HUMANA || Se a guerra não estivesse estourando, quem sabe eu não teria conhecido ele. Não há uma parte minha que se arrependa de ter conhecido ele. Meu garoto com os olhos de raposa. Meu George Weasley.
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WEASLEY
— Eles me falaram que te contaram tudo— digo, quebrando o silêncio que criamos, não consigo ficar mais tempo deitado, sinto que preciso me mexer então me sento. Olho para suas pernas distraído momentaneamente, levo a mão a sua coxa esquerda e a aperto, como se fosse minha massinha de antistress— Está tudo bem?
— Comigo sim, eu não me lembro de nada— Sophia se senta também, aperta as coxas e eu finjo não notar seu arrepio— Mas está tudo bem com você?
Eu a olho nos olhos. Aqueles olhos castanhos e compreensivos, calorosos quando têm a oportunidade de expressar alegria e carinho. Eu amo seus olhos, não sei o que faria sem ter o prazer de encará-los mais uma vez, pegar ela no flagra me encarando enquanto eu estou distraído.
— Agora está— balanço a cabeça e engulo em seco— Eu vou apagar essa noite da minha memória, então...— dou de ombros— vou ficar melhor ainda logo.
— Como quiser— ela coloca a mão sobre a minha, juntando nossos ombros— Acho que eu faria o mesmo no seu lugar, amor— ela emaranha os dedos nos meus cabelos e me faz cafuné.
Por que ela está tão.... normal?
— Não está mesmo zangada comigo?— questiono, não consigo conter.
— Por que estaria?— ela franze a testa, confusa.
— Eu te matei, Sophia. Eu afoguei você na banheira. Você estava morta por minha culpa...
— Mas eu estou viva agora, graças á você— ela me interrompe e dá de ombros, sua aceitação não me entra na cabeça— E sem a maldição.
— Podia ter dado tudo errado!
— Não deu.
— Eu...— perco as palavras. Não sei o que falar, imaginei que ela ficaria ao menos magoada ou ressentida. Mas ela está do meu lado, fazendo carinho em mim.
— Você tinha duas escolhas improváveis, George. Escolheu a mais sensata, eu entendo isso, por que criaria problema?
— Porque... eu não escolhi você— murmuro, ela tomba a cabeça de lado, me encara com compreensão.
— Você fez o que achou certo. Você fez o certo— se corrige— Não me magoa o que você escolheu, George. Na verdade— ela ri— me deixa até... Feliz.
— Por que?— pergunto, franzindo a testa.
— Porque você é bom pra caralho— ela me olha com intensidade e morde o lábio— Poderia ter sido egoísta, mas que garantia teria de que eu poderia voltar depois de matar inocentes? Fez o que tinha que fazer, George, você salvou o dia e você me salvou, mais uma vez. Eu estou é orgulhosa de você— ela se aproxima e cola nossas testas— Muito orgulhosa de você.
