➤ Que pena

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WEASLEY

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WEASLEY

Eu não consegui me distrair nem por um momento, a agonia de querer chamar ela e saber que ela não vai estar do meu lado para responder vai me deixar louco.

Eu queria ser só mais um pouquinho irracional, mais controlador, sei lá, ter a mínima coragem de tirar dela a liberdade de sair assim, mas o senso me dá uma na cara e me coloca no meu lugar. Eu não tenho o direito de agir como dono dela, e ainda assim queria. Estou sendo idiota e irracional? Talvez...

— Acho que eu vou chamar a Angie— Fred anuncia quando voltamos para casa com as mãos abanando, me surpreende reparar que parte de mim queria que Sophia desistisse no último segundo e viesse correndo para os meus braços, mas isso não aconteceu para minha infelicidade total. Eu respiro fundo e vou para a sala me sentar no sofá. Meu gêmeo me acompanha com o olhar e eu nem tento mudar minha cara. Não vou fingir que estou bem, isso só vai me deixar mais na merda. Queria ter estudado melhor a clarividência, mas ainda se eu fosse bom em ver o futuro, acho que não teria coragem para espiar. A curiosidade seria sufocada pelo medo de apenas ver dar tudo errado.

Ela está bem mais forte agora, não está sozinha, eles tem o segredo do Lorde das Trevas, tudo está se encaminhando na direção certa e eu me sinto estranho. Passei tempo demais colado a ela, e agora que não tenho mais essa opção... parece que eu me esqueci de como é sem ela.

— Georgie?— Fred me chama, eu viro o rosto na sua direção— Tudo bem?

Chega a ser estranho ele me perguntar isso, logo ele que sempre sabe a resposta antes de todo mundo. Apenas balanço a cabeça, sufocando a sensação ruim de que não fiz o certo. Talvez não seja tão maduro quanto eu pensei que era. Eu não estou sabendo lidar e ela acabou de sair. Fecho os olhos por um segundo e respiro fundo. Nunca meu autocontrole ficou tão instável quanto nesses dias todos. Não que eu seja um maníaco por isso, mas ainda assim é difícil!

O que me resta fazer se não esperar? É só o que eu tenho que fazer, esperar que ela me chame.

— George?— Bill me chama aparecendo na porta da sala. Sei que eles só vão querer cuidar de mim, mas eu realmente não preciso de babá agora, isso só vai me deixar mais irritado.

Porra, cada vez mais eu entendo como a Sophia se sentiu. A coisa é que eu não só penso nela, mas também no Ron. Que inferno, eu precisava ter ido junto, mas isso seria levar Fred também e seria gente demais se arrastando para o meio. Só espero que eles consigam fazer o que é necessário. Eu preciso ver meu irmão e minha namorada de novo. Eu preciso que essa maldita guerra acabe.

— O que foi?— pergunto, neutro.

— Vocês podem me ajudar aqui?— meu irmão mais velho recua de novo em direção a cozinha.

— Com o que?— Fred pergunta o seguindo na minha frente.

— Se Potter está prestes a dar seu golpe final, a Ordem tem que estar preparada— Bill fala.

— A Ordem não foi destruída?— levanto a sobrancelha, um tanto quanto ranzinza.

— Não completamente— Bill sorri passando o braço por cima do meu ombro— Nós somos a Ordem.

Eu só queria mesmo não ser ninguém. É a primeira vez que me ocorre de como eu queria ser normal. Um trouxa.

.... foi estranho, mas não foi mentira.

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A coisa é que não tem como os bonzinhos pararem de trabalhar se não aqueles que não querem escolher um lado vão sofrer na mão dos vilões. A incompetência mundial me indigna. Sei que o medo é uma arma apontada contra sua cabeça, mas não lutar nunca? Como viver assim? Sempre olhando para os próprios pés, não podendo tossir sem a permissão de alguém?

Eu nunca fui muito bom em andar na linha, não seria agora que isso mudaria. Não obedeço nem minha mãe que só quer meu bem, por que daria a mínima para um sádico por poder? Até eu me surpreendo de estar na linha de frente contra os comensais da morte. Que grande honra, não tem como não estufar o peito ao andar do lado dos aurores. Eu tentaria focar no trabalho, me ofereceria para as missões com Tonks, Lupin e os outros, mas as notícias corriam e ao fim do dia em que me separei de Sophia, correu pelo mundo bruxo a notícia de que Voldemort fez um massacre no banco de Gringotes. Harry Potter está vivo e atacando, estava em todas as estações de rádio e jornais, ele pegou algo muito importante para Voldemort e ele está furioso. A falha de segurança em Gringotes não acabou nada bem, mas eu me senti feliz porque tive a certeza de que Sophia e Ron estavam vivos.

Estava me conformando com uma jogada boa quando minha mãe chegou no esconderijo. Ela, o papai e Ginny. Até Charlie deu as caras, mas nada de Percy... Vou fingir que isso não me magoou.

Foi um alvoroço quando eles botaram os olhos em mim e em Fred. Ignoraram Bill e Fleur completamente partindo para cima de nós. Houve um momento desesperador, eu não consegui me emocionar tanto porque me faltou oxigênio no cérebro e essa foi minha maior preocupação. Fiquei em duvida se meus pais estavam me abraçando ou me esganando, mas foi ótimo vê-los de novo. Senti falta pra caralho deles, a surra que Ginny me deu valeu a pena. Ela disse que nos odiava então nos abraçou chorando. Preferia que ela tivesse só deixado meu braço roxo, essa foi direto no coração.

— Me prometam que nunca mais vão fazer isso!— ela exigiu. Ver Ginny chorar me fazer querer me esmurrar, me culpei intensamente por tê-la feito sofrer, logo minha protegida número um. Eu dizimaria um mundo todo pelo bem de Ginevra.

— Não vamos— Fred garantiu beijando o topo da cabeça dela— Nós não vamos para lugar nenhum longe de você.

— Nunca mais?— ela secou o rosto com as costas da mão.

— Nunca mais— eu e Fred prometemos.— Nós vimos o Roniquinho— Fred falou. Nossos pais arfaram.

— Como ele está?— minha mãe apertou a mão contra o peito.

— Ele está bem, mulher, por favor, não tenha um ataque do coração— Fred falou, Bill e eu fomos os únicos que rimos.

— Ora, seus...— minha mãe rosnou ficando vermelha e veio torcer nossas orelhas— Nunca mais façam isso comigo! Nunca mais!

— Ai ai! Está bem, está bem!— reclamamos fazendo caretas de dor. Ela nos puxou de novo bruscamente para um abraço sufocante.

— Meus meninos— ela beijou nossas cabeças— Meu Georgie— ela beijou o topo da minha cabeça— Meu Freddie— ela beijou a testa do meu irmão— meus pestinhas— murmurava, carinhosa. Eu e Fred nos entreolhamos e sorrimos. Abraçamos a dona Molly de volta e assim ficamos. Nada cura mais do que um abraço de mãe. Eu me senti bem.

— Onde está Sophia?— perguntou Ginny e tudo foi por água a baixo. Respirei fundo e me mantive neutro, pelo amor de Merlin que eles não tenham peninha de mim.

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora