➤ Me perseguindo

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Eu estou correndo, eu sinto tudo, meu coração bate forte no peito, não consigo identificar onde estou só sei que estou apavorada

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Eu estou correndo, eu sinto tudo, meu coração bate forte no peito, não consigo identificar onde estou só sei que estou apavorada.

Eles me acharam, eles vão me matar.

— Sophia!— me desespero mais ainda quando mãos agarram meus ombros e me sacodem. Eu estou passando mal quando abro os olhos. Olho ao redor agoniada, tremendo dos pés a cabeça e me deparo com George, tudo está claro, já é um novo dia? Estou ofegante, levo a mão ao peito sinto meu coração martelando com força. George segura meu rosto com as duas mãos— Por que você estava gritando?

— Um pesadelo. Foi só um pesadelo— falo, trêmula. George me puxa para um abraço que eu aceito de bom grado mesmo que não retribua.

— Sim... Foi só isso.

— O que eu gritei, George?— pergunto, desconfiada pelo seu tom cauteloso. O ruivo me aperta mais no abraço quente, hesitando em responder. Eu recuo para o encarar, uma pequena pressão para conseguir a resposta que quero. George uniu as sobrancelhas e seus olhos da cor do mel se aprofundaram nos meus.

— Você... você gritou por mim. Que não conseguia me achar...— ele murmura, preocupado. Não me lembro dessa parte do sonho. Só lembro de correr.

Nós ficamos em silêncio enquanto eu remexo minha memória, no entanto, é uma missão falha.

— Talvez o pesadelo tenha sido por isso— concluo sentindo meu coração martelando dentro do peito, minha respiração mais estável. George põe as mãos nos meus ombros e os esfrega.

— Por isso...?— ele me incentiva a explicar, passa a mão no meu rosto e o sono me abate aos poucos mais uma vez. É tão intenso que eu fico tonta.

— Porque você não estava lá— eu bocejo— Ruivo, eu estou sonhando?— fico confusa. Meu corpo está formigando e fica cada vez mais pesado.

— Não, querida, mas em breve vai estar de novo— ele me deita no sofá, olho para baixo, quando esse cobertor veio para cima de mim?

Deixo para ligar para isso depois, George coloca o mesmo para cima dos meus ombros e beija minha cabeça.

— Durma bem, moranguinho. Vou estar bem aqui— ele sussurra no meu ouvido. Obrigada.

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Está chovendo muito do lado de fora, eu posso ouvir. As pancadas são suaves e gostosas contra o telhado, isso me ajuda a relaxar, também porque George afaga meu cabelo distraidamente e as páginas velhas de um livro são mexidas, eu não estou deitada no seu colo, ele parece estar sentado no chão. Ele está preparando um chá, dá para ouvir a chaleira apitando, o cheiro de menta enchendo o lugar.

Eu não demoro para começar a ter dor de cabeça. Meu corpo quer voltar a dormir, mas as coisas começam a girar, eu sinto isso mesmo com os olhos fechados. Me remexo no sofá, passando mal. A mão de George para na minha cabeça.

— A ressaca bateu, né?— ele pergunta, nem preciso olhar para ter certeza que está sorrindo. Cubro o rosto com as mãos sentindo meu rosto queimar. Eu quero vomitar!

As lembranças do que aconteceu na noite passada logo invadem meus pensamentos. Eu rolo no sofá querendo atravessar uma parede com minha cabeça. Solto gemidos sofrendo de dois males: a vergonha e a ressaca.

Pelo amor de Helga, o que foi que eu sugeri à George!? Eu tinha acabado de voltar do cemitério, minhas mãos ainda estavam sujas de terra e eu pensei seriamente em transar com o ruivo que me conhece há tão pouco tempo!?

Ah, eu quero morrer.

— Vou pegar um pouco de comida e chá para você, isso vai passar, relaxe— ele aperta meu ombro e sai, como se lesse meus pensamentos. Lentamente, me obrigo a me sentar, a dor apertando meu crânio e querendo me derrubar.

A vergonha é tanta que quase não consigo processar. Me sento desajeitada e fungo. O que eu vomitaria de estômago vazio? Mal consigo olhar nos olhos de George quando ele retorna, de tamanho embaraço. E o desgraçado consegue fazer com que eu goste ainda mais dele por ter me afastado antes que fôssemos longe demais. Urgh, ele é tão perfeito que chega a ser irritante! George sorri para mim quando me estende a comida, um pequeno pote com um punhado de biscoitos recheados e uma xícara fumegante.

— Café na cama— ironiza quando pego os recipientes da sua mão. Eu coloco os biscoitos sobre a mesa de centro— não pode dizer que eu não sou romântico.

Eu dou um sorriso tímido sentindo a xícara aquecer a palma de minha mão, ele se joga do meu lado, fica batendo a perna como se estivesse nervoso, mas consegue disfarçar bem pelo semblante. Eu beberico o chá e faço careta.

— Vocês precisam dar uma segurada no açúcar— eu arregalo os olhos para o ruivo, ele sorri me observando, um misto de divertimento e curiosidade, meu rosto ferve— O que foi?— pergunto sentindo meu estômago embrulhar.

— Quer falar sobre ontem?— ele bota a mão na minha coxa aumentando meu nervosismo em 220%. Mordo o lábio encarando sua mão, até isso nele é lindo, tem dedos finos e delicados, lembro-me de sua pegada na noite passada e me perco completamente da pergunta que ele fez.

— O que?— indago, demorando em voltar a encará-lo. O sorriso de George cresce e ele franze a testa como se não entendesse o que estava fazendo comigo, sua mão aperta minha coxa, acho que sua intenção era chamar minha atenção, certamente não para o que eu estou pensando nesse momento.

— Soph, quer falar de ontem a noite?

— Você quer?— meus olhos sobem e descem, eu cruzo as pernas prendendo sua mão entre as coxas, sinto o calor da sua palma através da calça.

— É disso que estou em dúvida— ele ri— E também se a gente deve— George faz uma careta meiga e limpa a garganta, se aproxima de mim no sofá.

— Do que vocês estão falando?— a voz de Fred atravessa a sala e me pega desprevenida, o outro ruivo sorri quando vê meu semblante assustado— Uh, comprometedor? Saquei, já estou de saída— ele levanta as mãos, se rendendo e vai até a cozinha.

— Assombração, nem te ouvi chegando— George apoia os braços no encosto do sofá, seu calor deixa minha coxa.

— Claro, mouco do jeito que é não ouviria nem se eu gritasse Mais Dez Pontos Para Grifinória!— Fred zomba, e eu viro o copo de chá extra adocicado e quente em goladas ansiosas.

— Uou, calma lá, vai insistir em passar mal, moranguinho?— George ironiza e eu me levanto— Ei, onde vai?— ele une as sobrancelhas confuso.

— Banho— aponto para as escadas— Frio— acrescento após um minuto e me envergonho ainda mais, meu Merlin, eu me trapaceio atoa! George arregala os olhos enquanto eu fico roxa e ri.

— Pensando em mim?— ele pergunta conforme me dirijo para as escadas.

— Cala a boca!— vocifero, apenas ouço sua risada de retorno. Adorável. Em quem mais seria?

Rapidinho eu esqueço dos meus pesadelos. É um efeito que George tem. Mas logo eles se tornariam reais, e eu precisava ter coragem para fazer o certo quando a situação exigisse.

Merlin tenha piedade.

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora