As horas se aceleram, parece que o êxtase nos fez correr um pouquinho mais do que o necessário. Eu estou tão bem — emocionalmente falando — que chega a ser estranho. Nós aparatamos na Londres trouxa. As construções bem melhores do que as do mundo bruxo em questões de física. Se o mundo bruxo parece descolorido ultimamente, quem dirá o mundo trouxa que é naturalmente mais cinza e poluído. Queria voltar pra Toca, lá as coisas parecem vivas.
Aparatamos num beco, o único que eu me recordava depois de tanto tempo sem vir á Londres trouxa.
É estranho estar no mundo de minha mãe sem minha mãe... Eu queria poder ficar sem pensar nisso pelo menos um pouco, mas se tornou cada vez mais impossível. A ferida não para de doer e eu estou tentando desesperadamente a ignorar.
Não tem uma hora nesses silêncios que eu não pense neles. Eu finjo que não, mas minha família está comigo o tempo todo, isso é bom e ruim ao mesmo tempo em níveis tão altos.
Podemos não saber o que fazer a longo prazo, mas os garotos sabem como invadir os lugares sem sermos notados e como bater carteiras. É impressionante, meu namorado tem uma mãozinha leve! Na rua nos esbarramos com um monte de pessoas, adivinhe só! Um monte de carteiras.
— Vocês vão ter que me ensinar isso!— exijo rindo e me jogando na cama de casal onde eles olhavam as identidades e as jogavam no lixo após rirem das fotos.
Está de noite de novo, alugamos um quarto, uma cama de casal e uma de solteiro dinheirinho roubado e sem identidades usando um Conffundos com o dono do estabelecimento. Fred teimou que vai dormir com a gente e já está marcando território. Eu dou um tapa no seu ombro para chamar sua atenção enquanto George recolhe todo o dinheiro em uma só carteira roubada.
— Vai tomar um banho— ele foi o último na fila, mais porque não se importava do que por competição. Fiquei em segundo, George trapaceou para ir na frente. Fred estala a língua, entediado e resiste— Fred, você está imundo.
— Está bem, mãe, deixa de ser chata— Fred revira os olhos e desliza para fora da cama arrastando os pés para o banheiro e batendo a porta. George joga a última carteira na sua mochila e me fisga me puxando para seu colo e beijando meu pescoço, animado. Eu não consigo deixar de sorrir. George me deita na cama e vem logo por cima, completamente carente, se joga sobre mim e deita a cabeça no meu peito após dar um beijo em cada seio. Seus braços se fecham na minha cintura e eu abraço sua cabeça, penteando seus cabelos úmidos com os dedos.
— Como você está, moranguinho?— ele pergunta, fica dando beijo no meu peito, isso me faz cócegas.
— Melhor agora— sorrio boba— e você, ruivo?
— Uhum.
— Uhum, o que?
— Só uhum— ele ri, suas mãos descem pelo meu corpo, desenhando minha forma— Muito gostosa.
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HUMAN, George Weasley
FanfictionHUMANA || Se a guerra não estivesse estourando, quem sabe eu não teria conhecido ele. Não há uma parte minha que se arrependa de ter conhecido ele. Meu garoto com os olhos de raposa. Meu George Weasley.