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CARTER

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CARTER

Minha vida não poderia ser mais épica, nem trágica. Eu morri e voltei a viver, eu matei pessoas, eu fiquei mais forte enquanto não poderia me sentir mais frágil, eu me apaixonei pelo melhor cara do mundo e o magoei, eu soquei sua irmã, bati na cara da sua amiga, fiz com que seu irmão se ferisse, fiz com que ele surtasse e se machucasse só para não me ferir. Eu perdi minha família e fui acolhida por outra. Tive poucos momentos bons, mas eles valeram tanto. Tive tantos outros ruins, não sei como consegui fechar os olhos para dormir.

Não sei quando vou parar de lutar, nem o que vai ser da minha vida quando eu não precisar mais disso e eu anseio tanto pela liberdade. Minha pele se queimou pelos objetos duplicados do cofre de Bellatrix Lestrange. Maldita seja, a desgraçada adora coisas bem quentes.

A invasão deu certo, estupidamente certo. Tinha tudo para dar uma merda colossal, eu, sendo nova no trio e não sabendo fazer muita coisa se não agir como a sombra de Harry Potter e um maldito traidor, Grampo. Espero que ele se foda e muito. Só consigo bufar ao me lembrar de seu sorrisinho cínico ao revelar que não nos ajudaria a sair só porque nos levou para dentro embora ele não tenha feito muita coisa. Eu teria o matado se não estivesse ocupada demais afundando em ouro maldito e levitando o Ron e Hermione. Não consegui fazer o mesmo pelo Harry, mas ele se livrou sozinho e nós dois ficamos mais fodidos. Eu queria arrancar minha própria pele quando saímos correndo do cofre, mas ainda tínhamos que lidar com a porra de um dragão Barriga-de-Ferro ansioso para nos comer sem contar com os seguranças.

— Eu tive uma ideia!— Ron anunciara em meio aos ataques sem pausa dos nossos inimigos, estávamos encurralados— Mas vai ser meio doido!— ele grita, estava do meu lado, do outro, Harry e Hermione se escondiam atrás de uma viga, estavam mais expostos que a gente— Você pode confiar em mim?— ele me perguntou fazendo careta.

— Eu vou para onde vocês forem!— determinei com certeza.

— Acho melhor você não falar disso com o George!— ele avisou pouco antes de agarrar meu pulso e me puxar para correr, não sei como não hesitei em segui-lo quando entendi em um segundo o que ele estava pensando em fazer. Eu costumo gostar de altura, mas ainda assim foi assustador demais quando pulamos em direção as costas do dragão que começara a ficar em duvida sobre quem estava atacando já que muitos feitiços o acertavam.

Nós voamos nas costas de um dragão, vivo e tão imponente, e eu não conseguia parar de xingar porque fiquei elétrica demais.

— Eu não posso morrer!— eu gritei para os outros sentindo um frio na barriga com o bater de asas do ser mágico sob nós. Ele é tão fantástico, tão esbelto que eu mal consigo me concentrar. Eu amo dragões— George me mataria de novo!

— Ninguém vai morrer hoje!— Ron gritou de volta e eu confiei nas suas palavras, claro, se não, o que mais faria? Começaria a chorar?

Eu podia ouvir minha pulsação acelerada nos meus ouvidos. Viajamos por duas horas e meia quando houve a mínima oportunidade de pular. Minhas juntas estavam completamente tensas, não sei como não travei! Era correr ou morrer, meus instintos estavam a toda, então eu pulei quando Harry mandou.

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora