Capítulo 25

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                        GIULIA

É o tipo de festa que eu geralmente curto. Muita gente, muita bebida e músicas muito bem selecionadas, inclusive a essa altura eu estaria bêbada dançando feito louca e terminaria a noite na piscina com algum cara mal intencionado onde decidiríamos quem iria pra casa de quem, mas isso não aconteceria, pelo menos não o final. Eu estava decidida a terminar a noite com uma garota, na verdade ela tinha nome e não era qualquer uma.
Eu já tinha chegado a uma hora e não achei a Bô, o que é compreensível já que tinha muita gente e nem mesmo consegui encontrar a Lara que é a dona da casa.
Praticamente todo o colégio tinha aparecido e até pessoas de fora, ex-alunos, amigos de amigos, amigos de amigos de amigos... E assim a casa lotou, mas ainda sobrava espaço pois a casa da Lara é enorme tanto fora quanto dentro.

— Procurando alguém? — a voz atrás de mim me fez virar para saber de quem se tratava.

Sorri animada ao constatar que ele estava lindo como sempre.

— Pedrinho! — o abracei e ele me apertou fortemente. Talvez estivesse com saudade, talvez.

— E aí bonequinha. — uma de suas mãos continuou na minha cintura.

Tivemos um verão incrível juntos e acabamos virando amigos depois de dois meses transando feito coelhos.

— Sentiu saudade? — brinquei.

— E como não sentiria? Você é a rainha do colégio e continua sendo a rainha do meu coração. — a resposta me fez sorrir, afinal ele sempre dizia coisas assim pra mim e pro colégio inteiro.

— E você continua sendo o mesmo galinha e idiota de sempre. — dei um tapinha de leve em seu rosto.

— E se eu te contasse um segredo? — a mão que estava na minha cintura agora pegou uma de minhas mãos e a levou até seus lábios.

— Ah é? — sussurrei próxima dele, fazendo o mesmo jogo. — Que segredo?

— E se eu te disser que...

Bô apareceu dentre as pessoas e foi até a mesa de bebidas que tinha no hall entre a sala de estar e a cozinha. Meu coração deu um salto duplo e sem nem mesmo me despedir de Pedro saí depressa, mas ao me aproximar diminuí os passos. Ao me aproximar tive um tempo para observá-la bem, sua roupa, seu cabelo, seu cheiro. Bô pegava algumas bebidas e misturava em um copo grande, sua falta de jeito ao pegar as coisas a deixavam fofa e totalmente beijável, não que ela já não fosse.

Deus, e essa bunda...

— Eeei morena! — ela percebeu a minha presença e seu sorriso fez minhas pernas tremerem.

— Oi Bô, que bom que você veio. — se ela soubesse que eu estava contando com isso. Antes que eu ficasse sem jeito e ela sumisse resolvi puxar conversa. — Gostei da sua bunda. — indiquei sua blusa com a mão mas me dei conta de que a última palavra saiu totalmente diferente daquilo a que eu me referia.

O que foi que eu disse?

— Quer dizer, da sua blusa. Eu quis dizer que gostei... — cocei a nuca meio sem jeito. Ela abriu um sorriso ainda mais largo.

— Eu também curti a tua. — a peguei me medindo de cima a baixo mas parou em meu rosto. — A tua roupa é claro.

Voltei a me animar.

— Ah sério? Acha que eu to gostosa? — dei uma voltinha e com diversão no olhar Bô reparou daquele jeito atrevido, se aproximou lentamente e pôs sua mão em minha cintura.

— Bora dançar, e mais tarde eu respondo essa tua pergunta. — dessa vez eu é quem media seu rosto, talvez memorizando seus traços mais sacanas.

Uffa, tá calor ou é impressão minha?

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