HUMANA || Se a guerra não estivesse estourando, quem sabe eu não teria conhecido ele. Não há uma parte minha que se arrependa de ter conhecido ele. Meu garoto com os olhos de raposa. Meu George Weasley.
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WEASLEY
Desperto com uma lerdeza absurda, meus cílios estão se grudando. Sinto um abraço em minha cintura, olho para baixo me deparando com os cabelos castanhos dela e um sorriso fraco me escapa. A garota boceja e levanta o olhar para mim, já tinha acordado, ficou claro no seu olhar nada vermelho ou sonolento.
Me afasto de seu calor tão confortável para que meu hálito matinal não a faça vomitar.
— Oi— ela murmura e se encolhe um pouco, tímida, imagino que entendendo errado meus motivos, mas prefiro não corrigí-la, estou um tanto envergonhado por termos dormido juntos.
— Oi— falo me sentando, bocejando e coçando os olhos— Conseguiu dormir?
— Obrigada por ter ficado— ela é esquiva e, com tudo o que aconteceu no dia anterior, nem a pressiono. Não tem como fazer a pergunta idiota se ela está bem quando é óbvio que não tem como ela estar bem.
— Obrigado por me pedir para ficar— lhe falo, a olho por cima do ombro e nós nos encaramos em silêncio por um momento, tenho vontade de me deitar com ela de novo, a abraçar e permanecer acordado dessa vez.
Ela força um sorriso, mas ele é trêmulo e falho, logo, ela desiste. Eu entendo, suspiro e deslizo para fora da minha cama contra vontade.
— Aonde vai?— ela pegunta, se sentando. Os cachos desgrenhados apontam todas as direções, eu fico com vontade de sorrir.
— Tomar café— bocejo, calço umas botas de cano curto para afastar o frio dos meus pés e dou a volta na cama. Estendo a mão na direção de Sophia e ela a encara— Vem comigo, senhorita Carter?— convido formalmente, esboçando um sorriso pequeno. Sua mão envolve a minha e eu a ajudo a se levantar.
— Eu não estou com muita fome agora.— ela diz, um pouco rouca.
— Vamos fazer uma força, sim?
Angelina colocou uma blusa minha nela. Foi um pouco sacana, mas eu aprecio. Fica uma gracinha nela, quase como um vestido, as mangas vão até os cotovelos e a clavícula fica bem exposta. A camisa preta com o emblema dos Morcegos de Ballycastle no meio do peito. Meu sorriso se torna mais verdadeiro, no entanto, desvio o rosto para a guiar para fora do quarto e ela não o vê. Descemos de mãos dadas, mas ao ouvir as vozes de Fred e Angie, ela solta minha mão. Eu cerro os punhos.
— Oi! Bom dia!— Angelina se levanta para nos cumprimentar, Fred permanece sentado, a cara de acabado, todo bagunçado segurando uma xícara enorme de café com as duas mãos. Merlin. Eu fico assim pela manhã? Se bem que essa noite não foi nada fácil, sinto um arrepio subindo a espinha só de me lembrar. Afasto as lembranças com todas as forças.
