➤ Apaixonado

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WEASLEY

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WEASLEY

Ela não me deixa ir embora, mas também não é como se eu quisesse sair de perto dela. Não conversamos muito, ela apenas chorou e foi para a cama se deitar. Eu olhei para minha janela completamente tricanda e a arrumei como fora possível. Ela ficou de costas para mim o tempo todo e talvez quisesse que eu fosse embora, mas não foi o que eu fiz. Quando terminei com a janela, soltei a varinha sobre a mesa de cabeceira e, muito hesitante, me aproximei da cama, lentamente me deitando ao lado dela e mantendo uma distância segura entre nossos corpos na pequena cama de solteiro.

A princípio, quando me deitei de barriga para cima do seu lado, Sophia não reagiu. Parte de mim cogitou que ela tivesse adormecido, a outra tinha certeza que não. Olhei sua nuca e sua trança, as mechas castanhas soltas estavam bagunçadas. Eu quis tocar o cabelo dela, mas antes que o pensamento se aprofundasse, virei o rosto para o teto e respirei fundo. O silêncio não era ao todo incômodo.

Queria entender como poderia ajudá-la, queria que houvesse uma fórmula perfeita sem riscos. Mas a vida seria fácil demais se fosse assim.

Estava imerso em pensamentos quando ela se virou para mim novamente. Sophia rolou na cama atraindo meu olhar para si, mas evitou me encarar de volta. A Carter se aproximou e deitou a cabeça no meu ombro, deixando seu rosto fora de vista. Não me movi quando ela colocou o braço sobre meu peito, o punho cerrado sobre meu coração.

Eu sinto como se as coisas fossem mais intensas quando estou com ela. Presto mais atenção nos toques, nas coisas que ela fala, do que normalmente faço. A gente não precisa estar conversando para encontrar uma sintonia. Sem jeito, quase que timidamente, levei a mão direita de encontro a sua, e a segurei. Sophia abriu a mão e nós nos unimos mais um pouco.

Ficamos quietos por tanto tempo, e não havia necessidade de falar.

Quando estou quase dormindo com ela, ouço passos se aproximando no corredor, mantenho os olhos abertos com esforço e encaro a porta com preguiça, Fred aparece e acena para mim. Comprimo os lábios em um sorriso fraco.

— Elas foram embora— ele não controla o tom de voz, mas Sophia nem parece notar, está num sono pesado. Apenas assinto— Tudo bem aí?— dou de ombros— Vai dormir com ela?— concordo— Boa noite, mano— ele sorri sem muita vontade, talvez tenha tido que lidar com a situação desconfortável com relação à "Katie levou um tapa na cara" com minha mãe e o "como foi que vocês não fizeram nada?" Eu meio que não estava esperando Sophia descer a mão na cara de Katie, tampouco dando uma cotovelada na Angelina, mas a dona Molly vai esquecer que estávamos no mesmo cômodo e vai nos julgar por ter deixado as garotas apanharem da nossa hóspede.

Que situação. Me ajeito na cama com um pouco de dificuldade, Sophia continua mole nos meus braços e não há problemas, dormimos por cima do cobertor, está frio, só nosso abraço nos aquece.

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Quando acordo, demoro a processar que ela já não está mais comigo, estou babando com a cara enfiada no travesseiro, e ao tatear cegamente a cama e sentir que seu calor estava deixando o colchão, eu tombei para fora da mesma e olhei ao redor. O breu dominava cada canto e eu fiquei um pouco receoso, mas estou grande demais para ter medo do escuro, um pouco anestesiado do sono, me levanto do chão e cambaleio para fora do quarto.

— Sophia?— chamo tentando soar calmo, por favor, que ela não tenha ido embora. Está escuro, por favor, que não seja mais um pesadelo, me sinto péssimo.

Mal dou cinco passos, a porta do banheiro à minha esquerda se abre e a luz quase me cega, a garota aparece enrolada numa toalha, o cabelo preso em um coque desajeitado. Desvio o rosto para não encarar seus peitos quando ela cruza os braços.

— Oi— ela fala, limpando a garganta— Quer alguma coisa?— não me pergunta isso agora, linda.

— Nada, eu só... nada— me interrompo, não quero soar desesperado. Desajustados, nós ficamos em silêncio por uns segundos esticados. Eu esfrego as mãos na calça e é estranho, principalmente para mim, não saber como agir.

Eu não sou assim.

— Eu... hã, eu vou por aqui... então— ela aponta para o seu quarto, eu a encaro de canto e assinto, Sophia força um sorriso e apaga a luz do banheiro nos levando a uma escuridão que, honestamente, deixou meus pensamentos muito mais perigosos e lutando para manter o senso, me afasto dela, abrindo-lhe passagem. Sophia toca a minha barriga por um segundo ao passar. Um segundo que foi um puta vacilo, sorrio de canto e fecho os olhos, grato por ela não poder enxergar minha cara. No silêncio da madrugada (eu acho que é madrugada), fica mais fácil de ouvir seus passos descalças contra o piso.

Vai junto com ela, parte de mim pensa. A cabeça de baixo, eu diria. Para de ser idiota. De todas as coisas para serem ditas e feitas, a mais escrota possível seria tentar levar ela para cama, ainda mais tão cedo.

Eu fico que nem um idiota em um debate interno, parado no corredor e esperando Sophia entrar no seu quarto como se fosse um jeito de ver se ela estaria segura.

Você está esperando que ela te chame, seja sincero. Hmmm, não.

Quando vejo, Sophia hesita diante da sua porta, pela janela atrás dela, lhe dando um pouco de luz da lua, vejo apenas suas curvas, ela olha na minha direção e volta para mim em passos apressados e curtos, faz peso no meu ombro para que eu me curve na sua direção e dá um beijo na minha bochecha. Eu sinto um sorriso nascer em meu rosto quando ela vai embora sem olhar para trás dessa vez e fecha a porta sem falar nada. Meu peito se aquece e eu fico relaxado de um jeito bom, é natural sorrir que nem um idiota? Acho que não vamos dormir mais juntos hoje, mas pelo menos ela não está com raiva de mim, um passo de cada vez, vai ficar tudo bem. Minha vez de tomar banho, depois, minha cama. Ainda sinto teus lábios no meu rosto e eu quero muito voltar a beijá-la, mas vou me controlar.

Merda, eu estou apaixonado.

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora