ir ver a casa. No carro, Luciano colocou musicas infantis e Carla ia no banco de trás cantarolando, fomos rindo até chegar na frente da casa que nem era longe, era duas ruas mais embaixo, por fora a casa era a coisa mais linda, toda de porcelanato azul bebe e branco, era algo simples e bonito de se ver, tocamos a campainha e um homem alto veio atender, ele era um coroa muito apresentável e gente fina, conhecia o Luciano e conhecia meu pai, olhamos todos os cômodos da casa que não era tão grande como a do meu pai, porém era o suficiente para nós três. A casa era composta por duas salas grandes, sala de jantar grande, cozinha e copa, banheiro social e um quintal com piscina na parte de baixo, no andar de cima haviam quatro suítes e no terceiro uma cobertura com piscina e área de churrasco, uma casa muito planejada e com acabamentos excelentes, Carla amou e eu também, Luciano foi a mesma coisa e então fizemos negócio ali mesmo.

Pedi ao Luciano que me deixasse na casa do meu pai para que eu pegasse roupas que eu e Carla usaríamos hoje no festival na praça, queria estar muito bem vestida, afinal se não fosse para arrasar até mesmo em um evento da paroquia da comunidade, eu não me chamaria Laysa. Arrumei uma mini mala com as roupas que queria e com umas coisas minhas que eu queria levar para a casa do Luciano, peguei uma mini mala da Carla e fiz o mesmo, Luciano ligou dizendo que iria ajudar o Padre Luiz à arrumar as cadeiras na praça e que viria nos buscar assim que terminasse lá, então desci as duas malas pequenas, busquei uma lata de brigadeiro na geladeira e fiquei comendo assistindo desenho na tv da sala com a Carla, papai chegou e pegou a lata de mim, Carla sentou no colo dele e ficaram comendo juntos.

— O sr Otávio me ligou pra falar que tu e Lúcifer compraram a casa. — Ele disse sério.

— Foi, gostamos muito da casa e não tinha porque adiar a compra. — Disse séria também.

— Não sei porque fizeram isso, digo, essa casa não é o suficiente para você? — Ele diz meio sem jeito.

— Então é isso, pai? Você acha que estou indo embora por não gostar daqui ou por não me sentir bem morando aqui? — Perguntei com um sorriso leve nos lábios.

— A real? É isso mesmo, Lay! To incomodado com essa mudança, essa casa é grande o suficiente para morarmos todos juntos, não vejo problema de você, Luciano e Carla morarem aqui... não quero passar minha velhice sozinho jogado as traças. — Não contive a risada alta — Vai rindo mesmo, sua sem coração, eu não sei mais viver sem vocês duas morando aqui. — Ele começa a chorar

Carla colocou as mãozinhas no rosto do avô e fez carinho falando para que ele não chorasse, eu levantei e sentei perto dele o abraçando, nunca tinha visto meu pai sensível daquela forma, talvez nem ele nunca tivesse estado assim antes.

— Eu não vou lhe abandonar, pai. Só quero começar a construir minhas coisas, do meu jeito, ter minha família, todos os dias estarei aqui e todo final de semana também. — Sou sincera.

— Se o problema for você construir suas coisas do seu jeito, você pode reformar essa casa e deixar ela do seu jeito, eu pago tudo e qualquer valor. — Ele insiste.

Estava de coração partido, será que Louis achava que eu estava o abandonando???

Foi K.OOnde histórias criam vida. Descubra agora