HUMANA || Se a guerra não estivesse estourando, quem sabe eu não teria conhecido ele. Não há uma parte minha que se arrependa de ter conhecido ele. Meu garoto com os olhos de raposa. Meu George Weasley.
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CARTER
Eu não quero que ele fique com raiva de mim. Ia dizer que preciso, mas eu não quero ainda mais. Magoá-lo é me magoar também.
Ele parece descrente das minhas palavras, mas só depois de despejá-las que eu noto seu peso. Eu disse que o amo! Meu corpo todo parece ficar petrificado de um segundo para o outro. Merda, merda! Eu certamente o assustei com esse papo.
Não adianta, mas rezei para que ele não tivesse escutado direito. A vontade de morrer cresce nesses momentos, eu não consigo ter papas na língua com George. Meu rosto ferve e minha garganta se fecha enquanto olho os olhos arregalados dele. Recuo para longe do seu toque e me levanto de uma vez ficando tonta. George me reflete.
— O que você disse?— ele pergunta, parecendo perdido.
— Nada! Nada! Esquece esse último minuto— falo voltando a ficar nervosa. Ando de um lado para o outro— Por favor!
— Você... você me ama?— ele diz parecendo em choque, o que só piora minha ansiedade. Claro que você o assustou, sua burra! Você disse que o ama, perdeu a cabeça? Eu estremeço, quero morrer! Por favor, Merlin, Deus, Zeus? Joguem raios na minha cabeça, agora mesmo!
— Não, George!— falo rude, ele franze a testa e faz careta, ofendido— Quer dizer, si... não! Eu não disse isso!
— Disse— ele fala e agarra meu pulso para que eu pare de andar, abaixo a cabeça e encolho os ombros, não quero olhar nos seus olhos só para ver o meu reflexo ridículo. Eu detonei tudo de uma vez. Eu só queria lhe falar o quanto ele é importante para mim, só isso!— Você disse que me ama.
Empurro sua mão para o lado e me abraço dando um passo para trás, respiro fundo tentando me conter.
— Para— peço. Nós ficamos em silêncio por um momento longo, George volta a cruzar os braços, se remexe no lugar, inquieto.
— Você me ama e ainda assim quer me deixar.— ele não se aguenta por tempo demais— Poderia me dizer como diabo isso funciona, senhorita Carter?
— Cala a boca!— peço arregalando os olhos— Eu falei da boca para fora.— sacudi a cabeça.
— Isso eu tenho certeza que foi da boca para fora— ele vem para cima de mim e continua até eu bater minhas costas na parede. George me cerca, suas mãos ficam dos lados da minha cabeça. Estamos exatamente como na primeira vez que nos beijamos. A emoção em meu peito é mais intensa agora, estou muito mais na defensiva do que naquele dia.
— Tá, mais uma coisa que eu não devia ter falado! Me desculpa.
— Por que eu teria que te desculpar por você admitir que me ama?
— Para de falar isso!— dou um tapa fraco no seu peito— Porque é ridículo! Cedo demais, eu sei que você não sente o mesmo e, sinceramente, eu preciso enfiar uma estaca no meu coração agora mesmo!— minhas mãos estão tremendo, meu coração parece que vai sair pela boca, minha voz treme mais do que uma gelatina em um terremoto 9,5 na escala Richter. Acho que nunca senti tanto ódio e vergonha alheia de mim mesma.