➤ Estrela do mar

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CARTER

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CARTER

A brisa é suave na sombra fresca. Ouço o som do mar, as ondas quebrando parecem estar a poucos metros de distância, eu gosto muito disso. A rede balança com o leve impulso que eu faço com a ponta do meu pé encostando no chão, a varanda é gostosa como sempre. Eu quero abrir os olhos, mas não consigo em primeiro momento. Não sei, acho que estou com mais preguiça do que com vontade de olhar o entorno.

Respiro fundo, é como se eu estivesse inspirando o ar mais puro e gelado que já tive o prazer de sentir, isso me arranca um sorriso, como se eu estivesse vivendo o melhor momento da minha vida. Ele acha que eu não estou o escutando se aproximar, os passos molhados e pesados na madeira velha da entrada da nossa casa.

Ele estava nadando de novo, gosta muito de surfar. Sinto gotas de água pingando no meu rosto quando tenho certeza que George está parado do meu lado, sorrio pensando que ele vai me beijar e entre abro os olhos me deparando com a droga de uma estrela do mar a poucos centímetros do meu rosto. Eu dou um grito pelo susto e pulo para fora da rede enquanto meu noivo gargalha do meu desespero. Ele sabe que eu odeio estrelas do mar!

— Sai pra lá com esse troço!— vocifero.

— Olha, amor, ela não é linda? Eu falei de você e ela quis muito vir te conhecer! Dá um beijinho nela para que eu a leve de volta para casa!— o ruivo corre atrás de mim enquanto eu disparo para fora da varanda, tropeçando na areia. Estou rindo enquanto corro em direção ao mar.

— Seu idiota!— eu grito por cima do ombro. O dia está lindo, perfeito. As nuvens parecem fofas e estão enormes, mais tardar haverá chuva, isso só significa uma coisa: vinho e cama. Mais um dia no paraíso.

— Volta aqui, moranguinho!

— Larga a estrela do mar!

— Não até vocês se conhecerem!— ele me abraça por trás, sempre mais rápido que o necessário, eu vou cortar suas pernas!— Volta, Sophia— ele beija meu pescoço, seu corpo todo molhado colado ao meu me faz rir mais ainda porque eu não queria molhar meu vestido e ele sabe disso.

— Tira essa coisa de perto de mim— eu solto um gemido me encolhendo contra o ruivo que me abraça com mais firmeza ainda. Ele dá uma risada gostosa, segura meu braço e me gira para si. Os cabelos ruivos bagunçados e molhados, os olhos da cor do mel cerrados por causa do sorriso amplo e malicioso em seus lábios rosados. Não importa o tempo que passa, George ainda é o homem mais lindo que eu já vi.

— Eu sei disso.— ele se gaba— Mais gostoso, cheiroso, mais tudo.

— Lendo minha mente de novo? Trapaceiro!— acuso, sorrindo— larga essa coisa se não você não vai dormir comigo essa noite!

— Trapaceira é você— ele joga a estrela do mar de lado e eu passo os braços entorno do seu pescoço enquanto ele enlaça minha cintura numa pegada gostosa— Dormiu bem, senhora Weasley?— ele pergunta numa voz baixa e sensual, mas me beija antes que eu possa responder. Eu estou feliz. Feliz pra caralho.

— Vai ser melhor quando você estiver do meu lado, senhor Weasley.

— Eu sempre vou estar.

— Eu vou cobrar, hein— nós rimos e ele volta a me silenciar com seus beijos salgados. Me beije para sempre, amor.

— Vamos, querida, vamos— a voz distante me chama com urgência. Eu sinto uma pressão incômoda no peito e a claridade me cega.

— George— eu chamo ofegando e me sinto despencar como se o chão tivesse me engolido sem mais nem menos.

A vontade de vomitar sobe pela minha garganta, mas meu corpo todo está preso e eu não consigo virar de lado para cuspir toda a água sem engasgar. Tudo está claro demais, por que eu não consigo me mexer!?

— Sophia! Sophia!— o ruivo me vira para o lado, agoniado. Me sinto terrivelmente tonta, o que está acontecendo? Eu vomito mais uma grande porção de água no chão do banheiro, meu nariz e minha garganta doem e eu começo a tossir, George treme do meu lado e fica tocando meu rosto como que para provar que eu sou real. Eu não consigo falar com ele. A fadiga é absurda, sinto como se um caminhão tivesse passado por cima de mim— Oi, meu amor, oi!— ele beija meu rosto.

— George— eu chamo mais uma vez rouca e ele começa a chorar deitando a cabeça no meu peito, meu coração martela fraquinho, mas eu ainda o sinto, George ainda o escuta— Por que está chorando?— eu não sei porque pergunto isso, mas parece o certo. Eu não sei o que aconteceu. Eu... dormi demais? Por que diabos eu estou toda molhada?— O que está acontecendo?— indago segurando meu ataque de pânico, essas cordas machucam.

Por que estou presa? A porta do banheiro que estamos se escancara e eu olho para um Fred esbaforido, ele também chora e arregala os olhos ao olhar para mim, cai de joelhos perto da minha cabeça, segura algo envolto num pano, eu reconheço a adaga nas suas mãos e... minha mente está silenciosa. Ela não está falando nada. Eu não estou a escutando e isso é neutralizante. Os gêmeos me livram das cordas e ficam cautelosos, eu só sei que a primeira coisa que penso e faço é abraçar George. Nossos corpos se encaixam como peças de quebra cabeça, e logo Fred se junta a nós.

— Seus loucos do caralho, seus fodidos, eu amo tanto vocês— ele diz chorando. Aparentemente largou a lâmina antes de se atracar conosco. E a única voz que eu escuto chamar meu nome é a de George.

— Ela está quieta, ela está quieta!— eu falo ansiosa para que eles entendam.

— Me desculpa, desculpa, eu sinto muito— George beija minha cabeça repetidamente. Eu posso deixar para fazer as perguntas depois. No momento, sinto que tenho algum lugar para ir, algum lugar muito bom e George é o caminho.

Nunca tive tanta certeza de algo na vida e é pra lá que eu vou.

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora