BOÁRA
Porra tô atrasada!
A merda do despertador tocou vinte minutos depois. — Corri por entre as pessoas na rua. —Eu devia ter aceito a carona do motorista do vovô mas não suporto essa onda de rico, nunca fui disso apesar de ter nascido nessa droga de família.
Demorei meia hora pra chegar na merda do colégio e por pouco não consegui entrar. Fui pra direção e me fizeram esperar por um tempão até que uma velhinha pediu pra eu entrar.— Senhorita Boára Fourman, meu nome é Jaqueline Duarte, prazer. Sente-se por favor. — disse a mulher magra e aparentemente jovem, talvez 30 anos, indicando a cadeira. Me sentei e a encarei
— Senhorita Fourman, eu estava aqui olhando o seu histórico escolar e os registros de ocorrências de todas as instituições em que a senhorita estudou... — ela respirou fundo. — Me parece que a senhorita tem problemas com disciplina.
— Isso não soou como uma pergunta senhora. — falei
— Ok. Vamos reformular então. Qual a dificuldade que a senhorita encontra em se comportar? — seus olhos me encaravam como um urubu encara carne podre.
— Ah, sabe como é... uma coisa leva a outra e quando se dá conta cê já tá envolvida. — sorri
— Huuum. Sei, sei... seu avô me pediu com muita insistência que eu a aceitasse em nosso colégio e eu resolvi lhe dar o beneficio da dúvida. Espero que saiba aproveitar senhorita Fourman. — ela me encarou séria e depois me lançou um sorriso meio assustador. Loucona.
Enfim a doida me dispensou e me disse onde era a minha sala, enquanto andava pelo corredor eu observava os murais, o chão limpo, as paredes intactas. Por mais que minha outra escola também fosse de um status social mais elevado, ainda assim vivia uma zona. Senti o cheiro de alguém se aproximando e logo veio uma mão na minha bunda o que me fez virar rápido e ativar o meu reflexo, quando me dei conta já estava com a mão apertando contra o pênis de um babaca alto, branco, de olhos castanhos bem claros e com cara de imbecil.
— Tá doida garota? — sua expressão de dor me fez apertar ainda mais sua coisa.
— Toca em mim de novo e cê vai ficar sem mão, sem olhos e sem essa coisa murcha que você chama de pinto. — apertei mais ainda e o encostei na parede
— Eu só estava checando se você tem tudo no lugar. — apertei mais forte e ele gemeu de dor. — Calma... calma aí gata, desculpa ta legal, foi mal!
— Tá avisado otário! — o soltei e deixei ir. Voltei pro meu tour pelo corredor enquanto limpava minha mão na minha roupa, pensando em queimá-la quando chegasse em casa, e finalmente cheguei na sala, abri a porta e entrei. Todos já estavam sentados e o professor estava explicando algum lance. Os olhares curiosos se voltaram pra mim.
— E aí. — sorri e levantei a mão como um aceno.
Que babacas!
— Desculpe quem é você? — perguntou um cara velho, magro e com os óculos maior que a cara dele. Parecia uma mosca.
— Pode me chamar de Bô. Me mandaram pra cá. — falei
— Ah sim, deixe-me ver. — disse, de olho no papel em minhas mãos e eu entreguei.
— Boára Fourman? Pessoal dêem as boas vindas a sua nova colega.
— Claro professor! Senta aqui gatinha. — um babaca mauricinho abriu as pernas e indicou seu colo.
— Claro, por que não? — sorri e peguei o copo de suco que estava encima da carteira de uma garota e despejei nas calças do imbecil.
— O que é isso? Sua...— falou o babaca se levantando. Eu sorri junto com todos da sala que caíram na gargalhada.
— Opa. Cê tava pegando fogo e eu resolvi ajudar. — sorri
— Senhorita Fourman... — o professor chamou minha atenção. Ele apenas respirou fundo.
— Dario, vá se limpar no banheiro e a senhorita pode se sentar ali. — ele indicou a carteira do fundão.
Na boa, eu acho que vou me divertir muito nesse lugar, antes de sair é claro.
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Maloqueira
RomanceDizem que existe uma pessoa para cada pessoa. Alguém que vai chegar pra trazer o caos, te encher de dúvidas, te sacanear de vez em quando, te enlouquecer, acabar com o seu dia e te fazer chorar. As vezes essa mesma pessoa também vai te trazer paz e...