HUMAN, George Weasley

➤ Melhores amigos

Ele sabe qual é a minha resposta. Sabe que nem morta eu vou falar do que eu estava pensando em fazer ontem a noite ou porquê eu demorei no banheiro, então eu me concentrei em ajudar ele com as poções que eles estavam ansiosos para mudar, enquanto ele sorria sozinho com malícia me olhando de rabo de olho. Askaban sonha em ter esses marginais nas suas celas. Isso envolve até um pouco de magia negra considerando que eles querem modificar uma poderosa poção, confesso que é bem divertido, pra eles é tão natural, nem me surpreende.

— Com quem vocês vão testar isso?— indago remexendo a poção, cozindo os hemeróbios, Fred corre pela sala, saltitante, fica indo e voltando com os ingredientes, é adorável como ele tem tanta energia, parece uma criança com adrenalina injetada nas veias.

— Um de nós dois— George diz dando de ombros, relendo a mesma linha num livro proibido e velho enquanto verificava os ingredientes de novo, Fred se aproximou do gêmeo e colou-se no ombro dele, franzindo a testa ao acompanhar a leitura.

— Não, burrinho, não é para a poção durar pra sempre, no máximo quarenta e duas horas— ele dá um tapa na nuca de George que ri e o dá uma cotovelada— Essa receita está para sempre. Está vendo aqui? Aeternum.

— Cala a boca, eu sei o que estou fazendo seu idiota, eu sou melhor do que poções do que você— Georgie acusa— Na verdade, em todas as classes, ainda sou o cérebro da operação.

— Machista opressor, eu vou te afogar no lago e oferecer seus órgãos para os deuses— Fred tem dessas. Eu seguro a risada.

— Ok, seu perturbado, mas não reclame quando eu vir te assombrar por deixar minha mulher viúva!— George aponta a varinha no nariz de Fred.

— E com quem você casou que eu não estou sabendo?— Fred pergunta. Arregalo os olhos e balanço a cabeça, esses dois comeram os cogumelos errados.

— Com a mulher gorda, fala sério, você nunca notou a tensão sexual entre a gente? Por que acha que ela se abria para nós dois independentemente do horário?— reviro os olhos, George me manda um beijo— Juro que é passado, linda, ela as vezes me manda cartas, mas eu posso as jogar fora se você quiser.

— Como vocês sequer...

— Quem vocês vão ser quando tomarem a poção?— pergunto curiosa interrompendo a pergunta de Fred, sei bem que eles poderiam passar horas discutindo essa loucura, os rapazes se entreolham pensativos e então se voltam para mim.

— Não sei, não— George faz careta para o gêmeo, eles olham para pontos diferentes.

— Tá, eu vou— Fred dá de ombros, eles conversaram e eu não ouvi de novo? Caralho, eles fazem muito isso.

— Nem fodendo, cara, eu que vou fazer isso— George dá mais uma cotovelada na barriga do irmão, não tão amigável quanto a anterior, mas que fez Fred rir mais ainda. Levo um minuto para me tocar, claro que eles não achariam divertido se tornarem um no outro.

— Epa! Não!— reclamo— Você não vai se transformar em mim, George!

— Serão só dois dias... talvez dê errado, é claro, e talvez ele vai ser você o resto da vida, mas tudo bem, eu posso me acostumar— Fred diz como se não fosse nada demais, ele tira algo do bolso, agora eu noto a escova de cabelo na sua mão, com os meus cabelos, estico-me para arrancá-la de sua mão, mas Fred a tira do meu alcance, põe a mão na minha testa me afastando e eu me sinto um gnomo idiota tentando lutar contra um troll— Calma, nanica, por que você acha que é seu namorado que vai fazer isso?

— Eu... vocês! Urgh— eu solto um gemido, a raiva e a vergonha são desproporcionais, estou quase arrancando cabelos— Isso é muito pessoal!— eu cruzo os braços extremamente emburrada— A gente nunca nem..., ah! Eu vou morrer!

— Eu já vi mulher pelada, moranguinho— George fala, agarro o primeiro livro que alcanço e arremesso na direção dos dois que desviam do objeto com facilidade. Claro, desviaram de muitos balaços, seus reflexos são quase impecáveis— Vai ser bom ouvir direito mais uma vez— ele comenta como se não estivesse nada acontecendo, eu vou começar a salivar de ódio.

— E também ainda temos um mês até ela estar preparada— Fred acrescenta brincando com minha escova— Só queria te deixar em choque adiantado, sabe, até lá quem sabe vocês já não se conheçam muito bem— debocha, arremesso mais um livro na sua direção.

— Não sei se mato você ou você!— aponto George e depois Fred, os dois riem.

— Um mês, Soph, um mês! Até lá você aceita— Fred me provoca.

— Eu vou raspar minha cabeça e sumir com cada fio de cabelo dessa casa!

— Olha, eu até gosto de garotas com cabelo curto— George sorri maroto, divertindo-se a beça.

— Não está se ajudando, ruivo— reviro os olhos.

— E eu vou cortar suas unhas enquanto você dorme— Fred ameaça arregalando os olhos— George, está curioso para sentir o gosto das unhas dela?— incentiva.

— Você é ridículo!— o estapeio, rindo de nervoso. É difícil levar qualquer briga a sério com esses dois juntos quando eles simplesmente não se importam.

— Você nos ama, deixa de se fazer de doida, mulher!— Fred leva a mão ao peito, fazendo uma careta dramática de ofendido— Eu até fiz uma pulseira da amizade para nós, sua vampira.

Eu recuo, surpresa, mas logo penso que ele só está tirando uma com minha cara e entro na brincadeira.

— Eu não sou de usar pulseiras, eu sempre perco— faço careta.

— Ah, mas essa você não vai perder mesmo!— Fred mexe nos bolsos, não era de sacanagem. Tira deles uma fina pulseira trançada, amarela e vermelha e arregaça a manga de sua blusa xadrez para exibir uma amarela e preta amarrada ao seu pulso— Lufa-lufa pra mim— ele me estende a outra pulseira— Grifinória pra você.

— Ei, e eu?— George reclama enquanto eu processo o choque.

— É só para quem eu gosto— Fred o olha sério e balança a cabeça. George respira fundo revirando os olhos, claramente se perguntando o que fez para merecer aquilo. Eu sorrio e pego a pulseira de Fred.

— Eu nunca tive um amigo menino— faço careta os encarando— Bizarro.

— Angie diz que temos amigas meninas porque o George exala uma energia bi, isso atrai vocês— Fred gesticula e pega a varinha do bolso para que minha pulseira se amarre perfeitamente.

— Cara— George ri e balança a cabeça— ela falou isso de nós dois, não vem jogar só para cima de mim.

— O único cara que eu pegaria seria o Lino, mas acho que a Angelina não ia gostar tanto de fazer um trisal.

— Ele não é lindo?— George concorda, agarro sua orelha e o puxo para baixo— Moranguinho, ai!

— Quer conhecer Merlin mais cedo?— pergunto, arqueando a sobrancelha— Me trai para você ver.

— Uh, com essa carinha fofa de zangada, aposto como ele tremeu na base— Fred zomba, os dois riem e apertam minhas bochechas balançando minha cabeça.

— Tão pequena, olha!— George afina a voz enquanto eu o fulmino com o olhar resistindo contra o sorriso.

— Neném quer papinha?

— Ah, ela quer sim! Vem cá, eu pego você no colo— George lambe a palma da minha mão para que eu o solte e eu corro antes que eles me peguem de novo.

— Loucos, pirados!— eu dou risada contornando o sofá, eles me cercam.

— Fred, quer apostar que eu chego nela primeiro?— George sugere, eu vou me aproximando cautelosa da escada, sorrindo para os gêmeos que tomam uma pose mais ofensiva.

— Feito! Dois galeões.

— Corre, gatinha!— George grita, eu corro. Até parece que eles vão conseguir me alcançar.