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WEASLEY

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WEASLEY

Mais um dia excelente de vendas. O dia foi muito bom.... Produtivo! Simplesmente... radiante...!

Nossa, eu não consigo nem usar essas palavras. Sou péssimo em fingir otimismo. Três dias. Três dias sem nem um sussurro do nome dela. Quero achá-la, mas nem sei por onde começar.

Já fui na casa dela, mas claro que ela não teria voltado lá. Eu já estava sem esperanças, imaginava, mas não dá para fazer uma caçada inútil sem o mínimo de esperança de ser surpreendido com o menor rastro.

Fico me perguntando como vai ser quando a ver de novo. Quem sou eu para cobrar qualquer coisa? Eu a disse para escolher, ela escolheu. Eu devia simplesmente deixar por isso só, mas como bem dizem, o amor nos deixa burros. Irracionais.

Estou sendo louco? Por Merlin, eu preciso da minha garota. Minha namorada. É, ela me chutou, mas estou agindo como se não tivesse o feito. Me sinto ridículo. Miúdo. Respiro fundo e olho ao redor. Essa é a sensação de impotência mais intensa que já tive. Não só minhas mãos estão atadas como meu pescoço e minhas pernas também.

Começo a andar, não em direção a minha casa, mas para lugar nenhum. Marcho arrastando os pés sem nenhuma vontade, ombros curvados, mãos nos bolsos, cabeça baixa. A cara da derrota. Que cúmulo do meu ódio, mas eu só quero esvaziar a mente. Suspiro, uma fumaça branca dança diante do meu rosto. O frio glacial predomina.

É perigoso ficar sozinho na rua essa hora, mas com todo meu coração eu estou cagando e andando para o risco. Chuto as pedrinhas em meu caminho. Tem sido um saco sem ela. De todas as formas possíveis, ela faz falta.

Eu nunca tive que lidar com a falta de ninguém antes, nunca tive que cortar laços assim de uma vez. E agora eu sinto... Foi como se... Foi como se tivessem laços me ligando á Sophia, mas uma força superior desceu sua lâmina muito bem afiada neles e os rompeu bruscamente. Poucos sobreviveram, tantos estão quase se rompendo.

Isso me dá uma sensação assustadora de vazio. Esse é meu bicho papão agora, acho. O abandono.

Pisco algumas vezes e limpo a garganta, tentando prestar atenção no mundo ao meu entorno ao invés do mundo dentro da minha cabeça. Foi o momento certo.

As lojas se fecham esse horário. Todas. Um toque de recolher que tomamos para nós para não acabarmos tendo encontros indesejados. Passo diante de uma loja de doces quando os ouço falando. Dois homens de idade.

— Alguma coisa boa hoje, Ricky?— pergunta um deles, o mais alto e com mais linhas de expressão, este abusou do fumo, sua voz rouca é só um dos vários reflexos do seu vício— Vi seus visitantes. Não demoraram muito, não é?

— Ah, não foi nada demais, mas eu acho que vi aquela fugitiva dos cartazes, mais cedo. Só me toquei do quanto ela era estranha depois! Não acredito que cheguei tão perto de uma assassina— responde Ricky com desgosto.

Fugitiva chama minha atenção, mas assassina? Não deve ser Sophia. Não faz sentido ser ela.

Me aproximo dos homens que se encolhem assustados, mas ao me reconhecerem relaxam um pouco, são dois velhos ranzinzas, um vende doces e o outro material escolar. Não sei como esses caras trabalham tanto com crianças, nunca nem respondem quando eu digo bom dia!

— Não pude deixar de ouvir o que vocês estavam falando. Na verdade, de quem estão falando?— pergunto, não sei como ser educado ou menos direto. Só me respondam, porra.

— Trabalhando com os comensais por acaso?— pergunta Ricky de maneira ríspida— Eu já falei para eles tudo o que eu tinha que falar.

Não. Não, não, nãonãonãonãonão! Puta merda, sem nem olhar por onde, agarro o colarinho do velho magricela e mais baixo que eu e o puxo para mim bruscamente.

— De quem? O que você falou para eles?— digo entre dentes.

— A fugitiva! A garota comprou alguns doces hoje de mim, logo cedo! Eu chamei eles, vão me dar a recompensa assim que a encontrarem, agora me solta, seu moleque!— ele exige e eu o empurro para cima de seu amigo que estava sacando a varinha.

— Por que está tão conturbado?— pergunta o homem negro dando suporte a Ricky, ambos irritados— Aquela garota vai pagar pelo que fez, sujeitinha sangue ruim, matou a própria família! Eles estão limpando nossas ru— antes que ele fale o que não deve, eu o interrompo, metendo um soco na sua cara.

Não sou violento. Não mesmo, mas abro lá minhas exceções para preconceituosos de merda. O nariz de batata do homem quebra contra meu punho e ele cambaleia para trás, sangrando e praguejando, empurro mais uma vez seu amigo magricela e o pressiono contra parede.

Eu perdi a razão, e honestamente nem me importo.

— Me conta a história direito, e nem ouse me poupar de detalhes!

━━━━━━━ • ━━━━━━━

Escancaro a porta do quarto de Fred, ele se senta apressado e sonolento. Me observa, confuso e descabelado, a cara inchada e vermelha. Angelina foi embora enfim, pelo menos dessa vez não vou ter que me explicar para ninguém. Não temos muito tempo. Nem eu mesmo acredito que estou prestes a fazer isso.

— Levanta.— ordeno, sei que ele já está bem, mas como uma forma de mimo eu estava disposto a te dar uma semana inteira de folga do trabalho. É, vamos ter bastante tempo de folga daqui pra frente. Porra, eu estou prontinho pra largar tudo para ir atrás de um rastro de Sophia.

— O que foi?— Fred esfrega o rosto colocando as pernas para fora da cama. Olha para mim enquanto eu busco em seu armário por uma camiseta para lhe atirar.

— Nós vamos dar um tempo da loja, ir para a casa da mamãe, talvez até ir até a Ordem.— digo, agitado— Prepara as malas, Freddie, só o essencial.

— Estamos fugindo?— ele fica confuso, sua voz está rouca, ele está completamente perdido.

— Ainda não— resmungo— Mas logo teremos que correr, e de preferência, bem rápido.

— George, o que está rolando, cara?— Fred se levanta, corre para o meu lado e veste a camisa que eu lhe estendo.

— Nós vamos buscá-la— bufo deixando os ombros caírem, nós nos encaramos. Sei que parece errado não perguntar se ele iria querer, se ele topa entrar nessa, mas Fred é tipo... eu. Ele nunca discordou de mim. Estou acostumado assim— Vamos atrás da Sophia.

Meu gêmeo sorri de canto.

— Fechou. Vou só avisar minha garota e a gente vai atrás da sua, irmão— Fred estende a mão na minha direção e eu a pego, a apertando como um agradecimento. Meu eterno parceiro do crime. Sorrio.

— Eu te amo, Freddie.

— Sem ser gay, eu te amo também, Georgie— ele me empurra, rindo— Agora vamos lá! Temos que salvar Sophia... de novo!

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora