➤ Obliviate

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WEASLEY

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WEASLEY

Em questão de horas, eu, Fred e Sophia estaremos mortos. Vamos entregar de bandeja o que os comensais desejam. Meu sangue está fervendo, sinto-me completamente ansioso.

É a maior merda que eu poderia fazer em toda minha existência, no entanto, vai ser por um bem maior.

Precisamos de mais uma semana para ter o necessário, mas antes, tenho que fazer com que não hajam pontas soltas e essa parte será a mais difícil, emocionalmente falando. Não dá pra simular uma morte convincente sem atores convincentes. Minha cópia mal feita e minha namorada estão arrumando tudo, tirando vestígios da casa, fazendo parecer que nunca viemos para cá.

Vamos na direção de Hogsmade, é o lugar que eu e Fred melhor conhecemos depois de Hogwarts e o Beco. Vamos á casa assombrada depois de fazer com que algum linguarudo veja Sophia sem querer. Atrairemos os inimigos.

Vamos agir como se a própria Bellatrix tivesse nos matado. Vai ser difícil, mas nós vamos convencê-la. Eu tenho fé que sim.

Eu me preparo para a última correção aqui em casa, o toque final. Minha família provavelmente vai se revoltar e eu lamento muito lhes dar tal dor, mas preciso que seja real caso os comensais da morte venham ver como eles estão.

Eu e Fred discutimos isso três noites atrás. Sophia se ofereceu para fazer, mas isso é bem mais pessoal para mim e para meu irmão. Uma medida temporária, espero que eles não tentem nada enquanto não der para nos comunicarmos novamente. Me embrulha o estômago, mas mais uma vez, eu não vou deixar de fazer.

Uma coisa que talvez eu possa me gabar e eu definitivamente me orgulho, é que eu não sou nenhum covarde.

A tarde está boa, bonita e um tanto fria. O sol raia, todos estão nervosos. Minha mãe e meu pai bebem do chá que Sophia preparou para todo mundo com uma sutil poção do sono, Gina também e logo depois Lino. Fred abraça o papai quando o mesmo boceja. Vejo estampado na sua cara o seu medo de dar tudo errado e nós acabarmos morrendo mesmo. Abraço minha mãe e Sophia deixa que Gina deite a cabeça no seu colo, sonolenta.

— Ah, querido, espera um pouquinho— mamãe sussurra, lerda e cambaleia para se sentar— Estou tonta— ajudo meu pai a se juntar a ela e Gina que já aparenta estar bem apagada. Lino sentado no chão tenta resistir e olha para a gente confuso, mas não demora a entender o que está acontecendo. Ele é o único que se dá conta tão rápido, ele conhece Fred e eu bem demais para não ver.

— Não— ele diz tombando no chão lentamente. Fred corre para não deixar que ele bata a cabeça— Ei, não— ele diz olhando para meu irmão.

— Obrigado por tudo, mano— Fred sorri, Lino não continua sua negação. Logo todos estão roncando. Nós três suspiramos. Está feito.

— Não querem mesmo que eu ajude?— perguntou Sophia se levantando com dificuldade e passando Gina para o colo da mamãe.

— Não— balanço a cabeça— A gente pode cuidar disso— ela me olha com tristeza e vem me abraçar, seus braços envolveram minha cintura e eu abracei seus ombros beijando o topo da sua cabeça.

— Boa sorte— Sophia resmunga dando um beijo no meu peito. Nós nos soltamos e ela aperta o braço de Fred com o mesmo consolo. Ele apenas assente para ela e nós ficamos quietos até ela subir as escadas.

— Acha que eles vão nos perdoar por isso?— Fred pergunta, não gosta disso mais do que eu.

— Vão ficar com raiva— dou de ombros— Mas vai passar— acho, completo em pensamentos e engulo em seco. Eu puxo a varinha da minha manga e meu gêmeo me imita. Vamos modificar a memória deles para que pensem que fomos embora antes mesmo de sabermos da maldição de Sophia. Passamos duas noites aqui e saímos sem que eles percebessem. O resto será o resto, seus dias se seguiram normais apesar da preocupação conosco. Já escrevi as cartas que supostamente trocamos enquanto estávamos afastados. É o necessário. Eu sempre faço o necessário. Se morrermos mesmo assim, pelo menos os livraremos da culpa. Sei que minha mãe não se perdoaria se soubesse que nos ajudou com isso, apesar de grande relutância.

Fred se aproxima da Gina e passa os dedos pelo rosto da nossa irmãzinha. Ele sorri para ela e beija sua testa. O imito em seguida, os olhos de Ginny se agitam sob as pálpebras, mas nada acontece.

Eu e Fred nos posicionamos no meio da sala, eu aponto a varinha para o papai e Fred aponta para Lino. Nossos ombros se encostam, dá pra dar a entender que sempre guardamos a retaguarda um do outro.

— Pronto, Fred?— pergunto, ele quase ri.

— Pronto, George.

Obliviate.— sussurramos. Desculpa, mãe.

HUMAN, George WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora