Maloqueira

Capítulo 26

                       BOÁRA

Giulia como tudo que fazia mandava bem na pista, toda cheia de sensualidade e de promessas que podiam muito bem serem cumpridas. Eu já tinha mandado o meu segundo copo de gororoba alcoólica pra dentro, fiquei animada mas não cheguei nem perto de ficar mamada.
O som na área da piscina era ainda mais alto, talvez fosse o motivo por estar cheio e mal conseguia me mexer.

— Aí morena tu manda bem. — falei no ouvido de Giulia, que rebolava na minha frente.

— Você acha? — ela se virou pra mim e entornou os braços no meu pescoço.

— Tá afim de colar num lugar mais de boa? — a boca provocante dela se aproximou da minha mas ela parou antes que rolasse um beijo.

— Claro. Me leva? — os olhos de Giulia eram ainda mais bonitos quando se mostravam decididos.

— Bora. — larguei o copo já vazio em qualquer lugar e Giu foi andando na minha frente.

No caminho ainda com a morena à vista encontrei algumas pessoas conhecidas, garotas do colégio com a qual fiz amizade e alguns caras do time de futebol, pra sair da multidão tava difícil mas ainda acompanhava Giulia com os olhos até que alguém entrou na minha frente e me tirou completamente o foco.
— Perseguindo as piranhas meu amor? — Lara com os braços cruzados e o olhar esperto, me encarava cheia de raiva.

[...]

— Manda logo o drama. — entramos em seu quarto que continuava do mesmo jeito que da última vez que eu tinha entrado nele.

Quantas vezes eu fui feita de otária nessa porra de cama? — me peguei pensando enquanto encarava a cama em que eu dormia de vez em quando.

— Sério? A Giulia? — riu ela, sarcástica.

— Se me chamou aqui pra me mandar vazar não precisava de todo esse trabalho, na real. — o som que vinha do andar de baixo ficou abafado no quarto mas ainda dava pra ouvir as pessoas gritando e da janela dava pra ver gente trepando no meio de uma pá de rosas.

— Boára se quer me atingir é bom que saiba que eu não vou ficar parada. — apontou o dedo indicador em tom de ameaça. — O que você estava fazendo com a piranha da Giulia?

— Piranha? — ri cética. — Cê tá louca Lara? Pirô? A única piranha aqui tá bem na minha frente dando uma de filha da puta!

— Isso é porque você não conhece a fama daquela garota, você não sabe...

— Foda-se! — disparei. — Eu tô porra me lixando pro que os merdinhas daquela merda de escola pensam. Tô porra me lixando pro que tu pensa. Na real, vê se sai do meu pé ou quem vai começar a te perseguir vai ser eu e aí... — me aproximei dela sem a mínima intensão lascar um beijo como acontecia antes.

— E aí cê vai ter que se esforçar muito pra me fazer parar. Sakô? — olhei bem em seus olhos que apesar de não parecerem intimidados sabiam que eu estava mandando a real.

Passei por Lara e saí do quarto com uma vontade louca de mandar cachaça pra dentro, desci as escadas com o propósito de ir direto no minibar próximo a escada, mas fui impedida ao esbarrar com alguém que quase caiu na minha frente se eu não a tivesse segurado.

— Droga! — a ursinha reclamou ao constatar que tinha esbarrado em mim.

Patricinha toda marrenta e cheia do nariz em pé, mas não nego que tô doida pra seguir nessa viagem.